Vinte dias após a prefeita Rosinha sancionar a lei que regulamenta a eleição para diretores na rede municipal de ensino, alunos, pais e funcionários votaram segunda-feira para eleger os novos diretores de escolas e creches da rede. A eleição ocorreu de forma tranquila, entre 10h e 17h, nas unidades com dois turnos de aulas, e até às 20h, onde havia três turnos. Das 247 unidades, 205 tiveram chapas inscritas. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) é contra o pleito da forma como foi conduzido, alegando que, com a nova lei, três nomes são escolhidos dentro da própria instituição, mas o vencedor é apontado pelo governo municipal. Essa medida não garante a quem foi mais votado assumir o cargo. O Sepe informou ter recebido denúncias de supostas irregularidades, que estavam sendo apuradas.
Segundo o diretor do Sepe, Carlos Santafé, que participou do programa Folha no Ar, da Plena TV, doGrupo Folha, ter sido o candidato ou candidata mais votado (a) não garante a direção da unidade, por causa da escolha pelo governo municipal, na lista tríplice. Segundo ele, se houver provas concretas de alguma denúncia de irregularidade na eleição, o Sepe levará o caso ao Ministério Público e solicitará que seja realizada outra eleição.
— Recebemos denúncias de que havia candidatos sem experiência na área pedagógica e também sem um plano de gestão. Em algumas creches, onde os pais ou responsáveis votam, nem aconteceu uma campanha eleitoral. Como houve essa votação? O órgão vai apurar cada denúncia — disse Santafé. Na opinião do diretor do Sepe, o motivo de algumas escolas terem apontado apenas uma chapa para eleição teria sido ocasionado pelo fato de o (a) concorrente ser supostamente muito ligado ao poder executivo.
Tiveram direito a votar, os funcionários, alunos com mais de 12 anos e os pais ou responsáveis pelos estudante. A seleção tem três etapas: eleição de chapas, análise de currículo, experiência profissional e avaliação de plano de gestão. A Folha entrou em contato com a assessoria da secretaria de Educação para saber quando vai sair o resultado final dos novos diretores e uma posição das denúncias recebidas pelo Sepe, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.
Escolas reduziram horário para eleição
No Colégio 29 de Maio, na Pecuária, apenas uma chapa estava concorrendo. Assim como nas outras unidades, a escola reduziu o horário das aulas para a votação. A diretora Carla Peres, que concorre na única chapa, explicou que os alunos e os pais receberam orientação sobre como ocorreria a eleição. Durante a manhã, a eleição transcorreu dentro da normalidade. A dona de casa Eliete Silva, de 51 anos, foi votar como representante legal da neta, de 13 anos. “É importante votar para ter um desenvolvimento melhor da escola”, disse. Nas escolas Professora Vilma Tâmega, no Centro, e Maria Lúcia, no Turfe Clube, as eleições também foram tranquilas. Na primeira, duas chapas concorreram. A presidente da Mesa Eleitoral, professora Cristina Carneiro, disse que a maior parte dos pais dos alunos votaria no fim da tarde.
(A.N.)Foto: Genilson Pessanha
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