segunda-feira, 8 de abril de 2013

Corpo do poeta Neruda é exumado para investigação da morte


A exumação dos restos do poeta chileno Pablo Neruda para determinar se o artista foi assassinado terminou nesta segunda-feira (8) em apenas uma hora, segundo confirmaram o juiz que investiga o caso e o chefe dos peritos a cargo da diligência. A urna funerária com o corpo do prêmio Nobel de Literatura foi retirada do túmulo onde foi enterrado junto a sua terceira esposa, Matilde Urrutia, na cidade litorânea de Ilha Negra.


Efe
Pinochet Familiares de Neruda carregam o caixão contendo os restos mortais do poeta durante exumação na Ilha Negra, no Chile
A exumação foi rápida porque o tempo e as condições em que os trabalhos foram feitos foram melhores do que se esperava e a que o caixão de Neruda estava separado do de Matilde Urrutia. Após a abertura da urna e a análise com raio-x, o corpo foi transferido até a sede em Santiago do Serviço Médico Legal, explicou o diretor do organismo, Patricio Bustos, que não especificou quando será divulgado o resultado das análises.

Bustos disse que o mais importante nas análises será encontrar a presença de substâncias tóxicas e lamentou não contar com fichas clínicas e biópsias, que, disse, "poderiam ter ajudado a avançar no âmbito pericial e judicial". Algumas mostras podem ser enviadas ao exterior para análise, disse Bustos, que contou aos jornalistas que foram recebidas ofertas da Suíça, Canadá e Suécia.

Neruda (1904-1973) morreu em uma clínica de Santiago em 23 de setembro de 1973, dias depois do golpe militar liderado por Augusto Pinochet que depôs o presidente Salvador Allende. A diligência foi ordenada pelo juiz Mario Carroza, do Tribunal de Apelação de Santiago, durante um processo movido em maio de 2011 com o objetivo de esclarecer se o poeta foi morto por um câncer ou assassinado com uma injeção letal poucos dias depois do golpe de Augusto Pinochet, em 1973. Neruda era comunista e partidário do presidente socialista Salvador Allende, que sofreu o golpe de Pinochet.

Fonte: Efe

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