domingo, 8 de junho de 2014

Muita sujeira! GAP: um ano e nada resolvido


Para onde vai os Royaltes?
Onde está o dinheiro da saúde?
Até quando o povo de Campos vai se permiti sofrer assim?

CAMPOS NÃO É COFRINHO DE CAMPANHA!
Alexandre Bastos
Nos últimos 12 meses a população de Campos acompanhou uma novela que contou em seu enredo com mistério, suspense, fantasma, intrigas, punições e reviravoltas. Desde o rompimento do contrato com a empresa GAP, em junho do ano passado, após a descoberta de um dono fantasma, o município ainda não conseguiu colocar nas ruas a quantidade necessária de ambulâncias. Vencedora da licitação realizada em 2013, a empresa No-va Master teve o seu contrato rescindido há 15 dias com a alegação de que a empresa “não cumpriu com as obrigações previstas no contrato”. Agora, uma nova licitação deve ser realizada.
Em abril, o secretário de Administração de Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, ainda tinha esperanças e chegou a descartar romper o contrato com a Nova Master. Na ocasião, ele ainda deu um prazo para que empresa liberasse os veículos em 45 e 60 dias, cumprindo o contrato das 82 ambulâncias novas. Segundo ele, a complexidade jurídica para realizar uma nova licitação, deu lugar a mais essa espera, já que a empresa ganhou o certame na Justiça. Porém, antes mesmo dos 60 dias, a paciência se esgotou e o contrato foi rescindido. Até março a empresa entregou 26 ambulâncias. Vale lembrar que no último dia 24 de março a Prefeitura pagou R$ 496 mil referentes à primeira parcela do contrato com a Nova Master, de um contrato de quase R$ 2 milhões/mês. Em Campos, o contrato com a empresa foi assinado no dia 10 de dezembro de 2013. Antes, no dia 7, a prefeita Rosinha Garotinho (PR) afirmou que recebeu a informação que a empresa não teria os veículos. “Eu soube disso e avisei que era para ter atenção redobrada”, disse Rosinha na ocasião.
A bancada de oposição na Câmara, que acompanhou o processo licitatório de perto, usou a tribuna por diversas vezes para comentar sobre a falta de ambulâncias. “Antes o dono era fantasma. Porém, dessa vez, vimos que os donos eram de verdade. O problema é que dessa vez as ambulâncias é que eram fantasmas”, disse o vereador Marcão (PT). Em dezembro do ano passado o vereador Rafael Diniz (PPS) já havia feito um alerta no Legislativo.“O governo disponibiliza R$ 2 milhões por mês com o aluguel das ambulâncias. Esse dinheiro é de toda a população de Campos. Por isso, não podemos deixar de fazer algumas perguntas. Está caro? Não seria melhor comprar ambulâncias, adquirir patrimônio e evitar problemas como o que ocorreu com a GAP? Não houve uma vistoria técnica para saber se a empresa tem experiência no ramo?”, indagou Rafael Diniz, que foi além. “Olhando o site da empresa não encontramos nada sobre ambulâncias. É importante deixar bem claro que estamos falando de vidas. Não podemos transportar uma pessoa como quem leva um sofá de um local para o outro”, disse.
Agora, após a nova rescisão, o parlamentar disparou: “Avisamos lá atrás. Vejam quantos meses se passaram para a Prefeitura notar que a empresa não tinha condições de prestar o serviço. Desde o meu desabafo na Câmara até hoje, já são quase seis meses. Quem perdeu muito com isso foi a população”, frisou Diniz.
Garotinho e o seu “amigo invisível”
No dia 07 de junho do ano passado a Prefeitura de Campos publicou no Diário Oficial a rescisão do milionário contrato com a GAP Comércio e Ser-viços Especiais, cujo dono era o empresário “fantasma” George Augusto Pereira. Ainda em 2009, no primeiro ano da gestão de Rosinha, a GAP foi contratada para alugar ambulâncias ao município. A empresa recebeu R$ 32 milhões entre 2009 e 2011 e, até junho do ano passado, ainda mantinha em vigor um outro contrato de R$ 15 milhões. O Ministério Público do Rio apontava fraude na licitação que resultou na contratação desde agosto de 2011. A Prefeitura, porém, só rompeu o contrato com a GAP após a revista Época revelar, em maio do ano passado, que o dono da empresa GAP pertence ao mundo da ficção. Ele foi apontado pela revista como o “amigo invisível de Garotinho”.
Além de prestar serviço à Prefeitura administrada por Rosinha, a GAP foi contratada em 2011 pelo gabinete de Garotinho para locar um carro que transportava o deputado em Brasília. A despesa foi paga com dinheiro da Câmara, que banca a atividade parlamentar. Na mesma época, a empresa chegou a emprestar um car-ro para Wladimir Garotinho, presidente do PR em Campos.
Prefeitura explicou o porquê de alugarPrefeitura explicou o porquê de alugar
Questionada pela Folha da Manhã em dezembro do ano passado sobre o porquê de alu-gar as ambulâncias e não comprar, a Prefeitura de Campos, através da secretaria de Comunicação, disse que foi uma questão de economia: “Partindo do princípio da Economicidade, o município, ao contrário do que possa parecer, economiza recursos dos cofres públicos ao optar pela locação de veículos como a realizada para as ambulâncias. Segundo o diretor de contratos da secretaria municipal de Administração e Gestão de Pessoas, André Rodrigues, o aluguel representa maior eficiência e eficácia ao serviço a ser oferecido, uma vez que o custo com manutenção do veículo, garagem por 24 horas, seguro, contratação de motorista e reposição, quando necessário, de veículo e profissional num prazo de 24 horas ficam sob responsabilidade da empresa contratada”, afirmou em nota.


A Prefeitura ainda acrescentou: “O diretor destacou que, sobretudo a população, ganha com a não suspensão do serviço oferecido, já que a empresa terceirizada cumpre um contrato em que está assegurada a substituição de veículo ou profissional. André também ressaltou que o valor pago engloba não apenas o aluguel do veículo, mas todos os gastos acima citados e que, ao município, no caso de compra de veículos próprios, acarretaria um custo maior.

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