Passados
seis meses de governo da Planície Goytacá, existem inúmeras
análises, população dividida, opiniões diferenciada, decepções
e defesas. O fato é que o prefeito Rafael foi eleito em primeiro
turno cercado de esperança, esperava-se uma inversão de valores,
esperava-se que as necessidades de população como saúde, educação,
transporte e assistência fosse uma prioridade.
Mas
vale lembrar que o grupo político do prefeito está alinhado com a
politica do governo federal e estadual que vem destruindo os direitos
trabalhistas e previdenciários, que vem destruindo toda e qualquer
politica desenvolvimentista, que bloqueia todo investimento público
de atendimento a população, talvez, e eu acredito, por isso, que o
governo quando fala em “cortar na carne” vem a atingir programas
sociais sensíveis aos mais necessitados como o Restaurante Popular e
a Passagem a 1 real que aliás foi a única coisa boa que o governo
passado deixou.
Sabemos
que existem inúmeras questões como as dívidas herdadas do governo
passado, que também, dilapidou o patrimônio público e as
conjunturas estadual e federal que dificultam parcerias. Mas porque
não pedir um sacrifício aos mais ricos, como um aumento de IPTU nos
bairros nobres? Aumento da taxa de lixo nas regiões nobres que tem
coleta todo dia?
Mas,
infelizmente, quando fala-se em sacrifício lembra-se dos mais
humildes.
Entra
governo sai governo e não se tem um projeto de desenvolvimento para
o município, o empresariado local não apresenta projetos
alternativos só sabem reclamar de impostos, como se somente os mais
pobres pudessem pagar, enquanto isso, as taxas de desemprego sobem.
Precisamos resgatar a nossa indústria agropecuária com uma politica
de modernização das usinas, criação de uma indústria de
laticínios, retorno do plantio do café no norte do município, isso
tudo com parcerias das universidades. Temos uma indústria de
confecção na UTI, mas que pode ser resgatada. As oportunidades com
o Porto do Açu. A exploração responsável de nossas riquezas
naturais com o turismo. São exemplos de potencialidade que a cidade
tem e que parecem esquecidas. Fala-se apenas de grandes
empreendimentos que custam muito caro e as vezes não saem do papel.
A criação de frentes de trabalho, sem intermediação de
empreiteiras, usando técnicos da prefeitura, como, por exemplo,
terminar o morar feliz, reformas nos prédios públicos, o custo
diminuiria drasticamente. Nosso povo necessita de emprego, imediato!
A
saúde e a educação continuam um caos, na educação uma total
falta de projeto pedagógico, não se tem um diálogo com os
profissionais de educação, é preciso construir um projeto politico
pedagógico conjunto com debate e democracia, as unidades escolares
sucateadas. A saúde considero, ainda pior, reclamação de falta de
atendimento, pessoas no corredor de hospitais, falta de medicamentos.
Mas uma coisa salta os olhos, qual o papel dos hospitais
filantrópicos? Continuam recebendo dinheiro publico, e não é
pouco, e de acordo com o prefeito está em dia, e pessoas continuam
passando noite em filas para conseguir atendimento, quando conseguem,
o atendimento é de péssima qualidade. É necessário fortalecer os
hospitais públicos e os postos de urgência/UBS.
O
transporte público e a desvalorização dos servidores são outro
problema, transporte público sucateado ônibus de péssima
qualidade, não cumprem horários, não pagam funcionários e isso é
problema da prefeitura sim, pois cria mais um problema social e a
concessão é pública. Servidores sem aumento, sem um bom
atendimento de saúde e ainda com péssimas condições de trabalho.
Alguns
problemas demandam de recursos, que ao que parece está escasso, mas
outros demandam de organização e politicas públicas, chega de
“cortar na carne do povo” o povo campista merece uma vida digna,
merecem ter seus direitos respeitados, acesso a saúde, educação,
transporte e serviços públicos de qualidade. Acredito que o novo
governo que se inicia possa mudar o rumo desta história, priorizando
os mais necessitados, garantindo que o trabalho seja a base da
construção de uma cidade melhor.
Professor
Marcelo Soares
Diretor
do Núcleo Campos do SEPE
Diretor
CTB/RJ