"O Brasil teve a melhor evolução no desempenho da matemática entre os 65 países analisados e reduziu a repetência escolar, ao mesmo tempo que aumentou o número de estudantes na faixa etária de 15 anos em sala de aula", essa foi a avaliação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao ponderar a posição do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012, divulgado no início desse mês.
Na mesma oportunidade, Mercadante assinalou que há ainda um longo caminho a percorrer, "um atraso histórico muito grande quando falamos em qualidade da educação", afirmou.
Estudo publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o déficit do Brasil na educação não é um problema, somente, da educação pública. Pelo contrário, os maus resultados também foram potencializados pelo desempenho da elite brasileira, que busca seu conhecimento nas instituções particulares.
Ao analisar os alunos que estariam entre os 25% de maior nível socioeconômico em cada nação, a elite brasileira figuraria apenas na 57ª posição entre os 65 países. E mais, esse resultado piora quando esse grupo é comparado com os mais pobres da média da OCDE, grupo que congrega principalmente nações desenvolvidas.
Ou seja, enquanto os brasileiros no topo da pirâmide social registraram uma média de 437 pontos, os 25% mais pobres da OCDE tiveram média de 452 pontos. Além disso, ao consideradar somente média dos 5% de alunos com melhor desempenho nos 65 países, a posição do Brasil no ranking seguiria praticamente inalterada: 58ª.
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Os dados do Pisa mostram que, desde 2003, o Brasil conseguiu os maiores ganhos na performance em matemática, saindo dos 356 pontos naquele ano e chegando aos 391 pontos em 2012. Entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar.
Entre os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa etária.
Joanne Mota
Do Vermelho em São Paulo
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