sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Isso que é bairro legal? Rio Ururaí volta a desabrigar


Reportagem fmanha.com.br

Com as chuvas na região do Imbé, o rio Ururaí voltou a subir e chegar bem próximo da cota de transbordo, desabrigando mais duas famílias no distrito. De acordo com a Defesa Civil de Campos, que transferiu as famílias para a Escola Municipal Pequeno Frederico, mas duas famílias vão deixar suas casas nesta sexta-feira (27), por conta da cheia no rio. Até a noite de quinta-feira o nível do rio estava em 3,76m, a apenas 4cm da cota de transbordo, que é de 3,80m. Já o rio Paraíba do Sul continuava a baixar o nível e marcava, até a noite de quinta, 8,20m — diminuiu 25cm em 24 horas. As estradas que ligam Tapera a Lagoa de Cima e Lagoa de Cima a Conceição do Imbé estavam interditadas devido à cheia da Lagoa de Cima. A previsão é de chuvas com pouca intensidade para os próximos dias na cidade. No Noroeste, os rios da região continuavam a baixar, tranquilizando as defesas civis dos municípios.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil de Campos, major Edison Pessanha, o rio Paraíba do Sul deve continuar a baixar o seu nível. Já o Ururaí subiu devido às cheias do rio Imbé. De acordo com ele, não há famílias ilhadas em Lagoa de Cima, pois há alternativas de acesso na localidade. “Quem tiver que ir para Lagoa de Cima deve pegar a estrada de Santa Cruz. Para Conceição do Imbé, a alternativa é a estrada de Itereré até Rio Preto e depois seguir para Conceição do Imbé. São 60cm de água sobre o asfalto. Não há como colocar bombas no local para escoar as águas do local”, disse o subsecretário.
Até quinta-feira, no total, oito famílias estavam desabrigadas em Ururaí, devido às cheias no rio desde o mês de novembro. Seis famílias, que teriam se recusado a ir para o Programa Habitacional Morar Feliz do Jóquei, permaneceram residindo em áreas ribeirinhas e atualmente foram inseridos no Programa Aluguel Social da Prefeitura. Posteriormente serão contempladas no Programa Morar Feliz de Ururaí, que deve ser concluído em março do próximo ano. Ontem, outras famílias teriam se recusado a sair de suas casas, mas a Defesa Civil informou que novas mudanças vão acontecer.
Manifestação - Moradores da rua Benedito Domingos, da localidade Poço Gordo, fizeram uma manifestação no final da tarde de quinta-feira, fechando o tráfego da via, queimando pneus por alguns minutos, devido à área estar alagada por conta das chuvas dos últimos dias. “Toda vez que chove ficamos ilhados em nossas casas. Precisamos de ajuda. Ninguém faz nada pela localidade”, disse a dona de casa Mariane dos Santos, de 36 anos. Segundo o major Edison Pessanha, a Defesa Civil não teria recebido nenhum chamado da localidade durante todo o dia de ontem. Porém, uma equipe do órgão seria deslocada ao local para fiscalizar a área e solucionar os eventuais problemas.
Bom Jesus e Itaperuna ainda preocupam
No Noroeste Fluminense,em Bom Jesusdo Itabapoana, o rio Itabapoana continuava a baixar o nível e marcava, até a noite de quinta-feira, 1,60m — a50 cmda cota de transbordo, que é de 2,10m. No município, duas pessoas morreram quando uma ponte na RJ 230 caiu. Em Itaperuna, depois do sufoco do início da semana, o rio Muriaé também baixou o nível e marcava, quinta à noite, 3,40m, longe da cota de transbordo, que é de 4,20m.Em Cardoso Moreira, o rio Muriaé também estava baixo, com 5,45m ontem à noite. A cota de transbordo é de 8m.
Em São Joãoda Barra, em virtude das fortes chuvas das duas últimas semanas, as secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e a coordenadoria de Defesa Civil criaram uma força tarefa para amenizar os efeitos de alagamentos em diversos pontos. Além disso, a Defesa Civil está monitorando o nível do rio Paraíba e o mar, no Pontal de Atafona, que sofre com a ressaca. “O nosso trabalho está sendo intensificado, pois há uma preocupação com a previsão de muita chuva para este verão. Entretanto, esse quadro pode ser alterado. Diariamente recebemos informações do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais do Estado, por meio da secretaria de Estado da Defesa Civil, e temos acompanhado atentamente”, disse o coordenador da Defesa Civil Adriano Martins de Assis.
Macaé – Com a trégua dada pelas tempestades na região, muitos desalojados conseguiram retornar para as suas casas. Mesmo assim, Macaé ainda tem 77 desabrigados das últimas chuvas. De acordo com a Defesa Civil do município, a previsão é de que ocorram pancadas de chuva durante todo o fim de semana. Mas deve chover dentro da média, entre 10 e20 milímetros.
Dos 77 desabrigados, 37 estão no Estádio Cláudio Moacyr, no bairro Barra de Macaé. No dia 2 de dezembro uma criança morreu em um deslizamento de terra no Morro de Sant’Anna. Em Conceição de Macabu, uma ponte que fica sobre a RJ-182, altura do bairro Usina, cedeu. Segundo a Defesa Civil, não havia feridos com o acidente. O desvio para motoristas que trafegam pela rodovia RJ-182 estava sendo feito pelo bairro Vila Nova. Uma equipe de trânsito orientava os motoristas. 
No Espírito Santo, 27 pessoas já morreram
A Defesa Civil do Espírito Santo informou, na noite de quinta-feira, que subiu para 27 o número de mortes provocadas pela chuva no Estado desde a semana passada. Oito mortes foram confirmadas só na quinta: as de cinco pessoas soterradasem Baixo Guandu; as de duas crianças, também vítimas de soterramento no bairro São Marcos, em Colatina; e a de um homem de 47 anos, vítima de afogamento em Barra de São Francisco. Com os casos e as correções de ontem, Baixo Guandu passa a ser o município com mais mortes (9), seguido por Colatina (8) e Itaguaçu (6). Duas pessoas morreram em Barra de São Francisco, umaem Domingos Martinse outraem Nova Venécia.
De acordo com o boletim da Defesa Civil divulgado quinta-feira, a chuva já causou estragos em dois terços dos municípios do Estado. Das 78 cidades capixabas, 52 foram afetadas. Subiu de 48.601 para 61.379 o número de pessoas que estão fora de casa no ES, entre desabrigadas e desalojadas.
Ajuda – Sete veículos do Exército do Rio de Janeiro cruzaram Campos, quinta à tarde, pelo trecho urbano da BR 101, com o material que está sendo encaminhado ao Espírito Santo, para instalação de seis pontes metálicas, após os estragos no local com as chuvas dos últimos dias. “Lugares de difícil acesso no Estado serão beneficiados com as pontes, o que foi uma solicitação do governo do Estado do Espírito Santo ao Exército Brasileiro, por meio do 1º Batalhão de Engenharia de Combate. Hoje (sexta, 27), no final da manhã, seis caminhões vão passar pela cidade, transportando as pontes”, informou o sargento Edilberto, do 56º Batalhão de Infantaria (BI).
Dulcides NettoFotos:Valmir OliveiraRodrigo Silveira

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