quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Preconceito e despreparo: constragimento sofrido em voo da Gol

'Nunca vi uma coisa igual', desabafa Deborah Colker, sobre constragimento sofrido pelo neto

A coreógrafa Deborah Colker descreveu como "surreal" a situação vivenciada dentro de um avião da Gol, ontem, quando a família foi abordada por um funcionário da empresa, que exigiu atestado médico do neto, Theo, de 3 anos, portador de epidermólise bolhosa. Segundo ela, no momento do check-in do voo que partiria de Salvador para o Rio, eles avisaram à companhia aérea que o menino é portador de uma deficiência congênita, não contagiosa. Ainda assim, a criança passou por um grande constrangimento, que atrasou o voo em 1h30.

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"Foi um abordagem na frente do Theo, de uma maneira despreparda, surreal", descreveu a coreográfa, informando que uma passageira, médica, chegou a alertar à tripulação que a doença de Theo não é contagiosa.
Segundo Deborah, ela já viajou de avião com Theo para vários lugares, mas nunca viu nada igual.
Em seu perfil no Facebook, a filha de Deborah, Clara Colker, desabafou sobre o constrangimento que seu filho sofreu. Ela contou ter argumentado para o funcionário que, se a doença fosse contagiosa, ela e a mãe já teriam sido contaminadas, pois "vivem agarradas" ao menino. Diante da insistência do atestado, seu marido, Peu Fulgêncio, tentou filmar o que outra funcionária dizia a respeito, mas esta o proibiu de fazer o registro. Segundo ela, a situação só foi resolvida quando um agente da Polícia Federal e um médico da Infraero chegaram ao local.
"Uma mulher a 3 filas de distância grita para mim: chama o Ministério Público! Isso é preconceito e discriminação! Comecei a chorar. O Theo vendo isso tudo. Surreal. A funcionária saiu. Ficou 10 minutos fora. Jurava que o avião seguiria viagem e ainda falei, deviam pedir desculpas para Theo e para mim. Volta a funcionária dizendo que o avião só vai partir com aval do médico", relatou Clara em depoimento publicado na rede social.
Quando o médico chegou ao avião, a família explicou que Theo é portador de epidermólise bolhosa, que é uma deficiência genética. Clara, então, disse que o profissional afirmou que não havia perigo algum de contágio. Segundo ela, o comandante do avião, mesmo assim, pediu um atestado médico. Ela relatou que quase todos os passageiros ficaram de pé. E muitos deles teriam sido solidários com a família.
"Minha vontade era descer do avião e quando disse 'quero sair daqui', a mesma mulher, a primeira a gritar sobre o MP, disse que se nós saíssemos do avião, todos desceriam conosco. Me sensibilizei demais. Estavam todas as pessoas do avião super solidárias, preocupadas com o constrangimento com o Theo. Resolvi ficar no avião. Nisso já passava 1 hora de atraso, e o constrangimento mega. Theo me viu chorando. Tentei disfarçar que o avião inteiro não estava atrasado por causa dele. Sei que ele percebeu. Sei que ele é mais forte do que esse bando ignorante. Estou muito triste", desabafou Clara.

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