A declaração foi durante debate entre os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta terça-feira (17), em Aparecida, São Paulo. Dilma destacou que o Brasil saiu do Mapa da Fome, em referência ao relatório da ONU que aponta o Brasil como um dos países que mais reduziu a pobreza.
Debate aconteceu em Aparecida nesta terça-feira (16).
“Nós saímos do Mapa da Fome. O fim da miséria é só um começo, o nosso país tem um grande caminho a percorrer, focado na educação, que é o caminho pelo qual nós iremos nos introduzir na sociedade moderna. Temos o valor do combate à desigualdade e do combate à corrupção”, afirmou Dilma.
Em suas considerações finais, Dilma rebateu a candidata Marina Silva (PSB) que disse que quem vai ganhar a eleição é a sua “nova política”.“Quem vai ganhar essas eleições é quem mudou o Brasil, quem combateu a fome e a miséria, quem reduziu a miséria e quem combateu a crise, não deixando que houvesse desemprego e inflação”, afirmou a candidata à reeleição.
Marina Silva (PSB) manteve a posição de vítima e em suas considerações finais dizendo que no processo eleitoral os embates entre os candidatos “não são necessários”.
Engavetador tucano
O tucano Aécio Neves (PSDB) abordou o caso Petrobras fazendo ilações sobre as escolhas de funcionários da estatal e a presidenta. Dilma respondeu o tucano dizendo que “tem tolerância zero com a corrupção” e frisando que quem investigou a Petrobras foi a Polícia Federal de seu governo e cutucou: “Nunca escolhemos engavetador-geral da República. Se hoje se descobre atos de corrupção é porque não varremos para baixo do tapete”.
Mensalão tucano
Educação foi o tema abordado por Aécio com Luciana Genro (PSOL), mas a candidata fez questão de lembrar o tucano sobre atos de corrupção envolvendo seu partido, citando escândalos como o mensalão mineiro, com desvios de dinheiro público para bancar a candidatura de Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, a compra de votos, ou seja, o mensalão tucano, para aprovar a emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, além das suspeitas de corrupção nas privatizações e a construção de aeroporto público na fazenda de Aécio.
“O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção, quando na realidade nos sabemos que o PSDB foi o precursor do mensalão”, disse Luciana Genro, que chamou o tucano de “fanático das privatizações” e “fanático da corrupção”.
Reforma política com participação popular
A reforma política foi um dos temas abordados pela CNBB. Aécio, o primeiro a falar, defendeu o voto distrital misto. Marina, por sua vez, disse apoiar o financiamento público de campanha. E a candidata Dilma enfatizou o apoio às propostas da CNBB e defendeu uma reforma com a participação popular, com a realização de plebiscito.
“Tenho certeza de que precisamos de uma profunda reforma política baseada na participação popular por meio de um plebiscito. Acredito que tem de renovar e transformar os partidos políticos existentes. Me preocupa muito porque numa democracia os partidos são essenciais. Mas precisamos sistematicamente submetê-los à participação popular. Acredito também que numa reforma política quando os partidos não existem poderosos mandam atrás das cenas e é o caminho para a restrição das liberdades, para a ditadura”, declarou Dilma.
O candidato Eymael perguntou a Marina Silva (PSB), “qual é o Brasil que temos?” A candidata admite que o Brasil “conseguiu conquistas significativas” e “tem coisas boas”.
Autonomia do BC
O tema autonomia do Banco Central, proposta por Marina, foi abordado por Dilma numa pergunta feita ao candidato Levy Fidelix. “Alguns candidatos estão defendendo a independência do Banco Central. Eu sou contra essa tese. Acredito que o BC tenha de ter autonomia operacional”, disse Dilma.
Fidelix respondeu: “Sou contra a independência do Banco Central. Temos de ter uma economia integrada. Tenho certeza de que a macroeconomia tem de ser conduzida pelo ministro da Economia, o ministro da Fazenda. O que os bancos dão para a sociedade senão subtrair delas: nada. O controle do Banco Central tem de ser do Estado”.
Na réplica, Dilma pontuou: “A independência do BC é um equívoco. Eu sou a favor da autonomia para que o BC siga livre para perseguir as metas de inflação. Na última crise, a desregulamentação do setor financeiro levou a uma perda de emprego e salários, e agora as economias avançadas do mundo pretendem regulamentar o sistema financeiro”.
Pautas da CNBB
O segundo e o terceiro blocos do programa foram dedicados a perguntas de bispos e jornalistas ligados a veículos católicos com a abordagem de temas como inclusão social, aborto e homofobia.
Sobre a proposta de criminalização da homofobia, Aécio disse que “qualquer discriminação deve ser considerada crime, inclusive a homofobia”, mas depois afirmou ter objeções quanto ao projeto em tramitação no Congresso, o PLC 122/2006.
Eduardo Jorge falou sobre o aborto. Ele defendeu a ampliação da educação sexual e planejamento familiar para diminuir a prática. “Enquanto isso não acontece, não pode deixar abandonadas as mulheres que fazem aborto de forma clandestina”, enfatizou ele, pedindo a revogação da lei que criminaliza o aborto, classificada por ele como “machista”.
Questionada sobre a relação entre Estado e religião, Luciana Genro declarou que “as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma religião, a nenhuma crença”.
Seguindo a sua bandeira de “Estado mínimo”, o Pastor Everaldo se posicionou contrário à proibição do funcionamento de canais religiosos e contrário à implantação de um marco regulatório de comunicação.
Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências
De acordo com a previsão da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgada nesta terça-feira (16), o setor de supermercados deve crescer 1,9%, em 2014. Apesar dos pessimistas afirmarem que tudo será negativo, a perspectiva para 2015, de acordo com a entidade, é de crescimento acima do PIB.
agência Brasil
Valorização do salário mínimo é apontado como fator de crescimento das vendas
Até o mês de julho o resultado do acumulado era de crescimento de 1,48%. Em função deste dado, a previsão para 2014 foi revisada pela entidade, prevendo uma elevação de 3%. Em 2013, o setor cresceu 5,36%. Para 2015, a entidade estima que haja elevação de 2,5%.
Segundo o presidente da Abras, Fernando Yamada, mesmo com a "rumores" de dificuldades econômicas para o ano que vem, a perspectiva do setor é de crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB). “Acreditamos na força do mercado interno brasileiro e na manutenção de uma taxa de desemprego nos mesmos patamares que se apresenta atualmente. O cenário econômico atual é desafiador, sem dúvida, mas precisamos acreditar no potencial do Brasil para enfrentá-lo e sair fortalecido deste processo”, disse.
Aumento do salário mínimo é perspectiva positiva
Além da perspectiva de manutenção de uma taxa de desemprego estável, outro fator levado em conta pela Abras para estimar o crescimento positivo, mas menor em 2015, é a perspectiva de crescimento de 8,8% no salário mínimo, graças a política de valorização implantada nos governos Lula e Dilma. “Entre outros fatores estruturais, acreditamos em um resultado positivo, pois esperamos que o salário mínimo seja reajustado num nível mais alto do que em 2014, conforme já orçado pelo governo federal”, avaliou Yamada.
Da redação do Portal Vermelho
Com informação da Agência Brasil
O teólogo Leonardo Boff foi um dos intelectuais que lideraram na noite da última segunda-feira (15) o ato de apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Boff ressaltou que foi realizada uma "revolução pacífica democrática" em 12 anos de governos progressistas, e o desempenho econômico do país em meio a uma crise econômica mundial, com a criação de empregos enquanto as grandes economias desempregavam.
"Quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição", destacou Boff.
Não deixou de destacar, também, o "longo caminho a percorrer", com urgências como a reforma política e a agrária, além de um melhor planejamento das cidades.
"É próprio dos intelectuais, que tentam pensar o todo, manter certa distância e certa equidade face aos partidos (políticos). Mas há um momento na história em que, quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição. E é por isso que estou aqui e em outras partes do país, apoiando a candidatura da Dilma Rousseff", comentou o teólogo.
Boff salientou que Lula e Dilma fizeram uma revolução pacífica democrática que nunca houve no nosso país, citando o livro "A revolução brasileira", de Caio Prado Jr., que definia a revolução como algo que introduz as transformações que atendem a aspirações de um povo nunca antes atendidas.
Não houve apneas alternância de poder, houve alternância de classe
"Pois Lula e Dilma fizeram esse tipo de revolução, e ela não pode ser perdida e nem desfeita, porque não houve simplesmente alternância de poder, houve uma alternância de classe social para aqueles que durante séculos estavam à margem, considerados jeca tatus, óleo gasto, oprimidos", alertou Boff. Essa revolução, acredita, deve ser continuada, consolidada. "Um sobrevivente da grande tribulação dos brasileiros chegou a ser presidente e criou projetos que enriqueceram a dignidade e a autoestima do povo brasileiro".
O desempenho da economia brasileira, com um dos menores índices de desemprego do mundo enquanto as maiores economias sofrem com altas taxas de desempregados, também foi destacado. Ele falou ainda sobre a trajetória do Partido dos Trabalhadores, se referindo a "grupos que se deixaram tomar pelo poder", mas que não fizeram com que o sonho do partido se perdessem.
"Há pessoas por ai lançando borboletas fantasiosas, mas esquecem de plantar as flores para que as borboletas venham. Lula e Dilma plantaram esse jardim para que viessem as borboletas verdadeiras e não as virtuais. Uma sociedade que vive sem um sonho, sem uma utopia, se afunda no brejo dos interesses pessoais e corporativos. É preciso ressuscitar nossa capacidade de sonhos, de projeções para frente. Temos um longo caminho a percorrer, como fazer uma reforma politica. (...) Precisamos da reforma agrária, ela é necessária. Nós precisamos também, além de distribuir terras, distribuir cidades", lembra.
De acordo com Boff, é urgente manter um Brasil autônomo e soberano, que dialogue com todos as nações. "(É preciso) mostrar o que foi feito, e que foi feito não como esmola, mas como devolução de uma dignidade daqueles que eram os mais vulneráveis e que foram integrados à nação brasileira. Este projeto, esta revolução, não pode perder-se."
Fonte: Jornal do Brasil , retirado do Portal Vermelho