domingo, 29 de setembro de 2013

Campos x Saúde Pública: Crise chega à rede conveniada













Os problemas na área da saúde também atingem os hospitais conveniados em Campos. Na última segunda-feira, parte do corpo médico do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA) iniciou uma paralisação, que durou três dias, por falta de pagamento dos honorários desde janeiro desse ano. Uma lista de cirurgias e procedimentos deixou de ser realizada — quem paga são os pacientes que mais uma vez têm que esperar e enfrentar longas filas. No início do ano, médicos do corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de Campos também paralisaram os atendimentos por dois dias, por atraso nos salários. Em julho, um grupo de três médicos foi demitido após ter denunciado à secretaria municipal de Saúde, a falta de materiais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os médicos foram novamente contratados depois de uma audiência pública com o Ministério Público. 
Funcionários do HEAA afirmaram que, até a manhã da última quarta-feira, pelo menos 15 cirurgias foram desmarcadas na unidade, devido à paralisação dos médicos. Alcione dos Santos, 39 anos, foi uma das prejudicadas. Ela saiu do bairro onde mora, Parque Santa Rosa, por volta de 7h da última quarta-feira, pa-ra levar a filha à unidade de saúde. Sara dos Santos, 14 anos, tem um problema no olho direito e faria um procedimento cirúrgico marcado para 9h do mesmo dia, segundo a mãe. No local, Alcione foi informada que o procedimento marcado com um mês de antecedência não poderia ser realizado e uma nova data teria que ser agendada. “Tem três meses o problema e um mês que eu marquei essa consulta e já ia fazer o procedimento. Eu cheguei aqui e a médica não está atendendo” explicou.
O diretor geral do HEAA, Jair Araújo, deixará o cargo nesta segunda-feira. Ele disse que a unidade acumulou um atraso no repasse dos recursos do SUS da ordem de 418 mil referentes a 2012 e 882 mil a 2013. A situação agravou o desequilíbrio já causado pela remuneração insuficiente aos procedimentos pelo SUS.  A Fundação Benedito Pereira Nunes informou que o atendimento ao público no HEAA foi restabelecido na última quinta-feira.
Em nota, a secretaria de Comunicação informou que a prefeitura paga, em dia, aos quatro grandes hospitais contratualizados e as demais unidades conveniadas. “A Prefeitura repassou, na última semana, R$1.763.330,01 ao HEAA, referente ao último mês de produção, sendo R$ 1.222.490,54 provenientes de verba federal e R$ 540.839,47 de recursos municipais. Este ano, foram depositados na conta da unidade R$ 14.962.614,62, sendo R$9.723.522, 99 de verba federal e R$ 5.239.091,63 de verba municipal”, disse.
Sobre a paralisação dos serviços do HEAA, o promotor de justiça, Marcelo Lessa  disse que o impacto  não deve ter prejudicado a saúde do município.
Lohaynne Gregório

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