“Estive na Beneficência Portuguesa há cerca de um ano para fazer uma ultrassonografia ocular, e me disseram que não estava tendo marcação. Tenho voltado há cerca de três meses, e depois de muito reclamar, me disseram que o aparelho está quebrado, consertando em São Paulo”. O relato é da aposentada Venina Oliveira Alves, 73 anos, que teve uma catarata diagnosticada, e está impossibilitada, pela falta de exame, de saber se vai operar.
Ela contou que já perdeu praticamente toda a visão esquerda. “Antes ainda via uma sombra, agora essa sombra está cada dia mais fraca, e a vista direita também está ficando ruim. O médico, que é muito atencioso, ainda não sabe dizer se verei novamente, talvez tenha que operar. Nas primeiras vezes ele me dava o encaminhamento com data, eu ia ao hospital mesmo com dificuldades pra me locomover, ficava esperando, e não me atendiam. Marcavam nova da-ta, e era a mesma coisa. Até que me estressei, e começaram a dar o encaminhamento sem data, e agora telefono toda semana pra saber se já consertaram o aparelho. A resposta é sempre a mesma: não”, disse.
A Beneficência Portuguesa é a única unidade em Campos onde o exame de ultrasson ocular é oferecido, através de convênio com a prefeitura.
A secretaria de Comunicação informou que a Prefeitura de Campos, através da secretaria de Saúde, contrata o serviço, mas o hospital é responsável pela manutenção e conserto de equipamentos. “O Serviço de Oftalmologia da Beneficência faz parte da Rede Estadual, sendo a única referência para procedimentos de média e alta complexidade no Norte e Noroeste. A regulação da rede é feita pelo Estado, o município realizou um processo de auditoria e encaminhou a notificação ao Estado para buscar alternativas na rede SUS. Na semana que vem, o hospital dará à secretaria de Saúde uma previsão de retorno do aparelho para que o atendimento possa ser regularizado”.
Bruno Almeida
Foto: Valmir Oliveira
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