quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Votorantim paga dívida da OSX












A OSX, empresa de construção naval do grupo EBX, de Eike Batista, que tem como maior empreendimento a Unidade de Construção Naval (UCN) no Superporto do Açu, passa a ter como novo credor o Banco Votorantim. O banco era o fiador do empréstimo de R$ 548 milhões concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), que venceu na última sexta-feira, mas que não foi pago pela OSX. 
No último dia 11, empresa de construção naval formalizou pedido de recuperação judicial, assumindo um passivo de R$ 4,5 bilhões. O empréstimo do BNDES, concedido para as obras no estaleiro de Eike no Porto do Açu, em São João da Barra, venceu inicialmente em agosto, e já havia sido prorrogado duas vezes, para outubro e novembro. Fazia parte de um financiamento maior, de longo prazo, que foi suspenso por falta de recursos.
O Votorantim — que registrou prejuízo de R$ 159 milhões no terceiro trimestre — vai provisionar a dívida em seu balanço financeiro do quarto trimestre. De acordo com fontes ligadas ao banco, não há grande preocupação acerca de um eventual calote de Eike por dois motivos: no caso da OSX, há ativos suficientes para fazer caixa e honrar todo o passivo, e a dívida representa menos de 1% dos ativos totais do banco.
A empresa de construção naval tem quatro plataformas, pretende vender três delas e uma será alocada no campo de Tubarão Martelo, última aposta de Eike de encontrar petróleo em volume suficiente para evitar a falência da combalida OGX. Nem o BNDES nem o Votorantim se manifestaram sobre o assunto.
Na última segunda-feira, Jesús Zabalza, presidente do Santander Brasil, que também integra o grupo de bancos credores das empresas X, foi sucinto ao ser indagado sobre a exposição às dívidas do conglomerado.
— Nós não falamos nunca de clientes. A exposição é bem pequena. É inexpressiva para o capital do Santander —  disse a jornalistas, após participar do lançamento do III Encontro Internacional de Reitores Universia, apoiado pela instituição, no Rio de Janeiro. .
No último dia 5, o Santander garantiu a renovação de um empréstimo-ponte de R$ 461,4 milhões do estaleiro da OSX no porto do Açu.
Pedido de recuperação judicial à espera
A empresa de construção naval OSX foi a segunda empresa do grupo de Eike a entrar com pedido de proteção judicial. Documento divulgado pela OSX diz que o pedido incluiu a holding e as controladas OSX Construção Naval S.A. e OSX Serviços Operacionais Ltda. Antes do pedido feito por esta empresa, a petroleira OGX, que já foi a principal empresa de Eike, entrou com pedido de recuperação judicial, depois de meses de negociação, sem acordo, com seus credores. É o maior processo de recuperação judicial já feito no Brasil.
A OSX, cujos ativos incluem o estaleiro inacabado, é uma das principais credoras da OGX. Quase todos os negócios da OSX dependem da OGX, uma vez que a empresa de construção naval foi criada para fornecer plataformas de produção à petroleira.
A recuperação judicial, antiga concordata, é uma opção para empresas que estão em crise, mas acreditam ter chances de sobreviver se forem acionadas algumas medidas.


Foto: Divulgação LLX reportagem fmanha.com.br

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