quarta-feira, 15 de junho de 2011

Conselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro

Por Eduardo Bresciani | Agência Estado – qua, 15 de jun de 2011

 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou na tarde de hoje um processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O parlamentar será processado por ter discutido com a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e por ter classificado de "promiscuidade" a possibilidade de um filho seu ter relacionamento com uma mulher negra em entrevista ao programa de TV CQC.
Pelo novo código do Conselho, o relator, Sérgio Brito (PSC-BA), deverá apresentar um relatório preliminar dizendo se aceita ou não a representação. Esse relatório vai a voto no plenário. Brito já adiantou que dará um parecer favorável à abertura do processo e marcou o dia 29 de junho para que seja realizada essa fase. "Não posso dar pela inépcia porque é uma representação de um partido, então abrir processo eu vou."
Se o Conselho aprovar o relatório preliminar, Bolsonaro terá 10 dias úteis para apresentar sua defesa. Brito, então, terá 40 dias úteis para conduzir a instrução do processo e 10 dias úteis para escrever seu relatório final.
O relator não quis dizer se pretende usar no seu trabalho as penas alternativas que agora podem ser aplicadas pelo Conselho, como advertências e suspensões. Brito afirmou que não pode se posicionar sobre o mérito do caso antes de realizar a instrução.
O processo tem como base uma representação do PSOL. O partido questiona a conduta do parlamentar por ter ofendido Marinor em bate-boca no Senado e pela entrevista ao CQC. Com relação à entrevista, o deputado do PP afirma ter se confundido em relação à resposta e nega ser racista. Apesar disso, ele mantém outras frases nas quais ataca homossexuais.

domingo, 12 de junho de 2011

Despedida de Petkovic





De forma atrasada, mas com carinho a um craque que deixou sua marca no melhor time do mundo.

Abraços Rubro Negros Pet

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Inácio Arruda defende Reforma Agrária e denuncia assassinatos


A luta histórica dos trabalhadores rurais brasileiros pela reforma agrária foi abordada pelo senador Inácio Arruda em pronunciamento, na última terça-feira (31/05), no plenário do Senado Federal. Inácio condenou de forma veemente os crimes contra líderes do movimento pela reforma agrária na região norte do país.
"Denuncio novos massacres de trabalhadores rurais defensores da reforma agrária, gente que quer produzir no campo", disse o senador pedindo um basta para os crimes praticados por aqueles que resistem ao processo de reforma agrária no Brasil.

    Em seu pronunciamento, Inácio protestou contra a repetição do que chamou de "rotina inaceitável, perniciosa e macabra" que levou a vida dos extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, no Pará, na semana passada. Também foram mortos o agricultor Eremilton Pereira dos Santos, provavelmente por ser testemunha da execução do casal, e o líder camponês Adelino Ramos, o Dinho, em Rondônia.
    "Eles defendiam a floresta e a reforma agrária em benefício dos pequenos agricultores e contra a exploração predatória do latifúndio. Eram vigilantes implacáveis e incansáveis. Esses homens lutadores não queriam que os poderosos, os grandes de sempre, usassem e abusassem do nosso território, extraindo madeira ilegal, fazendo derrubadas inconsequentes para poder tirar proveito, ganhando e fazendo fortuna às custas da riqueza daquela nossa região. Foram mortos por causa da luta pela reforma agrária, pelo direito de plantar", afirmou.
    "O sangue de trabalhadores e de comunistas encharcam o chão", disse Inácio, explicando que Adelino Ramos, o Dinho, já havia sobrevivido ao massacre de Corumbiara (RO), em 1995, quando três trabalhadores rurais foram assassinados. Ele conseguiu escapar e aumentou seu protagonismo à frente da luta, sendo um dos fundadores do Movimento Camponês Corumbiara, que é o único dos trabalhadores rurais sem terra naquele Estado. Naquele período, aproximou-se do PCdoB e passou a fazer parte de sua direção estadual em Rondônia. Em 2007, foi um dos fundadores da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, e membro de sua direção estadual.
    Dos 34 assassinatos de líderes do movimento de reforma agrária em 2010, 18 foram cometidos no Pará. Nos últimos 40 anos, mais de 800 assassinatos de trabalhadores rurais foram realizados naquele estado, apenas 18 desses crimes, pouco mais de 2% do total, foram a julgamento, somente oito assassinos foram condenados e, destes, um único cumpre a pena, um em 800. "Esse é o retrato da impunidade, que exige um basta e impõe a punição de criminosos, que usam o nome de empreendedores, para roubar terras, madeira e vidas".
    Em homenagem a José Cláudio, Maria e Dinho é preciso proclamar. "Esses homens e mulheres do povo deixam essa bandeira na mão de milhões de brasileiros para manter a sua luta firme e continuada. E ela só vai terminar com a conquista da reforma agrária, da democracia e da justiça no campo. Ao mesmo tempo, temos que pedir que o nosso Estado, por iniciativa do nosso Governo e também do Congresso Nacional, garanta a segurança desses homens e mulheres lutadores. Eles querem produzir, alimentar seus filhos, suas famílias e o povo dessas regiões, e muitos em todo o Brasil", alegou o parlamentar.
    Inácio Arruda defendeu ainda o projeto de desenvolvimento nacional proposto pelo Partido Comunista do Brasil, baseado nos interesses maiores do povo brasileiro. Isso inclui temas centrais, como a política econômica, a consolidação do processo democrático a partir da liberdade de organização partidária e, especialmente, a reforma agrária. "O PCdoB, historicamente, levanta a bandeira da reforma agrária. Há um apoio urbano e de setores rurais importantes. Mas ainda há inimigos poderosos dos que lutam em defesa da terra para os que produzem, para os que querem trabalhar na terra, os que querem a reforma agrária", concluiu.

Fonte: Assessoria do Senador Inácio Arruda (PCdoB)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Por que a mídia não informa que Dinho militava no PCdoB?


A morte anunciada do líder camponês Adelino Ramos, o Dinho, mereceu ampla cobertura nos meios de comunicação, incluindo veículos das Organizações Globo. Todavia, nossa mídia de referência, controlada por uma meia dúzia de famílias abastadas, não se dignou a informar que Dinho, sobrevivente do massacre de Corumbiara, era um destacado militante do PCdoB em Rondônia, conforme noticiou este Vermelho, e dirigente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).

Por Umberto Martins
É possível imaginar que a militância comunista do líder assassinado no dia 27 de maio em Vista Alegre do Abunã (distrito de Porto Velho, capital de Rondônia) é um detalhe menor que, de resto, não deve ser associado ao crime. Não faltarão vozes para sustentar este tipo de argumento irrigado pelo cinismo.

Filtro ideológico

Na realidade, a omissão, o silêncio, a discriminação do que é ou não noticiável, que no caso configuram uma manipulação sutil dos fatos, são orientados pela força maior da ideologia dominante que, como dizia Karl Marx, reflete os interesses e o pensamento da classe dominante. Os fatos relatados são submetidos previamente ao filtro ideológico, que não raro já está devidamente entranhado no consciente ou inconsciente dos jornalistas como um reflexo condicionado e uma esperança de estabilidade no emprego.

Não é de hoje que o anticomunismo é uma característica básica e essencial do pensamento e do espírito dominante em nossa sociedade. Não vai tão longe o tempo em que se dizia que, a exemplo dos prelados, o prazer de comunista era comer criancinhas. Os acontecimentos que sucederam a derrocada do socialismo real no leste europeu e a deplorável dissolução da União Soviética no início dos anos 1990 contribuíram para exacerbar sentimentos, infâmias e preconceitos do gênero, vendidos em embalagens supostamente democráticas e a pretexto da defesa dos direitos humanos. O que se viu desde então não foi o fim da história, muito menos das ideologias.

Anticomunismo atávico

Nesses dias, ao noticiar o apagão na história no Senado (exclusão das referências ao impeachment do hoje senador Fernando Collor do painel de imagem da Casa) a Rede Globo faz questão de “informar” que se trata de uma operação típica de regimes comunistas, olvidando naturalmente o papel da família Marinho na campanha e eleição do ex-presidente.

Outro exemplo é a manipulação e distorção recorrente de fatos na abordagem do relatório do novo Código Florestal para apresentar o deputado Aldo Rebelo e o PCdoB a serviço dos grandes proprietários rurais. A história dos comunistas brasileiros, incluindo a Guerrilha do Araguaia, é a da luta sem tréguas contra o latifúndio, pela reforma agrária, pela democracia e pelos direitos do povo. Foram a prática e os ideais comunistas, antagônicos aos da classe dominante, que atraíram para as fileiras do partido o militante Dinho.

Propriedade capitalista

Não devemos estranhar o comportamento da mídia venal. Assim como os lucros da produção capitalista servem aos desígnios da classe capitalista, a produção e difusão da informação jornalística no capitalismo se subordinam aos interesses dos capitalistas que controlam os meios de produção da informação. Ou de quem detém a propriedade privada do capital em sua clássica divisão: o capital constante, composta dos meios físicos, a tecnologia, equipamentos, edificações; e o capital variável, ou seja, força de trabalho, principalmente jornalistas.

As relações entre patrões e assalariados no ramo das comunicações são singulares. Aparentemente não guardam muito parentesco com aquelas que se verificam na indústria, na agricultura ou no comércio. A fronteira entre uma classe e outra, neste caso, é tênue. Salvo honrosas exceções, que confirmam a regra geral, os jornalistas costumam vestir a camisa da empresa e, adicionalmente, empenhar a própria consciência. Alguns são ainda mais realistas que o rei.

PIG

Evidentemente, a realidade é obscurecida pela ideologia e pelo engodo. É forçoso reconhecer que a mídia venal é diplomada na arte de aparentar as virtudes do bom jornalismo que a academia enaltece: objetividade, imparcialidade, honestidade, apartidarismo, respeito aos fatos.

Muitos jornalistas acreditam sinceramente em tais princípios e procuram aplicá-los, mas é falso supor que os patrões da mídia zelam por tudo isto. A história sugere e revela o contrário. O aplauso ao golpe e o servilismo diante do regime militar instalado em 1964, o posicionamento nas eleições presidenciais (1989, 2002, 2006 e 2010) e inúmeros episódios cotidianos mostram o caráter antidemocrático, reacionário e golpista da nossa mídia, que bem merece a alcunha de Partido da Imprensa Golpista (PIG), criada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim.