quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"Educação no Brasil vive momento único em sua história"


Com a sanção da presidenta Dilma Rousseff, na última segunda-feira (9), da lei que destina 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, o debate sobre o papel da educação no ciclo de desenvolvimento do Brasil ganhou mais um reforço. Em mais uma edição do Ideias e Debates, a Rádio Vermelho reflete sobre o tema e apresenta a opinião do ministro Aloizio Mercadante e do economista João Sicsú.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho com informações do Blog do Planalto


Durante participação no programa Bom dia Ministro, Aloizio Mercadante, ministro da Educação, falou sobre a destinação dos royalties do petróleo para a educação e sobre os ganhos que o Brasil alcançou com o fortalecimento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a criação do Pronatec.

"Tenho muito orgulho de ser o ministro da Educação, de compor o time da presidenta Dilma Rousseff e de testemunhar um Brasil novo, no qual as necessidades do povo são colocadas em primeira ordem. A educação vivi um capítulo inédito de sua história e ainda alcançará mais vitórias", disse em entrevista o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao falar sobre o papel da educação no ciclo de desenvolvimento vivido pelo Brasil e dos desafios que ainda temos de enfrentar nesse setor.

Ao ser questionado sobre como a educação atua no processo de desenvolvimento do país, o ministro falou sobre o papel do Enem no processo de formação das novas gerações. Ele informou que para 2013, "o Enem tem mais de 7 milhões de inscritos confirmados, um aumento de 24% em relação aos 5,7 milhões participantes confirmados em 2012". Sobre o Pronatec, Mercadante salientou que o programa tem a meta de ofertar 8 milhões de vagas até 2014. "Desde o seu lançamento, em 2011, já foram atendidos mais de 4 milhões de brasileiros, que tiveram a oportunidade de fazer cursos técnicos e cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional".

E acrescentou: "Hoje, somos um país com uma das menores taxas de desemprego do mundo. Além disso, o Brasil segue uma linha ascendente de garantia de direitos. Para avançar ainda mais nessa realidade e colocar o país em um outro patamar é preciso investir em educação, formação e qualificação dessa mão-de-obra. Ou seja, é ter um trabalhador ainda mais preparado, mais formado, o que garantirá uma produção com maior eficiência".

Exportação de cérebros

Em entrevista à TV Vermelho, João Sicsú, economista e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ponderou que o Brasil precisa avançar muito mais na área da educação. Na oportunidade ele citou o programa Ciência Sem Fronteiras, que promove a ida de estudantes brasileiros para o exterior.

Segundo ele, os melhores alunos acabam sendo contratados pelas universidades e pelas multinacionais, ou seja, “a gente forma. E também forma para eles”. O Brasil acaba financiando estudantes brasileiros que estão indo para o exterior para se formar, produzir ciência e tecnologia para os concorrentes da nossa economia. Eu preferia fazer o contrário”.

Durante a entrevista, o pesquisador não deixou de reconhecer os avanços alcançados pelo Brasil. No entanto, ao falar de desenvolviemento, ressaltou que seria um passo interessante para o país se houvesse a ampliação de contratação de milhares de professores do exterior. Para João Sicsú "a importação de cérebros para o Brasil fomentaria o fluxo científico e cultural, atingindo um maior número de estudantes e ampliando o fomento a pesquisa e inovação no Brasil, o que impactaria diretamente no modelo de desenvolvimento".

E frisa: “Seria uma troca muito mais viva para a instituição e não só para as pessoas. A universidade ganharia e não só os estudantes que foram para exterior. Isso daria um resultado imediato. Pesquisadores de primeiríssima qualidade, que certamente viriam para o país ganhando os dez mil reais do Programa Mais Médicos. Esse é um programa barato pela quantidade de informação, conhecimento, desenvolvimento tecnológico que nós podemos obter”.

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