sábado, 1 de outubro de 2011

Ato homenageia 90 anos de dom Paulo Evaristo Arns



Por iniciativa do vereador Jamil Murad (PCdoB), a Câmara Municipal de São Paulo realiza na próxima segunda-feira, 3 de outubro, sessão solene em homenagem aos 90 anos de Dom Paulo Evaristo Arns com a entrega do Título de Salva de Prata em reconhecimento ao seu trabalho em defesa dos direitos humanos.
Entre os convidados estão Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura; o jurista Dalmo de Abreu Dallari; o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio e o representante do Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, Paulo César Pedrini.

"Dom Paulo ajudou a mobilizar as forças democráticas nacionais e internacionais em defesa dos direitos humanos, salvou a vida de muita gente e sempre se destacou por sua luta pelos menos favorecidos, tendo papel fundamental em nosso país", disse o vereador Jamil Murad.

Jamil lembrou ainda que "os comunistas compartilharam com ele lutas memoráveis contra a carestia e pela democracia" e o partido chegou a lançar a candidatura de Aurélio Peres para deputado federal e Irma Passoni, ligada à igreja católica, para estadual, chapa eleita em 1978.

Outro episódio recordado pelo vereador aconteceu no final de 1976, quando Dom Paulo teve a informação de que os militares armavam um ataque à direção do PCdoB. "Mas, por conta das dificuldades da clandestinidade, ele não conseguiu fazer contato e infelizmente acabou ocorrendo a Chacina da Lapa". Na ação, morreram os dirigentes Ângelo Arroyo, Pedro Pomar e João Batista Drummond.

Trajetória

Nascido em Forquilhinha (SC) no dia 14 de setembro de 1921, Dom Paulo Evaristo Arns foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966. Desde o início ligou-se ao setor progressista da Igreja, organizando cristãos nas comunidades de base e apoiou a criação de mais de 2 mil CEBs nas periferias da metrópole.

Assumiu o cargo de arcebispo da cidade de São Paulo em 1970, a maior arquidiocese do mundo. Nesta ocasião vendeu o Palácio Episcopal por 5 milhões de dólares e empregou o dinheiro na construção de 1.200 centros comunitários da periferia, demonstrando sua atitude em favor dos menos favorecidos.

Destacou-se como defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, quando combateu a intransigência do regime militar e agiu em favor das vítimas da repressão. Passou a ser o porta-voz dos que sofriam torturas nas prisões e aparelhos paramilitares em razão de atividades políticas.

No final dos anos 70 assumiu o projeto "Brasil Nunca Mais", transformado em livro, no qual foi realizada uma investigação minuciosa nos arquivos militares que comprovou a prática da tortura durante o regime militar. Também foi ele o criador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, que atua em defesa dos direitos humanos.

Sempre esteve ao lado dos líderes sindicais nas greves, apoiou a campanha contra o desemprego, contra a carestia e o movimento pelas eleições diretas. Sua luta em defesa dos oprimidos e pelo fim da desigualdade social lhe valeu dezenas de prêmios no mundo, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado oficialmente para o Nobel da Paz.

Serviço:
Sessão solene de entrega da Salva de Prata a Dom Paulo Evaristo Arns
Dia 3 de outubro, segunda-feira, às 19h
Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar – Bela Vista

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Fonte: site do vereador Jamil Murad (PCdoB)

wwww.jamilmurad.com.br

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