O presidente do Sindicato das
Empresas de Transportes de Passageiros (Setranspas), Antônio
Tatagiba, disse nesta terça-feira (25) que há 84 dias a Empresa
Municipal de Transportes (Emut) não repassa a nenhuma das 14
empresas de ônibus os valores relativos ao programa Campos Cidadão.
Antônio Tatagiba questionou o fato da Emut não ter convocado, até
o momento, nenhuma empresa de ônibus para esclarecimentos sobre
supostos indícios de fraudes referentes ao cartão. “Se elas
receberam ofício, não teve caráter processual”, afirmou ele,
destacando que o que a Emut fez foi indagar algumas empresas sobre o
porquê do aumento no movimento do cartão. Para Antônio Tatagiba, a
resposta é simples: “Graças ao sucesso do cartão. Se é um
programa que deu certo, tem que crescer”.
Em nota na edição da Folha
desta terça-feira (25), o presidente da Emut, Paulo Mósso,
informou que algumas empresas tiveram os repasses temporariamente
suspensos, até que se conclua a análise dos relatórios de
ressarcimento encaminhados pela empresa RioCard, onde se constata
fortes indícios de fraudes cometidas por algumas empresas de ônibus.
Antônio Tatagiba disse que o que a
Emut precisa responder é o porquê do atraso de 84 dias nos
depósitos relativos ao ressarcimento do Campos Cidadão. “A Emut
está há quase três meses sem repassar nada para as empresas e isso
foge ao bom senso. Se há fraude, a Emut tem que provar, já que o
sindicato tem prova do atraso no pagamento, que são os relatórios
da empresa RioCard TI”, disse ele, destacando que os relatórios da
RioCard são nítidos e transparentes.
A Emut, de acordo com Antônio
Tatagiba, não está efetuando os pagamentos sob pretexto de se estar
investigando. “Então que chame os empresários para dar
explicação”. O presidente disse ainda que as empresas têm
procurado colaborar com o programa. “Houve renovação da frota e
contratação de mais motoristas e cobradores. O não pagamento é
uma agressão”.
Segundo ele, o Campos Cidadão é um
programa vitorioso, mas com algumas falhas. “Não podemos negar que
ele faz uma perfeita distribuição de renda, beneficiando
principalmente quem mora em localidades distantes, mas existem hoje
milhares de cartões provisórios, que acabam descontrolando o
sistema. A Emut está tentando corrigir isso agora, limitando o uso
do cartão em até quatro viagens diárias. Sabemos, inclusive, que a
Emut já passou essa ordem para a RioCard, apesar da lei municipal
não estabelecer esse limite”. Ontem, a equipe de reportagem tentou
contato telefônico com o diretor executivo da RioCard, Homero Luiz
Quintaes, mas ele não se encontrava na empresa.
Em resposta, o presidente da Emut,
Paulo Mósso, informou que a empresa mantém em dia os repasses, que
são processados dentro do rito administrativo regular, com exceção
para os casos que se encontram sob análise por indícios de fraudes,
e que estão sendo avaliados através de auditoria dos relatórios de
ressarcimento apresentados. O município estuda as medidas jurídicas
que serão aplicadas para os casos previstos em lei.
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