segunda-feira, 29 de julho de 2013

Em Campos dos Goytacazes, pacientes à espera de cirurgia no corredor. Onde estão os royaltes?

fonte: fmanha.com.br

Pacientes há semanas em corredores à espera de atendimentos e cirurgias, acompanhantes sem assistência da unidade de saúde, falta de enfermeiras para atender pacientes que estão internados em enfermarias e corredores, além do desrespeito à prioridade nos atendimentos para idosos ou gestantes. Essa é a realidade atual do maior hospital público de Campos, o Hospital Ferreira Machado (HFM), de acordo com a população. Além de Campos, a unidade atende pacientes vindos de outras cidades. Pacientes com fraturas estão pelos corredores à espera de cirurgias ortopédicas eletivas. A informação é que o HFM não realiza as cirurgias e a população deve esperar que surja vaga no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) ou na Beneficência Portuguesa de Campos. Já o Hospital São José, em Goitacazes, de acordo com moradores, estaria há quase um ano sem pediatras.
Segundo familiares de pacientes que estavam no HFM na manhã desse sábado, um adolescente de 13 anos fraturou o fêmur jogando futebol, em Guarus, foi levado para a unidade de saúde e o ortopedista de plantão informou que o menor teria que fazer uma cirurgia para que não enfrente problemas no futuro. O menor, junto com dezenas de pacientes, permanecia, até o final do dia, apenas no soro, no corredor do hospital, em frente à sala de atendimento do ortopedista. O caso teve repercussão nas redes sociais durante o final de semana. A cirurgia, de acordo com profissionais do HFM, deve ser feita em hospitais conveniados com a prefeitura, pois no Ferreira Machado são realizadas apenas cirurgias de emergência. “Há pessoas de várias cidades à espera de cirurgia. Não entendo o que acontece com a Saúde em Campos. Até quando essas pessoas vão ficar expostas nos corredores à espera de cirurgias? Isso deve ser denunciado ao Ministério Público”, disse um familiar.
De acordo com acompanhantes de pacientes que esperam por cirurgia no HFM, não há enfermeiras suficientes para atender à demanda. “No corredor há mistura de pacientes e de casos diferentes entre idosos, crianças, adultos, homem e mulher juntos”, disse um acompanhante, que preferiu não ser identificado.
Em nota, a assessoria do HFM disse que a unidade de saúde é um hospital de urgência e emergência, e que, depois de estabilizado, o paciente é encaminhado a uma unidade conveniada. “Nossa equipe dá total assistência ao paciente e aos acompanhantes. Somos o único hospital a servir cinco refeições diárias ao paciente e ao acompanhante, além do funcionário. Entendo que podemos colaborar ainda mais e estamos realizando cirurgias eletivas para os pacientes internados, além da transferência para os hospitais”, diz a nota.

Hospital São José ainda sem pediatra
Em Goitacazes, na unidade pré-hospitalar São José, moradores reclamam que o local está sem atendimento de pediatras há mais de um ano. De acordo com a população, a informação no hospital é que os profissionais não estariam dispostos a trabalhar no distrito e os atendimentos estariam sendo transferidos para o Hospital Geral de Guarus (HGG), a cerca de 15 quilômetros de Goitacazes. Na semana passada, o próprio HGG teve que fechar as portas da emergência por algumas horas, durante a madrugada, por não ter leitos suficientes para atender à demanda. A unidade de saúde instalada em Goitacazes, atualmente, é responsável por atender principalmente à população de localidades e distritos da Baixada Campista.
Segundo a doméstica Maria de Souza Rangel, 50 anos, moradora de Goitacazes, a população da Baixada está desesperada com a situação. De acordo com ela, quem não possui automóvel encontra dificuldades para chegar a Guarus. “Não é só no final de semana que não temos pediatra aqui. São todos os dias. Estive no hospital na segunda, quarta, sábado e hoje (domingo) e não há pediatras para atender. Isso é um absurdo. A gente vê as propagandas na televisão, que a saúde está tendo melhorias, mas quando chegamos aos hospitais, vemos outra realidade”.
Em nota, a assessoria da unidade de saúde informou que o Hospital São José vem chamando profissionais médicos pediatras aprovados em concurso, mas enquanto o plantão não está completo os casos estão sendo referenciados para o HGG. Porém, a assessoria não respondeu quando o problema será solucionado.
Dulcides Netto

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