A Escola Nacional de Formação do PCdoB deu início na noite
desta sexta-feira (26) ao 1º Seminário de Estudos Avançados do Partido,
na sede do Comitê Central, em São Paulo. O evento de abertura teve a
participação do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e do
economista Luiz Gonzaga Belluzzo.
Por Mariana Viel, da redação do Vermelho

Ele abordou o temário proposto pelo Comitê Central para os debates do 13º Congresso que foi dividido no balanço do decênio dos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, e a construção do PCdoB a partir desta realidade inédita e as tendências da crise estrutural e sistêmica do capitalismo. Mais do que um balanço, Renato disse que é preciso “tirar ensinamentos” para compreender os “passos que devemos dar”.
O presidente nacional ressaltou que a crise atual do capitalismo, iniciada em 2008, se reflete no curso geopolítico e apontou a transição histórica de declínio da hegemonia dos EUA. “Saímos de uma realidade unipolar, para uma realidade de multipolaridade com a formação de novas potências, sobretudo na periferia do sistema”.
Renato falou ainda do caráter das mudanças realizadas pelos governos Lula e Dilma, a redução da pobreza, o avanço da democracia e a afirmação da soberania brasileira. Ele analisou ainda as manifestações que ganharam as ruas de todo o país e a ‘crise da democracia representativa’. Ele afirmou a necessidade da reforma política para o fortalecimento dos partidos e seus programas.
Em entrevista ao Portal Vermelho, professor de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, ressaltou o esforço do PCdoB na formação de seus quadros militantes. “Esse trabalho é muito importante para manter atualizados os debates sobre o socialismo. Esse é um debate muito atual diante dos problemas que o capitalismo está apresentando hoje. A crise revelou aquilo que está implícito na forma de existência e no movimento desse sistema. Não são poucos os autores, marxistas ou não, que estão pensando a crise”.
Belluzo falou da difícil tarefa de compreensão do que está ocorrendo. “A crise não é um fenômeno estranho ao capitalismo, mas nasce do seu desenvolvimento e vai se tornando cada vez mais cruel. Ela vai aguçando uma forma constitutiva da sociedade burguesa que é luta social e a luta de classes. Estamos hoje no Brasil em plena luta de classes. Vemos isso nas ruas e na posição da mídia e da imprensa”.
O economista comentou da natureza das recentes manifestações no país. “Esses movimentos são heterogêneos e bastante díspares nas demandas, mas estão cada vez mais revelando sua natureza dominada pela ideologia burguesa, pela classe média – que é a essência da forma de vida burguesa. Estamos vivendo politicamente uma situação muito sugestiva, mas que exige que tenhamos clareza sobre qual é a sua natureza”.
A intensificação da educação comunista entre os militantes e quadros do PCdoB representa a renovação do compromisso do Partido de manter sua identidade de caráter de classe, assim como de defender e desenvolver a teoria do marxismo-leninismo e o socialismo científico nas complexas condições do mundo atual.
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