quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Competência e profissionalismo, é preciso!


Ministro da Defesa fala sobre situação das Forças Armadas

O Ministério da Defesa vai promover em dezembro uma reunião com representantes das Forças Armadas para identificar as prioridades de investimento no Exército, Marinha e Aeronáutica. O anúncio foi feito pelo ministro Celso Amorim em audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na manhã desta quarta-feira (9). Ele também falou sobre a revisão nos manuais de contra inteligência.


A audiência discutiu o estágio atual do reequipamento das Forças Armadas, a situação do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e a licitação (que vem sendo adiada desde os governos FHC) para a aquisição de caças pela Força Aérea Brasileira.

O ministro admitiu que um dos principais problemas tem sido a descontinuidade na aplicação dos recursos, o que provoca prejuízos na execução de ações e programas. E citou, como exemplo, os projetos de construção do submarino nuclear e do lançador de foguetes da base de Alcântara.

O ministro explicou que os profissionais que atuam nesses projetos são especializados e atrasos ou descontinuidade de orçamento acabam desfazendo as equipes. Apesar dos problemas orçamentários, Celso Amorim prevê que o projeto do lançador de foguetes deve estar concluído em 2015 e o do submarino, em 2025.

Ele defendeu também uma revisão urgente dos salários nas Forças Armadas, destacando que um segundo-tenente ganha cerca de seis mil reais - valor menor do que o pago a várias carreiras de estado.

Contra inteligência

Amorim também informou, durante a audiência, que determinou a revisão dos manuais de contra inteligência do Exército e da Marinha para adequação da linguagem utilizada nos textos que deve ficar pronto em até três meses. Ele considera os serviços de contra inteligência “absolutamente necessários”.

"Ninguém pode ter dúvida sobre a necessidade da contra-inteligência. O Brasil é um país grande e tem que se defender. O que eu tenho detectado é um problema de vocabulário que não é mais adequado à época atual", comentou Amorim.

O manual de contra inteligência das Forças Armadas foi denunciado em recente reportagem da revista Carta Capital. Segundo o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o texto de um manual secreto do Exército fere a Constituição Federal, ao permitir "bisbilhotagem e espionagem" de organizações não governamentais, sindicatos e partidos políticos.

O "Manual de Campanha Contra-Inteligência", de acordo com matéria da revista, tem 162 páginas que tratam de ações como política de infiltração de agentes de inteligência militar e refere-se à população não fardada como "forças/elementos adversos".

De Brasília
Com agências






Exemplo!

Chile: militares são condenados por sequestro na ditadura

Os líderes máximos da Direção de Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta do Chile na ditadura, foram condenados a 15 anos de prisão e sem benefícios por causa do sequestro qualificado em 1974 de Sergio Riverosl.


O juiz da Corte de Apelações de Santiago, Alejandro Solís, condenou em primeira instância os ex-militares Manuel Contreras, Miguel Krassnoff, Marcelo Moren, Basclay Zapata e Nelson Paz.

Riveros, militante do Partido Comunista, foi detido em 15 de agosto de 1974, em sua residência por agentes do grupo Falcão, da Dina. Ele foi levado à prisão clandestina e centro de torturas Londres 38, onde foi visto por várias testemunhas. Desde esta data, não houve mais notícias de seu paradeiro.

Os agentes estavam acompanhados de Luz Arce, ex-militante socialista que se tornou colaboradora dos aparatos repressivos após sua prisão e que informou os militares sobre a identidade e o paradeiro de Riveros.

Porém, em 1990, ela desertou da Dina e começou a fazer uma série de denúncias e prestou depoimento em diversos julgamentos sobre desaparecidos da ditadura.

Fonte: UOL

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Questão Racial: A violência está maquiada


Questão Racial: A violência está maquiada

Pesquisa do IPEA encontrou falha nas informações sobre homicíos do Rio de Janeiro que alteram completamente a realidade da violência no estado; segundo pesquisador, há um incentivo para produção de dados errados.

25/Out/2011 Por Clara Roman


Um problema estatístico tem maquiado a realidade criminal no estado do Rio de Janeiro. Enquanto os últimos dados mostram uma redução de 28% dos homicídios no estado entre 2006 e 2009, um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) indica que essa queda foi de apenas 3,6%, se consideradas as mortes indeterminadas. Para o autor da publicação, Daniel Cerqueira, grande parte do problema está com a polícia.

A pesquisa fez uma análise dos casos das mortes indeterminadas, que tiveram um aumento de 116% desde 2007. O pesquisador buscou o histórico dessas vítimas, até então desconhecido pelos institutos médicos responsáveis, e comparou com o perfil já conhecido das mortes por acidente, homicídio e suicídio. Os assassinatos geralmente ocorrem nas ruas, contra homens jovens, pretos ou pardos. Suicídios acometem em sua maioria homens brancos de 45 anos. E acidentes, idosos. Ambos, dentro de casa.

A partir desse modelo e utilizando técnicas estatísticas, Cerqueira pôde concluir que a maioria das mortes indeterminadas se enquadra no perfil da vítima de homicídio. Em 2009, por exemplo, são mais 3.165 aos já 5.064 homicídios registrados. “Nós fizemos um trabalho que o Instituto Médico Legal e a polícia deveriam fazer, que é determinar qual foi a intenção do incidente”, diz Cerqueira.

A deterioração constatada do sistema de dados a partir de 2007 podem ser explicadas tanto por uma desorganização no sistema que, “de uma hora para outra ficou completamente incapaz de classificar corretamente as mortes” ou por fraude, diz Cerqueira.

“Para mim, o sistema de produção sobre as causas de morte violenta é feito para não gerar informações de qualidade. Parte tem a ver com o Instituto Médico de Legal, mas grande parte deste problema está com a polícia do Rio”, diz ele. Cerqueira enxerga nos dados incongruentes uma falta de incentivo para se ter informações de qualidade. Para o pesquisador, o Instituto Médico Legal não tem a estrutura necessária para averiguação dos dados. Além disso, a polícia realiza uma espécie de boicote ao trabalho do médico legista. “Quando ocorre um crime violento com vítimas fatais, a própria polícia é a primeira a desfazer a cena do crime, deslocando o corpo da vítima já morta para o hospital, e assim extingue os elementos materiais que permitiriam a identificação precisa das circunstâncias em que o delito foi cometido.”

Para Cerqueira, essa realidade se insere no próprio contexto da Polícia do Rio de Janeiro. “Grande parte da policia do Rio está comprometida com o crime, com grupos de extermínio, com um grande cooporativismo. Você não tem instrumentos para ter informações de qualidade, e sim todo incentivo para não produzir essas informações que podem eventualmente complicar alguém mais à frente.”

“Quanto menos informações houver determinando as circunstâncias do evento criminal, menores os riscos para os policiais envolvidos nos crimes e maiores são os lucros privados, seja por origem ilícita, seja proveniente da premiação do Estado”, diz o estudo.

Os dados alterados, no entanto, são utilizados como confiáveis para retratar uma realidade inexistente. A própria Onu, em seu último relatório sobre homicídio no mundo, utiliza essas informações para ressaltar a queda de homicídios no Rio de Janeiro. Para esse tipo de ocorrência, há bases de dados tanto da Polícia quanto do Ministério de Saúde, que foram utilizados pelo IPEA. E apesar das falhas, possuem um grande reconhecimento internacional.

“Não confio nos dados da polícia. Por isso utilizei a base de dados do Ministéro da Saúde na produção desssa informação. Mas eles utilizam informações da polícia. E é aí que está o problema”, afirma. Cerqueira lembra também que a taxa de elucidação dos homicídios é muito baixa, com apenas 8% dos dados solucionados.

Carta Capital


Questão Racial: Em artigo, Martinho da Vila defende Orlando Silva


Em artigo publicado no jornal O Dia, o consagrado sambista Matinho da Vila defende o ex-ministro do Esporte Orlando Silva e lembra: “Não dê ouvidos às intrigas e calúnias; só a árvore que produz frutos é que se vê apedrejada, para deixá-los cair. À árvore estéril ninguém dá importância e a calúnia pode ser uma honra para quem a recebe”. Martinho apoia Aldo Rebelo, mas disse ter ficado com a saída de Orlando Silva.

06/Nov/2011 Por Martinho da Vila

Salve, meu anjo da guarda!

No horóscopo chinês, sou do signo de Tigre, e no ocidental, de Aquário. Na religião afro, todos têm um orixá de cabeça, um de costa e um de frente. Para saber qual é o seu santo protetor, caríssimo leitor, terás que submeter-se a um jogo de búzios. Convém consultar três babalorixás ou ialorixás para confirmar. No judaísmo e no catolicismo, todos têm um anjo da guarda e um arcanjo. Fazendo o exercício do livro dos anjos é possível saber qual nos protege.

Dona Ivone Lara me disse que tenho de me lembrar sempre do meu anjo da guarda para ele não esquecer de mim. Disse também que quem tem um protetor forte sai ileso das situações mais embaraçosas e não entra em fria. Meu santo-forte é poderoso e já me livrou de muitas situações difíceis — como podem observar em três ocasiões que vou citar, que poderiam me deixar mal, mas eu fiquei numa boa.

Na primeira, quando era sargento do Exército, ia viajar para o Oriente Médio e, na última hora, fui cortado do Batalhão Suez. Fiquei chateado, mas depois feliz porque, com o corte, escapei de sofrer com a Guerra dos Seis Dias. Na segunda, na hora do embarque, fui transferido do voo do avião da Varig que caiu em Orly e todos os passageiros morreram. Na terceira, escapei de ser vítima do humor sarcástico de algum cronista sensacionalista, vejam só: pretendia fazer uma escolinha de futebol lá na terra do Arouca, que joga pelo Santos do Neymar, e ia inscrever o Instituto Cultural Martinho da Vila no programa Segundo Tempo da Secretaria Nacional de Esporte Educacional, com o objetivo de formar outros Aroucas em Duas Barras. Como o ICMV vai passar por uma reforma e está com as atividades suspensas, pensando bem, achei melhor esperar a conclusão das obras da sede e, depois de retomada as atividades, batalhar pela escolinha.

Creio que foi um anjo que me guiou para tal decisão porque, mesmo se eu tivesse conseguido o patrocínio, o campo não estaria pronto e um comentarista político maldoso poderia soltar o verbo pra cima de mim, possivelmente assim: “Sambista filiado ao PCdoB, amigo do Orlando Silva, que já fez festa de aniversário para o ministro em sua residência na Barra e que já o hospedou em sua fazenda, recebeu dinheiro do Programa Segundo Tempo do Ministério dos Esportes e não fez nada”.

É… meu santo é mesmo forte. Meu anjo da guarda está sempre de plantão, e meu arcanjo não dorme. O comentário seria uma calúnia, pecado que deveria ser classificado como capital, mas eu nem iria me amofinar e permaneceria com o meu sorriso aberto porque está escrito: “Não dê ouvidos às intrigas e calúnias; só a árvore que produz frutos é que se vê apedrejada, para deixá-los cair. À árvore estéril ninguém dá importância e a calúnia pode ser uma honra para quem a recebe”. Continuo sorrindo porque o correto Aldo Rebelo assumiu a pasta, mas fiquei triste com a queda do ministro Orlando Silva.


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7 bilhões ameaçam a Terra?


No momento em que o mundo alcança a marca de sete bilhões de habitantes (em 31 de outubro), o fantasma de Thomas Robert Malthus anda à solta outra vez. A imensa maioria dos comentaristas faz uma relação imediata entre o tamanho da população e a disponibilidade de alimentos, os mais argutos chegam a comentar o modelo de desenvolvimento dominante, e a conclusão mais comum diz que a Terra chegou a seus limites e que não cabe mais gente no planeta.

O argumento de Malthus já causou alarme quando foi publicado, em 1798 – e a Terra não tinha alcançado, ainda, a marca de um bilhão de habitantes. A produção de alimentos cresce mais lentamente do que a população e vai chegar um momento em que faltarão alimentos para todos, dizia ele. Foi muito criticado já em seu tempo. David Ricardo, um dos fundadores da economia clássica, rejeitou aqueles argumentos como não científicos. Karl Marx foi mais duro na crítica e considerou a argumentação de Malthus fantasiosa, falsa e pueril.

Mesmo assim, ela atravessou o tempo e hoje, mais de duzentos anos passados, ganha a força de uma ideologia que parece comprovada pelo crescimento da população e pelo fato de existir, no mundo, quase um bilhão de famintos.

A Terra chegou mesmo a seu limite? Esta é uma pergunta legítima. Em seu desenvolvimento os seres humanos são vítimas cegas e passivas de condições naturais? Esta é outra questão que merece reflexão.

A crítica marxista do argumento de Malthus enfatizou que, tratando-se de seres humanos, as condições naturais precisam ser consideradas no quadro do desenvolvimento cultural e histórico. As relações que os seres humanos estabelecem entre si na apropriação, produção e distribuição dos bens necessários à vida condicionam sua relação com a natureza.

A maioria dos raciocínios divulgados supõe que o desenvolvimento humano segue uma linha reta e unívoca levando à repetição, no futuro, das mesmas condições atuais. Daí os resultados catastróficos que apresentam. Supõe, em primeiro lugar, a permanência da mesma hegemonia capitalista de hoje, com seus padrões de acumulação e reprodução do capital, mantendo inalteradas suas imposições de produção e consumo. É uma base frágil para previsões de longo prazo!

A base do catastrofismo está ancorada na tese de que o desenvolvimento mundial vai conservar e repetir o mesmo padrão de consumo perdulário que ocorre hoje nos países ricos. Atualmente, por exemplo, o consumo de petróleo nos EUA corresponde a 10 litros por habitante, o dobro do europeu (5 litros) e muito acima do chinês, que é de 0,8 litro. Os países ricos consomem quatro vezes mais energia do que a China ou doze vezes mais do que a América Latina. Em se tratando de alimentos, a diferença é escandalosa, como indicam os dados sobre o consumo de carne. Em 2007 cada norte-americano consumiu 127 kg, quase dez vezes mais do que os haitianos ou senegaleses, com 13 kg; ou quase 20 vezes mais do que os ruandeses, com seus meros 6 kg no ano.

Estas diferenças não são “naturais” mas geradas pela forma como a produção e o consumo estão organizados. Na chamada crise de alimentos de 2007, a revista Times reproduziu um comentário significativo de Josette Sheeran, do Programa Mundial de Alimentos. “Nós vemos comida nas prateleiras, mas as pessoas são incapazes de comprá-la,” disse ela pondo o dedo na ferida. O grande problema dos alimentos no mundo não é o excesso de gente mas a subordinação de sua produção e comercialização aos grandes interesses financeiros e especulativos. Quase todos os alimentos estão submetidos ao mecanismo conhecido como mercado futuro; os especuladores compram safras que muitas vezes ainda nem foram plantadas para ganhar jogando com as variações dos preços no futuro, e os preços disparam quando mais capitalistas entram nesse jogo, disputando os ganhos previstos em apostas de crescimento (especulativo) dos preços.

Outro aspecto é a especulação com os estoques, como noticiou a revista Times em 2009: “quando os preços das safras sobem, manter o estoque para a próxima venda pode gerar lucros mais altos do que vender para satisfazer a demanda atual. Ou se os preços divergem em diferentes partes do mundo, o estoque pode ser transferido para o mercado mais lucrativo”.

A especulação não faz parte, evidentemente, das condições naturais – elas estão ligadas à ganância e à busca de lucros máximos e incessantes cujo resultado é a fome gerada não pela escassez mas pelo desemprego e pela pobreza.

Nesse sentido, tem razão o diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, quando disse, em 2009, que a segurança alimentar é “uma questão de prioridade diante das necessidades humanas fundamentais”. A fome resulta de “decisões fundamentadas em motivações voltadas ao ganho material, em detrimento dos referenciais éticos”, num mundo desigual onde “um número restrito de pessoas enriquece cada vez mais enquanto a maioria da população empobrece”, embora existam os “meios econômicos suficientes, tecnologias eficazes e recursos naturais e humanos para eliminar definitivamente a fome no mundo".

A farsa de Malthus é uma ideologia atualizada e repetida à exaustão. Ela esconde a defesa da manutenção do sistema capitalista e sua imposição de ganhos crescentes. O dogma dessa farsa é uma sociedade fixa e estática, cujas condições se repetem ao longo das gerações. Mas, ao contrário, a sociedade humana muda ao longo do tempo, altera a forma de organização da vida, da produção e do consumo e acena, para o futuro, para novos passos civilizatórios para atender às necessidades de cada um dos seres humanos. Nesse sentido, não é a Terra que esgotou suas possiblidades, mas a forma como a vida está organizada hoje, sob as imposições do modo de produção capitalista e dos especuladores que o comandam. É o capitalismo que chegou a seus limites e exige a ultrapassagem por uma forma social superior.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

7 de Novembro, aniversário da Revolução Socialista


Há 94 anos, triunfava a Grande Revolução Socialista na velha Rússia dos Czares, sob a direção do Partido Bolchevique de Lênin. Foi o mais importante acontecimento da história da humanidade. Pela primeira vez o proletariado, unido às demais camadas populares, principalmente o campesinato, tomou o poder político e iniciou a construção do poder dos trabalhadores e da sociedade socialista.

Por José Reinaldo Carvalho*


A Revolução russa de 1917 confirmou a tese de Marx e Engels, baseada na análise científica da sociedade e da história, de que o capitalismo não é eterno. Sob o influxo de contradições antagônicas, num dado momento a evolução econômica e política da sociedade apresenta inevitavelmente questões agudas e têm lugar situações revolucionárias, as quais, num quadro de amadurecimento das condições subjetivas, resultam na vitória da revolução.

Foi a confirmação da opinião de Lênin, de que, com a passagem do capitalismo à etapa imperialista, abria-se a época da revolução socialista, devido ao amadurecimento das contradições objetivas: entre o proletariado e a burguesia, entre o imperialismo e os povos e nações oprimidos, além das contradições entre as potências imperialistas pelo domínio do mundo.

A Revolução Socialista de 1917 mudou a face do mundo. Foi extraordinária a sua influência política e ideológica. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi a força principal na vitória sobre a maior e mais agressiva potência militar da burguesia imperialista – a Alemanha hitlerista. A vitória do socialismo estimulou as lutas dos trabalhadores no mundo capitalista, obrigou a burguesia a fazer concessões ao movimento sindical e operário. O século 20 foi fortemente marcado pelo socialismo vitorioso na União Soviética e sob a influência desta foi transformado no século das revoluções anti-imperialistas, democráticas, populares e socialistas. O século das lutas pela libertação nacional e social dos povos, das lutas anticoloniais, democráticas, pela paz e a justiça, objetivos estes que se confundem com os grandes valores e ideais da Grande Revolução Socialista de Outubro.

A principal lição que ficou de 1917 foi a de que somente a revolução pode abrir caminho à conquista da libertação, das transformações sociais e políticas progressistas. A revolução dirigida por Lênin sepultou a colaboração de classes como estratégia do movimento operário e popular.

Atualmente, os povos estão confrontados por uma brutal ofensiva do imperialismo, sobretudo o estadunidense, para impor sua dominação através do militarismo e da guerra. Nesse quadro, tornou-se uma noção corrente que o socialismo e a revolução sofreram um golpe fatal e doravante já não há chance para a luta revolucionária. Com isso ressurgem as propostas de adaptação do movimento revolucionário à ordem estabelecida.

Os comunistas, contrariamente a esse senso comum, consideram que a luta pelo socialismo continua na ordem do dia, porque corresponde a uma necessidade objetiva da evolução da sociedade. E não nos iludimos quanto à possibilidade de esse salto histórico se processar espontaneamente ou por dádiva das classes dominantes. As forças que lutam pelo socialismo têm em conta as novas condições históricas, que a revolução não será fruto de aventuras nem o socialismo pode ser construído abruptamente. O exame atento da história e da realidade contemporânea mostra que o caminho revolucionário comporta muitas etapas e a construção do socialismo será obra de muitas gerações. É preciso também ter em conta que não há modelo para a luta revolucionária e a construção do socialismo. A adoção do modelo único foi um grave erro, uma posição anticientífica.

O socialismo é universal enquanto teoria geral e aspiração de libertação da classe operária em todo o mundo. É universal enquanto transformação de uma época de opressão numa era em que a humanidade será livre e realizará suas aspirações de justiça e progresso. Mas o socialismo será resultado de uma luta multifacética de cada povo, em circunstâncias históricas e políticas bem delimitadas, o que exigirá das forças revolucionárias e do Partido Comunista de cada país a elaboração de novos e originais programas e formulações estratégicas e táticas.

A passagem de mais um aniversário do maior acontecimento da história da humanidade enseja à atual geração de lutadores pelo socialismo reflexões de sentido prático. Não está ainda plenamente configurada a correlação de forças que levará a humanidade a um novo ciclo revolucionário. Mas tampouco essa correlação de forças forma-se por geração espontânea, cabendo às forças revolucionárias adotar linhas estratégicas, procedimentos táticos e métodos de ação consoantes à necessidade de abordar, nas novas condições, a luta pelo socialismo.

Diante do capitalismo-imperialismo mundializado, da sua profunda e inarredável crise estrutural e sistêmica, atualmente em fase aguda, das políticas neoliberais, das políticas de guerra, da natureza reacionária do sistema político e econômico burguês, ganha relevo a questão: encontra-se na ordem do dia a tarefa de lutar por melhorias no capitalismo, de combater as “deformações” da globalização, ou de elaborar estratégias, táticas e métodos revolucionários que conduzam os trabalhadores em todo o mundo à luta pelo socialismo como único caminho para superar os impasses em que a humanidade está confrontada sob o atual sistema? O grande paradoxo da presente época é que o capitalismo atingiu um nível tal de desenvolvimento, um tamanho grau de expansão, que alcança todos os rincões do planeta, um grau antes inimaginável de desenvolvimento de suas capacidades, mantendo sua essência de perseguir o lucro máximo, o que obtém através da exploração e opressão das massas trabalhadoras e da espoliação das nações dependentes. O capitalismo dos nossos dias beneficia apenas as grandes burguesias parasitárias dos países imperialistas e suas dependências. É, assim, inevitável a eclosão de lutas, em que os fatores de classe se entrelaçam com os nacionais. É nesse contexto que ressurge em nossos dias a luta pelo socialismo.

Nesse quadro, apresenta-se perante os comunistas e demais correntes da esquerda revolucionária consequente a questão de construir um sujeito político capaz de unir, mobilizar e organizar o povo em suas dimensões estratégica e tática.

Do ponto de vista dos comunistas, é imperioso persistir no fortalecimento político, ideológico, orgânico, eleitoral e de massas do partido. Em momentos de profunda crise do capitalismo e em que as saídas da burguesia monopolista-financeira e do imperialismo são cada vez mais antidemocráticas e belicistas, o PCdoB deve ter nítido o horizonte socialista, consolidada a sua identidade comunista e reforçados os seus laços com as massas populares e trabalhadoras. Quaisquer que sejam os procedimentos táticos necessários à acumulação de forças e por mais flexíveis que os comunistas devam ser na concertação de alianças amplas para alcançar vitórias parciais, mais ainda deve afirmar-se o caráter revolucionário da nossa estratégia e o perfil político e ideológico do PCdoB.

*José Reinaldo Carvalho é Secretário nacional de Comunicação do PCdoB e editor do Vermelho


domingo, 6 de novembro de 2011

Primeiro o PCdoB, agora o PDT. Querem limar a esquerda do Governo Dilma


As elites (PSDB, DEM e PPS)derrotadas  por Lula 2 vezes e agora por Dilma querem governar o Brasil na marra.



Lupi diz que já tomou providências para investigar denúncias

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já tomou as primeiras providências para investigar as denúncias de corrupção em sua pasta, publicadas na edição deste fim de semana da revista Veja.


Além de determinar o afastamento do assessor especial e coordenador-geral de Qualificação, Anderson Alexandre dos Santos, Lupi requereu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue as denúncias.

Matéria publicada na página oficial da Veja, na internet, aponta Anderson Alexandre Santos como operador de um suposto esquema de cobrança de propinas a organizações não governamentais (ONGs) que tinham contratos com o Ministério do Trabalho.

À Agência Brasil, Carlos Lupi disse que já determinou a abertura de sindicância interna para investigar o suposto esquema e que, na segunda-feira (7), vai requerer ao Ministério Público a apuração das denúncias publicadas pela revista.

O ministro qualificou a reportagem de "denúncia vazia". Segundo ele, "as pessoas que denunciam se acovardam no anonimato". Carlos Lupi disse, ainda, que o PDT "nunca compactuou com esse tipo de esquema".

Para ele, está havendo "uma onda de denuncismos" e, no seu caso, a avaliação que faz é de uma tentativa de desestabilizá-lo. "A quem interessam essas denúncias? Mas não tem problema, eu sou osso duro de roer", ressaltou Lupi.

Agência Brasil