domingo, 25 de agosto de 2013

Renato Rabelo lança o 13º Congresso do Partido em BH


Aconteceu nesta sexta-feira (23), em Belo Horizonte (MG), o lançamento das Teses do 13º Congresso do PCdoB. Militantes e filiados de várias cidades da região metropolitana de BH compareceram. Com destaque, além da capital, para a cidade de Contagem. Ao todo cerca de duzentas pessoas estiveram presentes.




A presidenta do PCdoB-BH, Dalva Stela, coordenou a atividade e compôs a mesa com o presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, a presidenta do Partido em Minas, deputada federal Jô Moraes, o presidente do comitê municipal de Betim, Geraldo Pimenta, os vereadores Gilson Reis e Dr. Sandro de BH e Silvinha de Contagem, o vice-presidente do PCdoB Minas, Wadson Ribeiro e o prefeito de Contagem, Carlin Moura.

O prefeito Carlin Moura fez uma saudação aos participantes e destacou que o Congresso do Partido tem o papel de reafirmar convicções, afirmar a importância das reformas estruturais e democráticas e que o PCdoB tem todas as condições de ampliar sua presença na luta política brasileira. 

Em seguida, o presidente nacional do PCdoB Renato Rabelo proferiu a fala principal da noite. Abriu a apresentação das teses dizendo que “nossa época é fronteira de um tempo. Caminhamos para um novo tempo. Nossa época e emblemática.”

Segundo o presidente, o congresso partidário se concentrará em primeiro lugar no balanço dos últimos dez anos do Brasil. O PCdoB faz balanço para tirar lições e traçar perspectivas. Outro aspecto importante a ser debatido é o balanço da atividade partidária no mesmo período. A pergunta fundamental a ser feita neste momento é que patamar alcançamos com as conquistas dos últimos dez anos e quais são as tarefas centrais a partir de agora. 

O segundo tema que o congresso se debruçará é a analise da crise atual do sistema capitalista e quais as tendências atuais desta crise. A consequência desta análise é buscar entender também quais são as tendências geopolíticas do mundo atual.

Sobre o primeiro tema, Renato começou abordando as manifestações ocorridas no mês de junho. As manifestações apontaram a necessidade de reformas que o programa do Partido e as teses, que foram construídas antes das manifestações, já diziam. Temas que antes eram vistos por muitos como preocupação exclusiva do PCdoB passaram a estar na ordem do dia da sociedade brasileira. Essas manifestações foram compostas principalmente por dois setores das camadas médias: um setor emergente que mudou substancialmente de vida desde 2003, e que agora exige mais qualidade nos serviços públicos; e outro composto pelas classes médias tradicionais que tem perdido privilégios como resultado das transformações da última década.



Renato enfatizou que “comunista deve buscar o sentido político em tudo, senão ficará perdido diante dos acontecimentos”. Lembrou que o maior partido de oposição no Brasil, a imprensa monopolizada, fez todos os esforços para dirigir o sentido das manifestações. “A única forma de eles tentarem voltar ao poder é abalando o governo da presidenta Dilma, pois eles não tem projeto. A pauta da direita é redução de gastos sociais e austeridade fiscal, é uma pauta defasada, rejeitada pelo povo”, disse o presidente.

As transformações ocorridas na última década beneficiaram prioritariamente a grande base de pirâmide social brasileira. O combate à fome e à miséria foram os temas urgentes que o governo se defrontou. Como resultado destes dez anos, o Brasil passou a ter mobilidade social. A expansão do crédito, o fortalecimento dos bancos públicos e o inicio dos investimentos em infraestrutura também compõem o cenário dos avanços realizados. 

Outros dois terrenos em que houveram passos importantes foram a ampliação da soberania nacional e do diálogo democrático com as organizações do povo. “Enterramos a ALCA. Isto abriu caminho para uma nova política externa. Passamos a investir na integração com nossos vizinhos da América Latina”, ressaltou. O Brasil hoje integra o BRIC’s que significam no jogo geopolítico a construção de um mundo multipolar. O Banco que os Brics estudam construir será maior que o FMI e o Banco Mundial.

O Brasil alcançou uma nova etapa e novas exigências se impõem. É preciso dar novos passos. Para a realização das reformas estruturais, Renato Rabelo, apresentou que o PCdoB defende a construção de um novo pacto político. Será preciso uma nova composição de Esquerda entre partidos, movimentos socais e sindicais. É preciso mais nitidez nas propostas da Esquerda. Renato destacou que isto não significa deixar de fazer alianças, mesmo porque a Esquerda não chega a um terço do Congresso Nacional.

Para as tarefas da atualidade se impõe a necessidade de romper com o círculo vicioso de juros altos e câmbio sobrevalorizado. O movimento social e sindical precisa ter mais ação politica. É preciso que a Esquerda unifique em torno de uma proposta de Reforma Política para enfrentar este debate. Neste aspecto Renato concorda que a proposta da OAB de Reforma Política é um bom ponto inicial de referência, pois toca em dois temas centrais: o financiamento privado de campanhas e o sistema eleitoral que secundariza o papel dos partidos.

Por último, Renato tocou no cenário internacional. Enfatizou que o grande responsável pela grave crise da atualidade é o capital fictício. O capital que lucra sem a necessidade de produzir riqueza, simplesmente se multiplica na esfera financeira. Lembrou que na crise de 1929, o Capitalismo se reformou para encontrar uma saída e que agora a única solução apresentada foi salvar os bancos, os grandes responsáveis pela própria crise.

Neste cenário turbulento, a América Latina ter conseguido ter unidade entre os governos avançados. O desafio da fase atual é consolidar estas experiências. E o Brasil tem um papel de destaque nesta tarefa. Diante desta realidade, os EUA atuam incessantemente contra a unidade da região. Renato Rabelo concluiu dizendo que “as grandes transformações não se fazem sem os trabalhadores, a juventude e as mulheres.”

Após a apresentação de Renato, diversos comunistas fizeram suas intervenções. Entre eles, o dirigente do Partido em Minas e membro do Comitê Central, Zito Vieira, o vereador Gilson Reis, o presidente do Partido em Betim, Geraldo Pimenta e a presidenta da UJS em Minas, Luiza Lafetá.

Ao final, Renato Rabelo, convocou a todos os militantes e filiados a participarem do Congresso. Registou que o objetivo é mobilizar 150 mil militantes em todo o Brasil e que o Congresso é um momento elevado da democracia dos comunistas.


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