domingo, 8 de junho de 2014

Dengue: morte acende o alerta. Será mesmo?

Salas de aulas superlotadas?
Hospitais cheias de gente nos corredores?
Filas virando a madrugada por um atendimento médico?

É desta forma que estão preocupados?

CAMPOS NÃO É COFRINHO DE CAMPANHA!

Mário Sérgio Junior -fmanha.com.br
Apesar de os casos de dengue em Campos terem sido poucos este ano, todo cuidado é pouco quando se fala na doença que vitimou 15 mil pessoas, levando quatro a óbito, em 2013. A Secretaria Municipal de Saúde alerta para que a população não descuide a atenção com os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em seus quintais. Na segunda-feira passada, uma menina de dois anos morreu com suspeita de dengue grave, que resultou em um quadro respiratório gravíssimo.
Segundo o secretário de Saúde e vice-prefeito de Campos, Doutor Chicão, até o momento foram confirmados 20 casos de dengue no município de todos os tipos, sendo que há 500 notificações. Em relação aos três óbitos, apenas um foi confirmado. Os outros ainda estão sob investigação. “Não existe epidemia. O alerta deve ser feito, porém, sem alardes. Não basta o poder público tomar as medidas, a população tem que fazer sua parte, pois 90% dos focos são encontrados intradomicílios”, disse.
O diretor de Vigilância em Saúde, CharbellKury, informou que 2014 é um ano endêmico para dengue. “Vivemos um momento aparentemente tranquilo, porém é uma falsa sensação. No ano passado, tivemos a maior epidemia de dengue dos últimos anos. No entanto, este ano a doença vem de forma silenciosa e com sintomas atípicos. Nenhum dos casos começou com os sintomas comuns da dengue. Não é um momento de alarme, mas sim, de alerta”, frisou.
Na última semana, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizou o 3º Levantamento do Índice Rápido de Infestação do Mosquito Aedes Aegypti (LIRAa) deste ano. Segundo Dr. Chicão, o 2º LIRAa mostrou que o Índice de Infestação Predial (IIP) do município caiu de 2.2, em janeiro, para 1.1 em março. O último levantamento foi realizado entre os dias 17 e 20 de março.
— Mesmo com toda informação oferecida pelo CCZ e pela imprensa, quase 30% dos criadouros foram encontrados em depósitos móveis, dentro de imóveis residenciais, como vasos e pratos, frascos com plantas, bebedouros de animais, etc. Outros 24,7% foram encontrados em depósitos ao nível do solo. Os agentes de endemias também encontraram muitos criadouros em calhas, lajes, ralos, sanitários em desuso, entre outros — afirmou o vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor Chicão.
Prefeitura afirma que visitou 110 mil casas
Segundo matéria publicada no portal da Prefeitura, o mutirão de combate e prevenção à dengue da Secretaria Municipal de Saúde visitou mais de 110 mil imóveis, de janeiro a maio de 2014. No entanto, apenas 88 mil imóveis foram vistoriados por terem gente para receber a equipe do CCZ e aproximadamente 22 mil domicílios estavam fechados.
O Centro, Parques São Benedito, Turfe Clube, Bonsucesso, Jardim Carioca, João Seixas e Pelinca, e em Goitacazes foram alguns dos bairros que receberam mutirões do CCZ como instrumento de prevenção da doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Além dos imóveis, os agentes de endemias fiscalizaram 3.378 terrenos baldios e recolheram 8.667 sacos de lixo e 438 pneus. Cento e nove focos do mosquito foram eliminados.
Segundo o vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor Chicão, o objetivo foi conscientizar e orientar a população quanto ao controle do mosquito. “O mutirão contou com uma grande estrutura montada em parceria com diversos órgãos municipais: 127 agentes do CCZ, 30 funcionários da Secretaria de Limpeza Pública, Praças e Jardins e outros 15 agentes da Secretaria de Obras, Urbanismo e Infraestrutura estão envolvidos na ação”, disse.
Índice de infestação até já reduziu no município
O último boletim do Ministério da Saúde (MS) – com o balanço da doença até o dia 17 de maio de 2014 – mostrou redução de 65% no número de casos em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano, foram 450.091 notificações contra 1.292.642 em 2013, queda de 65% no mesmo período (1º/01 a 17/05). Os óbitos pela doença diminuíram 78% em relação a 2013. Neste ano, foram confirmados 106 óbitos contra 472 no ano passado.Segundo o MS, o órgão tem repassado recursos para campanhas de prevenção da dengue. Em 2013, destinou adicional de R$ 363 milhões para o aprimoramento das atividades de prevenção e controle da dengue dos municípios brasileiros.


Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o risco de crescimento da dengue está descartado. “Nós acreditamos que a redução desta semana epidemiológica, que ainda não está fechada, e da próxima, chegará a cerca de 99%, um risco extremamente baixo para a população”, pontuou.

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