sábado, 31 de agosto de 2013

Centrais comemoram Dia de Mobilização com pauta unificada


Unidas, as centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, CGTB e Conlutas realizaram com êxito vários atos nesta sexta-feira (30) – Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações. Na Praça da República, na capital paulista, o ato público ganhou ainda o apoio de movimentos sociais, estudantes e professores, que abraçaram simbolicamente o edifício sede da Secretaria da Educação.

Por Théa Rodrigues, da redação do Vermelho


Théa Rodrigues
 Centrais comemoram Dia de mobilização com pauta unificada
Unidas, as centrais sindicais realizam vários atos nesta sexta-feira (30)
Os sindicalistas levantaram novamente suas bandeiras de luta, exigindo o fim do fator previdenciário, a regulamentação da terceirização e a redução da jornada de trabalho para 40h semanais. Além disso, pedem uma reforma agrária, da comunicação, um reajuste digno para os aposentados, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, transporte público de qualidade e mais investimentos públicos na saúde e na educação.

O conjunto das centrais sindicais – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e pela Central Sindical e Popular (Conlutas) – busca construir e impulsionar as exigências que vieram das ruas nos protestos das últimas semanas.

 

Em entrevista ao Vermelho durante a manifestação em São Paulo, Adilson Araújo, presidente da CTB, afirmou que “o intuito é somar-se às outras centrais para colocar como ação prioritária a pauta trabalhista”. Segundo ele, o ato complementa um conjunto de iniciativas que busca “garantir as reivindicações da classe trabalhadora”.

Araújo considera que a “manifestação é emblemática” por corresponder à necessidade de “pressionar o governo por uma mudança real em questões como a redução da jornada de trabalho, a ratificação da Convenção 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a derrubada do Projeto de Lei 4330”.

Sobre a terceirização (representada pelo PL 4330), o líder sindical afirmou que “o texto construído não corresponde às expectativas da classe trabalhadora, porque escancara de vez a terceirização e abre caminho para a regulamentação da quarteirização”. Ele lembrou ainda que “na prática, isso significa a redução dos postos de trabalho, salários mais baixos e representa também um golpe na previdência social”.

No mesmo sentido, Vagner Freitas, presidente da CUT disse que o “objetivo é chamar a sociedade para a pauta dos trabalhadores, e estamos conseguindo isso”.

Para Nivaldo Santos, vice-presidente da CTB, que também esteve presente na jornada de lutas desta sexta-feira, os atos nacionais são “uma continuidade de uma agenda que o fórum das centrais vem levando para lutar por uma pauta que está parada no Congresso”, disse ele ao Vermelho.

Também presente no ato, Carina Vitral, presidenta da União dos Estudantes do Estado (UEE), falou da importância da união das centrais sindicais e disse que “a unidade dos movimentos sociais também é fundamental para que se possa avançar nas pautas e lutas dos estudantes”. Por sua vez, Nicole Mendes, diretora da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), ressaltou a necessidade dos estudantes se juntarem às centrais sindicais por uma melhora nas condições de trabalho dos professores e, consequentemente, uma melhoria na qualidade da educação.



De acordo com Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), “não podemos falar em melhoria da educação sem falar na diminuição da jornada de trabalho do professor”. Ela disse ainda que é preciso pensar também na “escola pública de qualidade e na implantação do piso salarial para os professores” e lembrou que o fator previdenciário afeta todos os trabalhadores. 

Para Raimunda Gomes (Doquinha), secretária de comunicação da CTB, “o ato de hoje é simbólico” e “extremamente positivo” porque “cumpre mais uma etapa na tentativa derrubar o fator previdenciário e a lei da terceirização”. Ela disse ainda “essa manifestação fortalece os trabalhadores em luta”.

Após o ato no centro de São Paulo, o grupo seguiu em passeata para a Avenida Paulista, onde se junta a outros manifestantes, para pressionar os governos federal e estadual e o Legislativo para atendimento de uma série de demandas de uma agenda que o conjunto das centrais e os movimentos sociais têm em comum.

Outros estados

As centrais informaram os atos de mobilização organizados em praticamente todas as unidades federativas. 

No Rio, os trabalhadores se reúnem na Central do Brasil tendo como ponto central da mobilização a pressão contra o PL 4330. 

Em Brasília, manifestantes acampam em frente ao Senado, em Brasília, em cobrança pela votação do Plano Nacional de Educação (PNE) e pela aplicação, por estados e municípios, da Lei do Piso, que inclui plano de carreira e jornada de trabalho para a categoria.

Além das pautas trabalhistas, os movimentos sociais também realizam nesta sexta-feira no país o segundo Ato Contra o Monopólio da Mídia e pela democratização dos meios de comunicação.

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