sexta-feira, 13 de abril de 2012

UBM promove seminário para debater saúde da mulher negra

13 de Abril de 2012 - 15h57

Comprovadamente a mulher negra tem menos acesso à Saúde no Brasil. Levantamentos realizados por instituições respeitadas como o Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea) demonstram que faltam políticas específicas para elas e o acesso a exames e procedimentos é mais restrito. Para discutir a questão, a União Brasileira de Mulheres (UBM) promove o seminário "Combate a Discriminação e Exclusão da Mulher Negra no Acesso ao Atendimento à Saúde".



Arte: União Brasileira de Mulheres (UBM)

O evento acontece na zona Leste de São Paulo (SP), no domingo (15), na UBM leste, entre 15h e 18h30. Também em Guarulhos, no dia 28 de abril, no Centro de Referência de Cultura Negra e Igualdade Racial Xikelela, entre 9h e 12h30.O objetivo das discussões é contribuir para melhorar a qualidade no atendimento no sistema público de saúde.

Segundo dados a 3º edição do estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, negras têm menos acesso a exames como exame clínico de mama .No país 36,4% das mulheres de 25 anos ou mais nunca fizeram o exame clínico de mama. Entre as brancas a proporção é de 28,7% e entre as negras a proporção sobe para 46,3%. E essa desigualdade também se mantém se o recorte for entre mulheres com mais de 12 anos de estudo: 10,5% das mulheres brancas com este nível educacional não fizeram esse exame e 18% das negras com esse nível nunca fizeram exame clínico de mama.

As desigualdades na qualidade do atendimento relacionadas com práticas discriminatórias também atinge outros aspectos no Sistema Único de Saúde (SUS). Fato que é reconhecido pelo Ministério da Saúde que, a partir de dados estatísticos e científicos, relacionou as principais doenças que podem acometer a negra. Dados do Censo de 2000 contabilizaram 36 milhões de mulheres negras no país. Para um tratamento mais adequado às especificidades das negras, respeitando suas singularidades culturais, as áreas técnicas de saúde da mulher incorporaram estratégias.

A hipertensão arterial começa mais cedo na população negra.No Brasil, as síndromes causadas pela hipertensão são a principal causa da mortalidade materna - um terço dos óbitos. Há estudos que demonstram que a taxa de mortalidade por síndromes hipertensivas nas negras é quase seis vezes maior do que nas brancas.

As negras têm 50% a mais de chances de desenvolver diabetes do que as brancas. E um agravante: as diabéticas têm duas vezes mais chances de também sofrerem de hipertensão arterial, se comparar a população geral.

No caso de morte materna em negras, as principais razões estão ligadas à predisposição biológica para determinadas doenças como a hipertensão arterial e a diabetes. Isso está diretamente relacionado à dificuldade de acesso e à falta de ações e capacitação de profissionais de saúde voltadas para os riscos específicos da raça.

A anemia falciforme é a doença genética mais comum no país, com maior prevalência na população negra e tem alto índice de mortalidade.

Abaixo, a programação completa:




Da redação com informações da UBM e Ipea


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