sábado, 29 de dezembro de 2012

Família acusa Hospital de negligência em morte de jovem grávida

Alegando negligencia médica, a família de Francinete de Sousa Peixoto, de 20 anos, registrou ocorrência na 134ª DP na madrugada de hoje. De acordo com a versão da família, a paciente, grávida de oito meses, teria dado entrada no Hospital Plantadores de Cana no último dia 16, apresentando dores embaixo da barriga. Após uma semana de internação, a criança morreu e Francinete teria ficado cinco dias com a criança morta na barriga, vindo também a falecer na última sexta-feira, por volta de 00h20. Na delegacia, o registro foi feito como homicídio culposo — quando não há intenção de matar. Já o diretor clínico da instituição, Fernando Azevedo, informou, por telefone, que como o quadro da paciente evoluiu muito rápido, há suspeita de que ela estivesse com a gripe H1N1.

Segundo o registro de ocorrência, a mãe de Francinete, Josinete Mattos de Sousa, de 42 anos, contou que no dia 16 de dezembro, a filha teria sentido dor embaixo barriga e procurado o Sandu de Guarus, sendo encaminhada para o Plantadores de Cana. De acordo com ela, a filha teria sido medicada com uma injeção e liberada em seguida. Mais tarde, por volta de 20h, ainda com dor e também apresentando febre, Francinete teria voltado para o hospital.

Segundo relato da mãe, foram feitos exames na filha, onde teriam diagnosticado infecção urinária. A paciente ficou internada e durante três dias foi medicada e apresentou melhora, pois não estava mais com febre, apenas a dor persistia. “No dia 19, quarta-feira, ela começou a sentir falta de ar. Ela foi levada para fazer raios-X e disseram que constataram uma infecção no pulmão, foi quando a internaram na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)”, contou a mãe.

De acordo com Josinete, no segundo dia na UTI, a filha já não estava mais lúcida e respirava com ajuda de tubos. Durante este período, a mãe contou que sempre perguntava pelo bebê e os médicos informavam que estava tudo bem. Ela disse ainda que ele, inclusive, se mexia. No dia 23, quando chegou ao hospital, a mãe da paciente foi informada de que o bebê havia morrido.

— Ninguém me explicou o motivo da morte. Eles ainda disseram que o bebê não podia ser retirado porque tal ato poderia oferecer risco a vida da minha filha. No dia 27 o médico disse que ela havia apresentado melhora e já estava se alimentando com leite por meio da sonda. No dia 28, por volta de 09h30, recebi uma ligação do hospital. A pessoa pediu para falar com algum parente, quando me identifiquei como mãe, a pessoa apenas disse “A senhora pode trazer os documentos dela todos para cá e que Deus te abençoe” — relatou a mãe de Francinete.

Após a ligação, familiares foram até o hospital e a morte da paciente por volta de 00h20 foi confirmada pelo médico Fabrízio Leal Fonte. Segundo a mãe, a família está revoltada com o ocorrido e pediu que o corpo fosse levado para o Instituto Médico Legal (IML) para realização do exame de necropsia para investigação da morte. Segundo a família o exame deve ficar pronto no prazo de dez dias.
Diretor clínico rebate

O diretor Clínico do Hospital Plantadores de Cana, Fernando Azevedo, informou que a paciente Francinete de Souza Peixoto deu entrada no hospital com um quadro de febre, dor lombar e no baixo ventre que se agravou para uma infecção respiratória aguda gravíssima, comprometendo os dois pulmões, com suspeita de gripe H1N1. Ele acrescentou que além do quadro ter sido agravado a equipe médica teve dificuldades para medicar a paciente, que se negava a ingerir os medicamentos.

— A paciente teve total assistência médica, com médicos 24 horas monitorando o quadro clínico, que se agravou muito rápido, não respondendo mais aos efeitos dos antibióticos. A evolução do quadro infeccioso nos dois pulmões foi muito rápido o que acredito, mas não posso afirmar que pode ter sido agravado pela gripe H1N1. Tivemos dificuldades em medicá-la, pois ela não queria ficar internada. Em momento nenhum ela deixou de ser assistida, fizemos de tudo para salvar tanto a vida do bebê, quanto da mãe, mas infelizmente não foi possível — disse o diretor clínico.

Bianca Alonso e Jane Ribeiro www.fmanha.com.br

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