sábado, 11 de fevereiro de 2012

PMs e bombeiros apostam em negociação com governo do Rio

10 de Fevereiro de 2012 - 18h08

Policiais e Bombeiros do Rio de Janeiro que cruzaram os braços desde a manhã desta sexta-feira (10) esperam que movimento não se estenda muito. Eles aguardam uma audiência com o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, para apresentar uma proposta alternativa à inicial, de reajustar o salário para R$ 3.500.



No final da tarde de sexta, a lei que amplia os benefícios a policiais civis e militares, bombeiros e inspetores de Segurança e Administração Penitenciária foi publicada no Diário Oficial do Executivo e sancionada pelo governador.

Segundo informações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), os profissionais terão antecipado o reajuste que inicialmente seria pago em 48 parcelas. 

"A orientação é se manter aquartelado, não ir para a rua. As prisões efetuadas são um instrumento de pressão. Mas não vamos recuar até conseguir sentar à mesa de negociação com o governador e apresentar nossa proposta alternativa. A greve se mantém", disse ao Vermelho Vanderlei Ribeiro, presidente Associação de Praças da PM e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra).

Instantes antes de decidirem sobre a greve, em uma assembleia com cerca de duas mil pessoas, na Cinelândia, quinta, o comando de greve dos policiais esteve com o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Paulo Melo (PMDB), para costurar um acordo e evitar a paralisação. O que não foi possível. Os membros das três corporações que, juntas, somam 70 mil homens, aprovaram o movimento grevista.

"É possível que haja esse encontro com o governador e que possamos caminhar para uma solução mais rápida do que na Bahia. Hoje tivemos pelo menos metade do efetivo aderindo à greve", afirma Vanderlei Ribeiro.

Os profissionais de segurança pública disseram que 30% do efetivo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil ficarão à disposição para casos de emergência. Além do reajuste salarial, reivindicam a liberdade do cabo Benevenuto Daciolo e R$ 350 de vale tranporte e R$ 350 de tíquete-refeição.

Alerj

A Alerj foi procurada mas não confirmou as negociações com os policiais. No final da tarde, divulgou que a medida foi proposta pelo governo do estado e aprimorada em plenário pelos deputados ontem (9). O texto do substitutivo reduziu as parcelas, que agora serão duas: 13% neste mês e 26% em fevereiro do próximo ano – englobando o percentual que seria pago em outubro de 2013. Na lei há um novo reajuste em fevereiro de 2014, que corresponderá ao dobro da inflação registrada no ano anterior.

A Alerj também disse que a lei garante a criação de um banco de horas extras para que os profissionais da segurança e defesa civil possam prestar serviços fora do horário normal.

Presos e indiciados

O chefe do Estado Maior Administrativo da Polícia Militar, coronel Robson Rodrigues da Silva, declarou durante à tarde de sexta que 59 policiais haviam sido presos e outros 100 foram indiciados por crime militar ou transgressão disciplinar de natureza grave.

Segundo o coronel Robson, entre os presos está o ex-corregedor da PM, o coronel reformado Paulo Ricardo Paúl que, como os demais policiais que tiveram a prisão pedida pela justiça, são considerados líderes da greve ou tiveram atitude relevante no movimento.

O comando da PM fez um acordo com o governo do estado para que os presos fossem para Bangu 1 por conta de melhores acomodações e evitar o risco de incitação de outros presos na Unidade Prisional da PM.

Exército

O secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, garantiu na quinta que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado. O Exército deve fazer o  policiamento no estado e os da Força Nacional auxiliarão no trabalho dos bombeiros, em caso de paralisação dos servidores de segurança do estado.

Da Redação, com agências

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