O caso de espionagens dos Estados Unidos ao Brasil é uma questão
respeitável do ponto de vista político e das relações exteriores, fato
este que teve destaque nos últimos dias no cenário nacional. Esta
semana, desdobramentos sobre o tema repercutiram nas relações destes
dois países. O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, faz uma
reflexão sobre o caso no Programa Palavra do Presidente.
Eliz Brandão para a Rádio Vermelho
Para Renato Rabelo o assunto é muito importante porque tem implicações na soberania nacional. “Não é um problema qualquer. O Brasil foi um país escolhido para ser espionado. O imperialismo não vai 'bisbilhotar' países que não tenham importância no contexto da geopolítica mundial. Por exemplo: eles não vão espionar o Haiti, não quer dizer que não tenha sua importância, mas eles não vão espionar esse país. Para o dirigente, isso mostra que o Brasil é um país que vai tendo relevo na geopolítica mundial. "Esta espionagem geralmente é feita porque ou o Brasil é concorrente deles nesta região estratégica que é a América do Sul ou é adversário deles”.

Meios de defesa
Outro ponto de destaque na reflexão do presidente do PCdoB é o papel da CPI no campo da guerra cibernética e para isso, é necessário desvendar o nível de espionagem para que se possam encontrar pontos de defesa. “Essa CPI não pode somente constatar, mas tem que tirar ensinamentos e conclusões como que tipo de defesa o Brasil terá que ter. Estamos numa batalha, a chamada guerra cibernética, ora, a gente tem que levar em conta exatamente de como vamos nos defender. É necessária que essa CPI aponte meios de defesa. A comissão teria esse duplo papel, tentar penetrar neste tipo de espionagem, como também dar respostas ao povo brasileiro. E foi exatamente a senadora do PCdoB, Vanessa Grazziotin, que teve uma iniciativa maior no sentido do que estas espionagens representam para a defesa de nosso país, e por isso mesmo, foi indicada para a presidência da CPI”.
Relações do Brasil com os Estados Unidos
Para Renato Rabelo, este assunto transbordou para o campo político-diplomático. “Como todos sabem, a presidenta Dilma teria uma viagem aos EUA, onde teria um contato bilateral com o presidente dos Estados Unidos. E, diante destas denúncias, veio procurando de forma serena, mas firme, saber que tipo de espionagem é essa que vinha sendo realizada, e exigiu uma retratação por parte dos EUA e uma explicação mais nítida para o nosso povo e até agora o Departamento de Estado norte-americano não deu nenhuma explicação plausível. Aliás, não há explicação plausível para isso. E evidentemente não há convencimento que possa se manter naquele tipo de relação que os dois países tinham”, esclarece.
Atitude independente
Segundo Renato, o cancelamento da viagem que a presidenta Dilma faria aos Estados Unidos foi um passo importante no sentido de mostrar o repúdio do povo brasileiro com as espionagens ao país. “Por isso mesmo ela suspende a viagem que estava marcada e essa decisão politica foi muito importante. O país tem que demonstrar que estas espionagens são um desrespeito ao nosso povo e um atentado à nossa soberania. O Brasil repudia essa atitude perpetrada pelos Estados Unidos. Não tem nada de terrorismo aí. E isso é só fumaça”.
Para o presidente do PCdoB, a atitude dos EUA é um desrespeito à relação entre os dois países e, sobretudo é um atentado à soberania do Brasil. “Por isso, o PCdoB defende a atitude da presidência em cancelar a viagem àquele país. A decisão da presidenta é justa, correta e merece o nosso apoio”.
Ouça a íntegra da ponderação na Rádio Vermelho.
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