terça-feira, 9 de julho de 2013

Tempos difíceis, ainda hoje, Nelson Rodrigues CENSURADO!!!!!!!!!

Por conta da religião de Rosinha Nelson Rodrigues é censurado, não é ditatura, mas a cada dia parece mais com os tempos de chumbo. Censura! Falta de Transparência! Rasgando a constituição! Qualquer semelhança não é mera coincidência!


(Arte de Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
(Arte de Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
“A Prefeitura de Campos não vai se pronunciar, porque desconhece oficialmente o assunto”. Foi com essa evasiva que a secretaria municipal de Comunicação Social de Campos, por meio do jornalista Frânio Abreu, respondeu por telefone, às 17h34, ao pedido de esclarecimento feito repórter da Folha Celso Cordeiro, em relação à grave denúncia de que a encenação da peça “Bonitinha, mas ordinária”, de Nelson Rodrigues (1912/80), maior nome da dramaturgia brasileira, que seria apresentada no Trianon pelo grupo carioca de teatro “Oito de Paus”, como chegou a ser programado para 10 de agosto, foi cancelada com a justificativa de que o texto seria “imoral”, teria “muitos palavrões”, o que “poderia ofender a prefeita Rosinha, por ela ser evangélica”.
Segundo divulgou inicialmente aqui o blogueiro Cláudio Andrade, em e-mail enviado pelo diretor do grupo “Oito de Paus”, Luiz Felipe Perinei, a versão ao cancelamento da peça lhe teria sido repassada pelo ex-diretor da Fundação Trianon, hoje superintendente do teatro, após a reforma administrativa de Rosinha, João Vicente Alvarenga. Este, de acordo com Luiz Felipe, teria se mostrado “indignado” com a decisão, que teria sido tomada pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, nova toda-poderosa da cultura de Campos, presidida pela Patrícia Cordeiro, esposa do cantor baiano Lucas “Cebola” e considerada pessoa do círculo de confiança pessoal da prefeita Rosinha.
“Bonitinha, mas ordinária”, em uma de suas versões para o cinema, de 1981, estrelado por Lucélia Santos
“Bonitinha, mas ordinária”, em uma de suas versões para o cinema, de 1981, estrelado por Lucélia Santos
Não por outro motivo, João Vicente e Patrícia também foram procurados pela reportagem da Folha. No relato criterioso do seu jornalista Celso Cordeiro:
— João Vicente foi procurado, por telefone, às 14h30, mas não se encontrava na presidência do Teatro Trianon. Sua secretaria Vânia atendeu e prometeu localizá-lo, tendo o cuidado de saber antes qual era o assunto. Informada, pediu para que entrasse em contato daqui a uma hora. Às 15h35m, durante novo contato disse que ele não se encontrava e que não tinha hora para chegar, mas que o recado foi passado. Quanto a Patrícia Cordeiro, ao ser contactada, às 14h51, também não foi localizada, mas no seu gabinete, a secretária Carla Rocha pediu o telefone do repórter e disse que retornaria. Nesta verdadeira via-crucis telefônica, às 15h10m, o assessor de imprensa da Fundação Oswaldo Lima, Ruan Gomes Barros, ligou à redação da Folha. Pediu que o assunto a ser tratado com Patrícia fosse formalizado através de e-mail e, que logo em seguida, daria a resposta também por e-mail. Às 16h, após o envio do e-mail solicitado, Ruan foi procurado novamente, mas argumentou que Patrícia não havia chegado e que tão logo tivesse a resposta, a enviaria. Diante da observação que a matéria teria horário para ser fechada, disse lamentar mas que nada poderia fazer.
Também integrante do grupo “Oito de paus”, Rodrigo Vahia se manifestou aqui, sendo replicado aquino blog da editora da Folha Dois, Lívia Nunes, sobre o cancelamento da peça no Trianon, e seus supostos motivos de ordem pessoal e religiosa da prefeita de Campos:
— O fato que vou relatar aqui é GRAVE. Não pelo aspecto financeiro ou pelo descomprometimento. Mas pelo coronelismo e pelo cerceamento ao direito individual de liberdade. Além de, grosseiramente falando, ainda termos pessoas despreparadas e imbecis opinando e interferindo sobre políticas culturais, quando na verdade não deveriam nem estar varrendo rua, que é para não ofender os garis. Mas o fato é que o meu grupo de teatro teve a peça “Bonitinha, mas Ordinária” CENSURADA em Campos, pela Fundação Trianon, após a troca da sua presidência que resolveu rever os projetos já contratados. Simplesmente porque a peça de Nelson Rodrigues poderia ofender a prefeita Rosinha Garotinho, que é evangélica. Em pleno século XXI? Roubo, corrupção, lavagem de dinheiro através de ONGs, isso não ofende a atual prefeita, não é… Coitada, ela não deve saber dessas coisas… Ou deve rezar bastante e seu Deus a perdoa. Afinal, dinheiro não falta para pagar a própria redenção. Mas aí já não cabe a ninguém… Já que trata da individualidade dela. A questão é quando a individualidade de um governante interfere nas escolhas referentes ao coletivo. E é na minha opinião, a menos que eu esteja realmente ficando louco, INADMISSÍVEL, uma peça ser censurada porque pode desagradar esse ou aquele político!!! SE ALGUÉM CONCORDA COMIGO, POR FAVOR, COMPARTILHE ESSA MENSAGEM ATÉ QUE ELA CHEGUE À FUNDAÇÃO TRIANON EM CAMPOS. Não porque eu queira fazer a peça lá agora, porque sinceramente perdi a vontade. Mas porque acho digno mostrar também a essas pessoas que não vivemos mais em um regime absolutista e que não se faz política, nem muito menos arte, com a opinião ou aprovação de quem quer que seja. Nem de Deus. Quiçá de uma rosa.
Atualização às 19h50 para correção de datas.

Nenhum comentário: