segunda-feira, 22 de julho de 2013

Planicie Goytacá: Tudo bem para quem não precisa da saúde pública

Emergência do HGG é fechada por falta de vaga

Um dos maiores hospitais públicos de Campos, o Hospital Geral de Guarus (HGG), teve que fechar às portas, durante a madrugada de ontem, por não ter condições de atender a demanda no setor da emergência. De acordo com a população, as portas da unidade de saúde ficaram fechadas, durante algumas horas, e os seguranças pediam para que as pessoas se encaminhassem para outro hospital. A equipe de reportagem esteve no HGG, em diversos horários entre a manhã e a tarde de ontem, e verificou que o setor, apesar de lotado, estava atendendo os pacientes normalmente.
A dona de casa, Francisca da Silva Vieira, de 36 anos, residente do Parque Santa Rosa, informou que, teve que voltar para casa, após não conseguir atendimento na unidade de saúde. Segundo ela, por volta das 1h, o filho de apenas seis anos, se queixou de dores na garganta. Chegando ao local, na entrada da emergência, os seguranças avisaram que o hospital estava lotado e não poderia atender mais ninguém.
— Fiquei desesperada! Como um hospital fica sem poder atender aos pacientes? Uma cidade tão rica em royalties, que gasta dinheiro com shows e deixa a saúde chegar neste estado. Meu filho teve uma simples dor de garganta, mas poderia ter um problema mais sério. Um hospital que deveria funcionar 24h fechou as portas e deixou quem precisa de atendimento do lado de fora. Se chegasse um paciente em estado grave aqui. Eles deixariam morrer. Voltei pra casa, por não ter condições de ir a outro hospital e voltei hoje (ontem), já que o atendimento voltou ao normal — disse a dona de casa.
De acordo com a assessoria da Fundação Municipal de Saúde (FMS), o hospital teve que fechar às portas por medida preventiva. “Não haviam mais leitos para atender a população. Outros hospitais da cidade foram avisados para que, pacientes não fossem transferidos para a unidade de saúde. Porém, os pacientes que chegavam com riscos de morte foram atendidos pelo hospital. Casos amenos, os pacientes foram encaminhados para outras unidades de saúde, como o Hospital Ferreira Machado”, disse.
Em março, o médico Erick Schunk protocolou no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), algumas denúncias de irregularidades que vinham acontecendo no HGG. Segundo Schunk, na unidade, estavam em falta leitos suficientes para a atual demanda com a internação, por diversos dias, com pacientes em macas nos corredores; medicamentos e materiais, com a ausência de vários tipos de antibióticos e até seringas. Na época, a assessoria da FMS disse que se encontrava em fase final de estudo, a reforma e ampliação da emergência.
Dulcides Netto

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