fonte: fmanha.com.br
Pacientes há semanas em corredores à espera de
atendimentos e cirurgias, acompanhantes sem assistência da unidade de
saúde, falta de enfermeiras para atender pacientes que estão internados
em enfermarias e corredores, além do desrespeito à prioridade nos
atendimentos para idosos ou gestantes. Essa é a realidade atual do maior
hospital público de Campos, o Hospital Ferreira Machado (HFM), de
acordo com a população. Além de Campos, a unidade atende pacientes
vindos de outras cidades. Pacientes com fraturas estão pelos corredores à
espera de cirurgias ortopédicas eletivas. A informação é que o HFM não
realiza as cirurgias e a população deve esperar que surja vaga no
Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) ou na Beneficência Portuguesa de
Campos. Já o Hospital São José, em Goitacazes, de acordo com moradores,
estaria há quase um ano sem pediatras.
Segundo familiares de pacientes que estavam no HFM na
manhã desse sábado, um adolescente de 13 anos fraturou o fêmur jogando
futebol, em Guarus, foi levado para a unidade de saúde e o ortopedista
de plantão informou que o menor teria que fazer uma cirurgia para que
não enfrente problemas no futuro. O menor, junto com dezenas de
pacientes, permanecia, até o final do dia, apenas no soro, no corredor
do hospital, em frente à sala de atendimento do ortopedista. O caso teve
repercussão nas redes sociais durante o final de semana. A cirurgia, de
acordo com profissionais do HFM, deve ser feita em hospitais
conveniados com a prefeitura, pois no Ferreira Machado são realizadas
apenas cirurgias de emergência. “Há pessoas de várias cidades à espera
de cirurgia. Não entendo o que acontece com a Saúde em Campos. Até
quando essas pessoas vão ficar expostas nos corredores à espera de
cirurgias? Isso deve ser denunciado ao Ministério Público”, disse um
familiar.
De acordo com acompanhantes de pacientes que esperam
por cirurgia no HFM, não há enfermeiras suficientes para atender à
demanda. “No corredor há mistura de pacientes e de casos diferentes
entre idosos, crianças, adultos, homem e mulher juntos”, disse um
acompanhante, que preferiu não ser identificado.
Em nota, a assessoria do HFM disse que a unidade de saúde é um
hospital de urgência e emergência, e que, depois de estabilizado, o
paciente é encaminhado a uma unidade conveniada. “Nossa equipe dá total
assistência ao paciente e aos acompanhantes. Somos o único hospital a
servir cinco refeições diárias ao paciente e ao acompanhante, além do
funcionário. Entendo que podemos colaborar ainda mais e estamos
realizando cirurgias eletivas para os pacientes internados, além da
transferência para os hospitais”, diz a nota.Hospital São José ainda sem pediatra
Em Goitacazes, na unidade pré-hospitalar São José,
moradores reclamam que o local está sem atendimento de pediatras há mais
de um ano. De acordo com a população, a informação no hospital é que os
profissionais não estariam dispostos a trabalhar no distrito e os
atendimentos estariam sendo transferidos para o Hospital Geral de Guarus
(HGG), a cerca de 15 quilômetros de Goitacazes. Na semana passada, o
próprio HGG teve que fechar as portas da emergência por algumas horas,
durante a madrugada, por não ter leitos suficientes para atender à
demanda. A unidade de saúde instalada em Goitacazes, atualmente, é
responsável por atender principalmente à população de localidades e
distritos da Baixada Campista.
Segundo a doméstica Maria de Souza Rangel, 50 anos,
moradora de Goitacazes, a população da Baixada está desesperada com a
situação. De acordo com ela, quem não possui automóvel encontra
dificuldades para chegar a Guarus. “Não é só no final de semana que não
temos pediatra aqui. São todos os dias. Estive no hospital na segunda,
quarta, sábado e hoje (domingo) e não há pediatras para atender. Isso é
um absurdo. A gente vê as propagandas na televisão, que a saúde está
tendo melhorias, mas quando chegamos aos hospitais, vemos outra
realidade”.
Em nota, a assessoria da unidade de saúde informou que o Hospital São
José vem chamando profissionais médicos pediatras aprovados em
concurso, mas enquanto o plantão não está completo os casos estão sendo
referenciados para o HGG. Porém, a assessoria não respondeu quando o
problema será solucionado.Dulcides Netto
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