sábado, 3 de agosto de 2013

Renato Rabelo participa de ato Político do Foro de São Paulo


O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo discursou na abertura oficial do 19º Encontro do Foro de São Paulo e saudou os participantes do evento. Renato retratou a nova situação política que vive o Brasil.



Para Renato Rabelo as mobilizações populares ocorridas no Brasil devem ser analisadas como parte da nova situação nacional. “As manifestações de junho acontecem numa etapa, percorrida nos últimos 10 anos no Brasil, de avanços sociais, econômicos, da democracia, da afirmação da soberania nacional e do processo integração solidária da região”.

Concordando com a presidenta Dilma Rousseff, Renato afirmou que as manifestações são parte indissociável do processo de ascensão social. “Os manifestantes não pediram a volta ao passado. Pediram, sim, o avanço, mais direitos, mais democracia e mais conquistas sociais”, proferiu o presidente.

Entretanto, ressaltou Renato, as manifestações levaram a maior disputa política e ideológica, e a grande mídia, porta-voz da reação de direita, percebeu uma oportunidade de orientar as manifestações contra a presidenta da República, o que não era novidade, segundo o dirigente, que a parte da sociedade conservadora já tinha uma posição de resistência aos governos progressistas de Lula e Dilma.

Para o dirigente, “no rastro das manifestações há uma disputa política entre as forças que querem o aprofundamento das reformas e as forças conservadoras e a oposição de direita que impedem o avanço do projeto de mudanças”, proferiu.

Segundo Renato, o resultado das conquistas destes dez anos levaram a um novo patamar, uma nova etapa que exige desafios para seguir avançando. E para isso, “a concretização de um Projeto Nacional de sentido democrático e popular, para avançar, exige reformas estruturais e democráticas mais profundas”, reafirmou.

Desenvolvimento


O presidente nacional retratou a importância dos resultados dos governos progressistas com a retirada da grande parte da população da miséria. “Quarenta milhões saídos da miséria, outros tantos ascendendo socialmente. Vinte milhões de novos empregos e crescimento da renda do trabalho. Maior acesso aos bens duráveis, como a Casa própria, e ao ensino técnico e universitário”.

Renato ressaltou a recuperação econômica, tendo como motor a própria distribuição de renda e ampliação do mercado interno de massas.

O dirigente citou ainda que os recentes resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), sobretudo neste último decênio, demonstram um grande salto social. Saiu do baixo, para o alto, mas, segundo Renato “o Brasil é ainda um país injusto e desigual.

Sistema político atual

A voz das ruas manifesta uma crise de legitimidade do sistema político, impondo-se o aprofundamento da democracia. E atenção: o avanço da democratização não é possível com a existência de monopólios midiáticos”, proferiu.

De acordo com o presidente comunista, “as mobilizações expressam a premência da universalização de qualidade da saúde e da educação, a resolução dos problemas das grandes concentrações urbanas. Vem para a ordem do dia a oncretização da reforma urbana, da reforma tributária progressiva, da atualização da reforma agrária. Da garantia ao crescimento do emprego e da renda do trabalho”.

Mas, como salientou o presidente do PCdoB, essa garantia, “passa a depender da redução significativa da transferência de recursos ao capital financeiro, por meio dos juros da divida pública; do regime de tributação que aumente a contribuição das maiores rendas; do redirecionamento da política macroeconômica, da elevação das taxas de investimento econômico”.

“O êxito das respostas aos desafios dessa nova etapa requer um novo Pacto Político Programático - já considerando as propostas de pacto feitas pela presidenta Dilma Rousseff -, pacto este, capaz de defender e conduzir uma agenda de reformas democráticas e populares com base em alianças mais consequentes. Para isto, o PCdoB já vinha defendendo a necessidade de uma composição ampla de afinidade de esquerda, que congregue partidos e correntes políticas de esquerda, lideranças sindicais, do movimento social e da sociedade civil”, discorreu Renato.

Reforma Política

Para o presidente do PCdoB, a questão central imediata é a questão da representação política. “Apoiamos a proposta de plebiscito da presidenta Dilma, para ouvir a nação sobre a relevante questão da reforma política. Nesse sentido, também apoiamos as iniciativas populares de projetos de lei ao Congresso Nacional. Entretanto, opinamos que devemos buscar uma convergência em torno de uma proposta comum, de reforma política básica, que reúna as forças de esquerda e progressista, os movimentos sindical e social. Motivo que, consideramos para isso, o projeto de reforma política democrática proposto pela OAB, como um ponto de partida para essa unificação”.

Este projeto combina anseios da sociedade com os anseios dos partidos interessados numa efetiva reforma política, em duas questões estruturantes, lembrou o dirigente -  a extinção do financiamento de campanha por empresas e a alteração do sistema eleitoral, que não pode favorecer projetos pessoais.

19º encontro do Foro

Renato Rabelo destacou que o momento atual é de renovar os desafios, seguindo o lema da edição deste ano do Foro que é “aprofundar as mudanças e acelerar a integração regional”.
Assim numa ação combinada, aprofundar as mudanças e acelerar a integração regional, sobretudo no contexto de um mundo em profunda crise econômica e cada vez mais instável.

"Acelerar a integração, fortalecendo o Mercosul, Unasul, Alba e a Celac é uma forma consequente de resistirmos em conjunto à grave crise capitalista, para a qual não há solução à vista".

É através do fortalecimento da integração latino-americana, diz o presidente do PCdoB, que podemos proteger nossas economias nacionais e buscar convergir nossos projetos de desenvolvimento para fortalecer nossa soberania, aprofundar a democracia, garantir mais direitos para o povo.

No encerramento de sua fala, o presidente Renato deixou um abraço aos participantes do Foro, em nome do Partido Comunista do Brasil. “Deixamos um abraço a todos os amigos e amigas da América Latina e de outras partes do mundo que nos visitam”, finalizou.

Eliz Brandão, da redação do Vermelho

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