sexta-feira, 30 de março de 2012

A saúde vai bem, obrigado! Continuam faltando medicamentos básicos na Farmácia Popular

Ulli Marques

A falta de medicamentos na Farmácia Municipal, da secretaria de Saúde não é um problema recente. Denunciado pela Folha da Manhã no mês de janeiro, a equipe de reportagem retornou ao local ontem e a situação parece não ter sido solucionada. Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que vão até o local à procura dos medicamentos estão voltando para suas casas de mãos vazias.
A dona de casa Ivone Pereira Velasco, disse que está à procura de remédios para pressão alta, arritmia cardíaca, além de medicamentos tranquilizantes há cerca de quatro meses e a resposta é sempre a mesma.

— Confesso que estou cansada de ouvir as palavras “procedimento” e “licitação”, porque são sempre essas respostas que nos dão quando a gente chega aqui procurando algum remédio. Até mesmo aqueles de baixo custo, como AAS não estão disponíveis, no entanto, para uma mulher com dois filhos, desempregada e vivendo com os R$ 70 do programa Bolsa Família, qualquer valor é alto, principalmente quando sabemos que receber esse medicamento gratuitamente é nosso direito — reivindicou Ivone. Segundo ela, os medicamentos que ela procura e que estão em falta são Losatana, Omeprazol, Rivotril e Hidroclorotiazida.

O mesmo problema acontece com a doméstica Juremir Leal Ferreira. Todo mês ela vai até a Farmácia Municipal com o intuito de conseguir os medicamentos para sua mãe, Izaltina Leal, 92 anos, que está bastante debilitada por conta da idade avançada e do infarto que sofreu no ano passado. No entanto, a carência no local a obriga a gastar toda a aposentadoria da mãe e metade de seu salário com medicamentos.

— Minha mãe tem 92 anos, portanto ela deveria ter prioridade, mas não é isso que acontece. A impressão que dá é que depois que começaram essas obras por toda a cidade, a verba para a saúde diminuiu e a falta de medicamentos na farmácia cresceu. Preciso de um medicamento para hipertensão chamado Diovan que custa mais de R$ 100 e desde novembro eu não encontro na farmácia, o que fazer em uma situação como essa? — indagou Juremir.

Outros remédios também estão em falta na Farmácia Municipal, como o Leite Modulen, utilizado por pacientes com câncer, Dipirona Sódica, Amoxilina Suspensão, para infecções bacterianas, Atenolol de 25 e 50mg, para doenças cardiovasculares, metildopa, para combater hipertensão, metformina de 500 e 850mg e glibenclamida, para diabetes, entre outros.

De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria de Saúde, a Farmácia Municipal atende cerca de mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por dia, disponibilizando ainda 331 itens da farmácia básica e de saúde mental, além de injetáveis para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadas pelo município de Campos.

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