Nassif: tudo o que Cachoeira plantou na Veja
Redação Conversa Afiada
Publicado em 02/04/2012
Antes de mais nada, dedique um pouco de seu tempo, amigo navegante, para ver como a Globo protege a Veja e ainda pede desculpas.
Agora, acompanhe o trabalho do Nassif de desmascarar o detrito de maré baixa.
(O Nassif está preocupado com o fato de a série de reportagens que fez sobre “o caso Veja” ter sumido do Google.)
Leia, também, a post deste ansioso blogueiro, que mostra como “Cachoeira filmou a corrupção nos Correios para vingar Demóstenes“.
Agora, amigo navegante, acompanhe as reportagens de Nassif, antes que sumam de vez:
As matérias que Cachoeira plantou na Veja
Enviado por luisnassif, dom, 01/04/2012 – 20:00
Autor:
Luis Nassif
Em 2008 dei início à primeira batalha de um Blog contra uma grande publicação no Brasil.
Foi “O Caso de Veja”, uma série de
reportagens denunciando o jornalismo da revista Veja. Nela, selecionei
um conjunto de escândalos inverossímeis, publicados pela revista. Eram
matérias que se destacavam pela absoluta falta de discernimento, pela
divulgação de fatos sem pé nem cabeça.
A partir dos “grampos” em Carlinhos
Cachoeira foi possível identificar as matérias que montava em parceria
com a revista. A maior parte delas tinha sido abordada na série, porque
estavam justamente entre as mais ostensivamente falsas.
Com o auxílio de leitores, aí vai o mapeamento das matérias:
DO GRAMPO DA PF DIVULGADO PELA REVISTA VEJA ESTE FIM DE SEMANA:
Cachoeira: Jairo, põe um trem na sua
cabeça. Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente,
sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos
do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos
(…).
Cachoeira: Eu fiquei puto porque ontem ele xingou o Dadá tudo pro Cláudio, entendeu? E você dando fita pra ele, entendeu? (…)
Cachoeira: Agora, vamos trabalhar em
conjunto porque só entre nós, esse estouro aí que aconteceu foi a
gente. Foi a gente. Quer dizer: mais um. O Jairo, conta quantos foram.
Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa
corrupção aí. Quantos já foram, rapaz. E tudo via Policarpo.
Graças ao grampo, é possível mapear
alguns dos “furos” mencionados pelo bicheiro na conversa entre o
bicheiro Carlinhos Cachoeira com o PM-araponga Jairo Martins, um ex-
agente da Abin que se vangloria de merecer um Prêmio Esso por sua
colabiração com Veja em Brasília. Martins está preso, junto com seu
superior na quadrilha de Cachoeira, o sargento aposentado da Aeronáutica
Idalberto Matias, o Dadá, fonte contumaz de jornalistas – com os quais
mantém relações de agente duplo, levando e trazendo informações do
submundo da arapongagem.
O primeiro registro da associação
entre Veja e Cachoeira está numa reportagem de 2004, que desmoralizou
uma CPI em que o biicheiro era invetigado. Em janeiro daquele ano,
Cachoeira foi a fonte da revista Época, concorrente de Veja, na matéria
que mostrou Waldomiro Diniz, sub de José Dirceu, pedindo propina ao
bicheiro quando era dirigente do governo do Rio (2002). Depois disso,
Cachoeira virou assinante de Veja.
As digitais do bicheiro e seus
associados, incluindo o senador Demostenes Torres, estão nos principais
furos da Sucursal de Brasília ao longo do governo Lula: os dólares de
Cuba, o dinheiro das FARC para o PT, a corrupção nos Correios, o espião
de Renan Calheiros, o grampo sem áudio, o “grupo de inteligência” do PT.
O que essas matérias têm em comum:
1) A origem das denúncias é sempre
nebulosa: “um agente da Abin”, “uma pessoa bem informada”, “um espião”,
“um emissário próximo”.
2) As matérias sempre se apoiam em
fitas, DVDs ou cópias de relatórios secretos – que nem sempre são
apresentados aos leitores, se é que existem.
3)
As matérias atingem adversários políticos ou concorrentes nos negócios
de Cachoiera e Demostenes Torres (o PT, Lula, o grupo que dominava os
Correios, o delegado Paulo Lacerda, Renan Calheiros, a campanha de Dilma
Rousseff)
4) Nenhuma das denúncias divulgadas
com estardalhaço se comprovou (única exceção para o pedido de propina de
3 mil reais no caso dos Correios).
5) Assim mesmo, todas tiveram ampla repercussão no resto da imprensa.
CONFIRA AQUI A CACHOEIRA DOS FUROS DA VEJA EM ASSOCIAÇÃO COM DEMÓSTENES, ARAPONGAS E CAPANGAS DO BICHEIRO PRESO:
1) O CASO DO BICHEIRO VITIMA DE EXTORSÃO
Revista Veja Edição 1.878 de 3 de novembro de 2004
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