Segundo ministro Marco Antonio Raupp, programa de inovação deve valorizar biodiversidade local
por Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil
publicado
26/07/2013 08:54,
última modificação
26/07/2013 12:20CC/ Grenpeace
Exploração de madeira amazônica, entre as atividades que exigem política de manejo, sob pena de risco de extinção da floresta
Recife – O governo federal prepara um plano de
ciência e tecnologia para a região amazônica. Prevista para ser lançada
em setembro, a medida foi anunciada pelo ministro da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, durante a 65° Reunião Anual da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
“A proposta é um plano de desenvolvimento
sustentável da região amazônica com a utilização de seus recursos
naturais. [O plano é construído] com a participação de instituições de
ciência e tecnologia da região, governos estaduais e federal”, descreveu
Raupp.
Segundo o presidente do Centro de Gestão
de Estudos Estratégicos (CGEE), órgão ligado ao MCTI e responsável pela
coordenação do plano, Mariano Laplane, a proposta foi elaborada de forma
colaborativa, com estrito enfoque nas necessidades locais. “O plano é
arrojado, e parte de uma pergunta básica: como é que ciência, tecnologia
e a inovação devem se estruturar, orientar seus esforços para promover o
desenvolvimento da região amazônica?”.
A iniciativa é baseada em três eixos:
perfis de pesquisadores mais adequados para o trabalho na região,
infraestrutura de laboratórios e ambientes de inovação. “Procuramos
respostas em três questões fundamentais, como a necessidade de recursos
humanos, qual a quantidade e o perfil que a ciência brasileira deve
mobilizar na região. Quais as áreas de conhecimento devemos concentrar
nossos esforços para alavancar o desenvolvimento sustentável e quais são
os recursos laboratoriais, a infraesturura, que junto com o esforço
humano vai conseguir fazer com que o conhecimento avance”, aponta
Laplane.
O presidente do CGEE explica que o
ministério ainda está definindo os recursos que serão aplicados e
quantos pesquisadores serão contratados para implementação da
iniciativa. Outro plano voltado para a Região Nordeste já começou a ser
construído, com a mesma filosofia adotada para a região amazônica, mas
ainda não tem previsão para ser lançado.
“A região [amazônica] tem uma vocação
muito forte com sua biodiversidade. O que falta é um instrumento de
desenvolvimento pensando na sustentabilidade. Temos que fugir do
pensamento que é preciso destruir a natureza para conseguir riqueza e o
contrário também não é verdadeiro. Não é suficiente gerar conhecimento,
ele deve chegar à sociedade, à população, às empresas para se
transformar em riqueza, gerar bem-estar”, concluiu Lapane.
Em outro anúncio, o ministro Marco
Antonio Raupp divulgou a aquisição do navio de pesquisas
hidroceanográficas para ampliar a presença da ciência nacional no
Atlântico Sul e Tropical. A embarcação faz parte do projeto do Instituto
Nacional de Pesquisas Oceanográficas e Hidroviárias (Inpoh), que prevê
uma série de ações em áreas como a conservação da biodiversidade
marinha, a melhoria de processos associados à pesca, proteção e
adaptação de zonas costeiras para as mudanças climáticas, realização de
estudos sobre vias fluviais, hidráulica fluvial e portuária, além de
formação de recursos humanos para o setor.
De acordo com o ministério, a compra, no
valor de R$ 162 milhões, é resultado de um acordo de cooperação entre a
pasta, a Marinha, Petrobras e a empresa Vale. O navio terá capacidade
para 146 tripulantes, dos quais 60 pesquisadores, e contribuirá para o
avanço de pesquisas nas áreas de química, geologia, biologia e de física
marinha.
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