quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Dilma: “Nós saímos do Mapa da Fome e o fim da miséria é só o começo”

A declaração foi durante debate entre os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta terça-feira (17), em Aparecida, São Paulo. Dilma destacou que o Brasil saiu do Mapa da Fome, em referência ao relatório da ONU que aponta o Brasil como um dos países que mais reduziu a pobreza.



Debate aconteceu em Aparecida nesta terça-feira (16).Debate aconteceu em Aparecida nesta terça-feira (16).
“Nós saímos do Mapa da Fome. O fim da miséria é só um começo, o nosso país tem um grande caminho a percorrer, focado na educação, que é o caminho pelo qual nós iremos nos introduzir na sociedade moderna. Temos o valor do combate à desigualdade e do combate à corrupção”, afirmou Dilma.

Em suas considerações finais, Dilma rebateu a candidata Marina Silva (PSB) que disse que quem vai ganhar a eleição é a sua “nova política”.“Quem vai ganhar essas eleições é quem mudou o Brasil, quem combateu a fome e a miséria, quem reduziu a miséria e quem combateu a crise, não deixando que houvesse desemprego e inflação”, afirmou a candidata à reeleição.

Marina Silva (PSB) manteve a posição de vítima e em suas considerações finais dizendo que no processo eleitoral os embates entre os candidatos “não são necessários”.

Engavetador tucano

O tucano Aécio Neves (PSDB) abordou o caso Petrobras fazendo ilações sobre as escolhas de funcionários da estatal e a presidenta. Dilma respondeu o tucano dizendo que “tem tolerância zero com a corrupção” e frisando que quem investigou a Petrobras foi a Polícia Federal de seu governo e cutucou: “Nunca escolhemos engavetador-geral da República. Se hoje se descobre atos de corrupção é porque não varremos para baixo do tapete”.

Mensalão tucano

Educação foi o tema abordado por Aécio com Luciana Genro (PSOL), mas a candidata fez questão de lembrar o tucano sobre atos de corrupção envolvendo seu partido, citando escândalos como o mensalão mineiro, com desvios de dinheiro público para bancar a candidatura de Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, a compra de votos, ou seja, o mensalão tucano, para aprovar a emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, além das suspeitas de corrupção nas privatizações e a construção de aeroporto público na fazenda de Aécio.

“O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção, quando na realidade nos sabemos que o PSDB foi o precursor do mensalão”, disse Luciana Genro, que chamou o tucano de “fanático das privatizações” e “fanático da corrupção”.

Reforma política com participação popular

A reforma política foi um dos temas abordados pela CNBB. Aécio, o primeiro a falar, defendeu o voto distrital misto. Marina, por sua vez, disse apoiar o financiamento público de campanha. E a candidata Dilma enfatizou o apoio às propostas da CNBB e defendeu uma reforma com a participação popular, com a realização de plebiscito.

“Tenho certeza de que precisamos de uma profunda reforma política baseada na participação popular por meio de um plebiscito. Acredito que tem de renovar e transformar os partidos políticos existentes. Me preocupa muito porque numa democracia os partidos são essenciais. Mas precisamos sistematicamente submetê-los à participação popular. Acredito também que numa reforma política quando os partidos não existem poderosos mandam atrás das cenas e é o caminho para a restrição das liberdades, para a ditadura”, declarou Dilma.

O candidato Eymael perguntou a Marina Silva (PSB), “qual é o Brasil que temos?” A candidata admite que o Brasil “conseguiu conquistas significativas” e “tem coisas boas”.

Autonomia do BC

O tema autonomia do Banco Central, proposta por Marina, foi abordado por Dilma numa pergunta feita ao candidato Levy Fidelix. “Alguns candidatos estão defendendo a independência do Banco Central. Eu sou contra essa tese. Acredito que o BC tenha de ter autonomia operacional”, disse Dilma.

Fidelix respondeu: “Sou contra a independência do Banco Central. Temos de ter uma economia integrada. Tenho certeza de que a macroeconomia tem de ser conduzida pelo ministro da Economia, o ministro da Fazenda. O que os bancos dão para a sociedade senão subtrair delas: nada. O controle do Banco Central tem de ser do Estado”.

Na réplica, Dilma pontuou: “A independência do BC é um equívoco. Eu sou a favor da autonomia para que o BC siga livre para perseguir as metas de inflação. Na última crise, a desregulamentação do setor financeiro levou a uma perda de emprego e salários, e agora as economias avançadas do mundo pretendem regulamentar o sistema financeiro”.

Pautas da CNBB

O segundo e o terceiro blocos do programa foram dedicados a perguntas de bispos e jornalistas ligados a veículos católicos com a abordagem de temas como inclusão social, aborto e homofobia.

Sobre a proposta de criminalização da homofobia, Aécio disse que “qualquer discriminação deve ser considerada crime, inclusive a homofobia”, mas depois afirmou ter objeções quanto ao projeto em tramitação no Congresso, o PLC 122/2006.

Eduardo Jorge falou sobre o aborto. Ele defendeu a ampliação da educação sexual e planejamento familiar para diminuir a prática. “Enquanto isso não acontece, não pode deixar abandonadas as mulheres que fazem aborto de forma clandestina”, enfatizou ele, pedindo a revogação da lei que criminaliza o aborto, classificada por ele como “machista”.

Questionada sobre a relação entre Estado e religião, Luciana Genro declarou que “as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma religião, a nenhuma crença”.

Seguindo a sua bandeira de “Estado mínimo”, o Pastor Everaldo se posicionou contrário à proibição do funcionamento de canais religiosos e contrário à implantação de um marco regulatório de comunicação.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências

Para os pessimistas: Setor de supermercados deve crescer 1,9% em 2014

De acordo com a previsão da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgada nesta terça-feira (16), o setor de supermercados deve crescer 1,9%, em 2014. Apesar dos pessimistas afirmarem que tudo será negativo, a perspectiva para 2015, de acordo com a entidade, é de crescimento acima do PIB.



agência Brasil
Valorização do salário mínimo é apontado como fator de crescimento das vendasValorização do salário mínimo é apontado como fator de crescimento das vendas
Até o mês de julho o resultado do acumulado era de crescimento de 1,48%. Em função deste dado, a previsão para 2014 foi revisada pela entidade, prevendo uma elevação de 3%. Em 2013, o setor cresceu 5,36%. Para 2015, a entidade estima que haja elevação de 2,5%.

Segundo o presidente da Abras, Fernando Yamada, mesmo com a "rumores" de dificuldades econômicas para o ano que vem, a perspectiva do setor é de crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB). “Acreditamos na força do mercado interno brasileiro e na manutenção de uma taxa de desemprego nos mesmos patamares que se apresenta atualmente. O cenário econômico atual é desafiador, sem dúvida, mas precisamos acreditar no potencial do Brasil para enfrentá-lo e sair fortalecido deste processo”, disse.

Aumento do salário mínimo é perspectiva positiva

Além da perspectiva de manutenção de uma taxa de desemprego estável, outro fator levado em conta pela Abras para estimar o crescimento positivo, mas menor em 2015, é a perspectiva de crescimento de 8,8% no salário mínimo, graças a política de valorização implantada nos governos Lula e Dilma. “Entre outros fatores estruturais, acreditamos em um resultado positivo, pois esperamos que o salário mínimo seja reajustado num nível mais alto do que em 2014, conforme já orçado pelo governo federal”, avaliou Yamada.

Da redação do Portal Vermelho
Com informação da Agência Brasil

Boff: Não houve apenas uma alternância de poder, mas de classe

O teólogo Leonardo Boff foi um dos intelectuais que lideraram na noite da última segunda-feira (15) o ato de apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Boff ressaltou que foi realizada uma "revolução pacífica democrática" em 12 anos de governos progressistas, e o desempenho econômico do país em meio a uma crise econômica mundial, com a criação de empregos enquanto as grandes economias desempregavam. 



"Quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição", destacou Boff."Quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição", destacou Boff.
Não deixou de destacar, também, o "longo caminho a percorrer", com urgências como a reforma política e a agrária, além de um melhor planejamento das cidades.

"É próprio dos intelectuais, que tentam pensar o todo, manter certa distância e certa equidade face aos partidos (políticos). Mas há um momento na história em que, quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição. E é por isso que estou aqui e em outras partes do país, apoiando a candidatura da Dilma Rousseff", comentou o teólogo.

Boff salientou que Lula e Dilma fizeram uma revolução pacífica democrática que nunca houve no nosso país, citando o livro "A revolução brasileira", de Caio Prado Jr., que definia a revolução como algo que introduz as transformações que atendem a aspirações de um povo nunca antes atendidas.

Não houve apneas alternância de poder, houve alternância de classe 
"Pois Lula e Dilma fizeram esse tipo de revolução, e ela não pode ser perdida e nem desfeita, porque não houve simplesmente alternância de poder, houve uma alternância de classe social para aqueles que durante séculos estavam à margem, considerados jeca tatus, óleo gasto, oprimidos", alertou Boff. Essa revolução, acredita, deve ser continuada, consolidada. "Um sobrevivente da grande tribulação dos brasileiros chegou a ser presidente e criou projetos que enriqueceram a dignidade e a autoestima do povo brasileiro".

O desempenho da economia brasileira, com um dos menores índices de desemprego do mundo enquanto as maiores economias sofrem com altas taxas de desempregados, também foi destacado. Ele falou ainda sobre a trajetória do Partido dos Trabalhadores, se referindo a "grupos que se deixaram tomar pelo poder", mas que não fizeram com que o sonho do partido se perdessem.

"Há pessoas por ai lançando borboletas fantasiosas, mas esquecem de plantar as flores para que as borboletas venham. Lula e Dilma plantaram esse jardim para que viessem as borboletas verdadeiras e não as virtuais. Uma sociedade que vive sem um sonho, sem uma utopia, se afunda no brejo dos interesses pessoais e corporativos. É preciso ressuscitar nossa capacidade de sonhos, de projeções para frente. Temos um longo caminho a percorrer, como fazer uma reforma politica. (...) Precisamos da reforma agrária, ela é necessária. Nós precisamos também, além de distribuir terras, distribuir cidades", lembra.

De acordo com Boff, é urgente manter um Brasil autônomo e soberano, que dialogue com todos as nações. "(É preciso) mostrar o que foi feito, e que foi feito não como esmola, mas como devolução de uma dignidade daqueles que eram os mais vulneráveis e que foram integrados à nação brasileira. Este projeto, esta revolução, não pode perder-se."

Fonte: Jornal do Brasil , retirado do Portal Vermelho

sábado, 12 de julho de 2014

Ataque de Israel mata 20 pessoas em Gaza e palestinos apelam à ONU

A representação da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU) enviou nova carta apelando ao fim da agressão contra a Faixa de Gaza e à responsabilização de Israel, nesta sexta-feira (11). A operação “Margem Protetora” já matou cerca de 130 pessoas, inclusive mais de 30 crianças, e feriu 700 até este sábado (12), quinto dia desde que um nome foi dado à ofensiva, iniciada há semanas. O Conselho de Segurança da ONU resolveu pedir um cessar-fogo.
A representação da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU) enviou nova carta apelando ao fim da agressão contra a Faixa de Gaza e à responsabilização de Israel, nesta sexta-feira (11). A operação “Margem Protetora” já matou cerca de 130 pessoas, inclusive mais de 30 crianças, e feriu 700 até este sábado (12), quinto dia desde que um nome foi dado à ofensiva, iniciada há semanas. O Conselho de Segurança da ONU resolveu pedir um cessar-fogo.

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Premiê de Israel prepara ofensiva militar terrestre contra Gaza

Como em ofensivas anteriores, as autoridades israelenses insistem em responder às críticas pelo elevado número de vítimas fatais entre civis e crianças acusando o Hamas de lançar foguetes e armazenar materiais bélicos entre a população do território densamente habitado. Entretanto, um relatório da Missão das Nações Unidas para Averiguação dos Fatos divulgado em 2009, poucos meses depois da Operação Chumbo Fundido contra Gaza (que matou mais de 1.400 palestinos), concluiu que não havia evidências suficientes para corroborar o pretexto israelense, que tencionava culpar o Hamas pelo alto número de civis mortos. O relatório foi engavetado.

Assim, a alegação frequentemente veiculada pelas chamadas Forças de Defesa de Israel (FDI) e pelo Ministério da Defesa de que o Hamas usa civis como “escudos humanos” é novamente posta em questionamento, o que é de elevada importância porque, manipulando o direito internacional humanitário, é esta a principal ferramenta das autoridades israelenses para esquivar-se da responsabilização. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não está interessado em um cessar-fogo, mas na destruição do Hamas, enquanto a ONU estima que quase 80% dos mortos pelos últimos cinco dias de bombardeio são civis.

“Condenamos nos termos mais firmes esta agressão bárbara israelense e a perpetuação do Estado de terror contra o povo palestino,” diz a carta assinada por Riyad Mansour, representante permanente da Palestina na ONU. “Reiteramos nosso pedido por proteção imediata à população civil palestina desta escalada israelense assassina e criminosa.” Neste sábado, um novo ataque israelense matou mais de 20 pessoas, de acordo com fontes médicas em Gaza, citadas pela agência palestina de notícias Maan.

Comunidade internacional deve se posicionar

Os palestinos já enviaram 505 cartas à ONU desde 2000 instando a “comunidade internacional” a tomar uma atitude contra as violações perpetradas pela ocupação israelense em territórios da Palestina. Além da operação militar "Guardião Fraterno" lançada
contra a Cisjordânia em 12 de junho, sob o pretexto das buscas por três colonos desaparecidos, desde então ataques aéreos contra a Faixa de Gaza vinham sendo frequentes, com o objetivo alegado de atingir líderes do Hamas responsáveis pelo disparo de foguetes contra território israelense.

Os chanceleres dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França devem reunir-se no domingo (13) para discutir a situação no território, enquanto oficiais citados pelo jornal israelense Haaretz relatam um “aumento da pressão internacional” para que o Hamas e Israel alcancem um cessar-fogo debatido entre os EUA, Egito, Catar, Turquia e a ONU, entre outros.

Uma declaração aprovada pelos 15 membros (inclusive cinco permanentes) do Conselho de Segurança da ONU, neste sábado, insta o Hamas e Israel a um cessar-fogo, mas não vai além das declarações gerais sobre a necessidade de diálogos entre palestinos e israelenses para condenar a ofensiva de Israel contra Gaza de forma enfática, repetindo o histórico de negligência garantido principalmente pelos Estados Unidos.

Esta foi a primeira resposta do principal órgão das Nações Unidas a uma campanha de violência intensificada desde o início de junho, enquanto as autoridades israelenses discutem a possibilidade de invadir o território litorâneo palestino com as dezenas de tanques e milhares de tropas há dias estacionadas na fronteira.


Portal Vermelho

Documentos secretos dos EUA revelam técnicas de tortura no Brasil

O regime militar brasileiro empregou “um sistema sofisticado e elaborado de coação psicofísica” para “intimidar e aterrorizar” suspeitos de serem militantes de esquerda no começo dos anos 1970, de acordo com um relatório do Departamento de Estado dos EUA datado de abril de 1973 e que foi tornado público recentemente.



Locais de tortura da ditadura militar no BrasilLocais de tortura da ditadura militar no Brasil
          
Entre as técnicas de tortura usadas durante a era militar, o relatório reporta detalhadamente “salas de efeitos especiais” nos centros de detenção militar brasileiros nos quais os suspeitos eram “colocados nus” em um piso de metal “pelo qual passava uma corrente elétrica.”

Alguns suspeitos foram “eliminados”, mas a imprensa noticiava que eles morreram em “tiroteios” enquanto tentavam escapar da polícia. “A técnica do tiroteio tem sido cada vez mais usada” — notava o Cônsul Geral dos EUA no Rio de Janeiro em um telegrama — “para lidar com as relações públicas quando se eliminava os subversivos” e para “prevenir acusações de ‘mortes por tortura’ na imprensa internacional.”

Peter Kornbluh, que dirige o National Security Archive’s Brazil Documentation Project categorizou os documentos como “um dos relatos mais importantes sobre as técnicas de tortura já desclassificados pelo governo dos EUA.”

Entitulado “Prisões generalizadas e interrogatórios psicofísicos de suspeitos subversivos,” o documento estava entre 43 telegramas e relatórios do Departamento de Estado que o vice-presidente estadunidense Joseph Biden, durante viagem ao Brasil, entregou à presidenta Dilma Roussef para que sejam usados pela Comissão da Verdade.

A Comissão está em sua fase final de uma investigação de dois anos sobre atrocidades cometidas durante a ditadura militar. No dia 2 de julho, a Comissão postou todos os 43 documentos em seu site, acompanhados por esta declaração: “a CNV aprecia enormemente a iniciativa do governo dos EUA de tornar estes registros disponíveis para a sociedade brasileira e espera que esta colaboração continue a progredir.”

O intervalo dos registros data de 1967 até 1977. Eles relatam uma extensa gama de questões relacionadas aos direitos humanos, entre elas: centros de detenções secretos em São Paulo, as operações militares anti-subversivos, as atitudes da Igreja em relação às violações dos direitos humanos, e a reação hostil do regime em 1977 em relação ao primeiro relatório do Departamento de Estado sobre abusos. Alguns documentos haviam sido previamente desclassificados em procedimentos cotidianos de liberação; outros, incluindo o relatórios de abril de 1973 sobre tortura psicofísica, foram revisados para desclassificação antes da viagem de Biden.

Durante sua reunião com a presidenta Dilma, Biden anunciou que a administração Obama assumirá uma revisão mais abrangente dos documentos relacionados ao Brasil que ainda são secretos — entre eles documentos da CIA e do Departamento de Defesa — para que possam ajudar a Comissão da Verdade a finalizar seus relatórios. “Eu acredito que ao enfrentar nosso passado podemos nos focar em um futuro imensamente promissor,” disse ele.

Desde o início da Comissão da Verdade em maio de 2012, ao conduzir um projeto especial de desclassificação de documentos da era militar brasileira, o National Security Archive tem ajudado a Comissão a obter registros e pressionado a administração Obama a cumprir seu compromisso com um novo padrão de transparência global e direito à verdade. “Estes registros históricos dos EUA devem ser usados para avançar em direção à verdade e à justiça,” declarou Kornbluh. “A diplomacia de Biden não só ajudará a Comissão da Verdade a lançar luz sobre o passado sombrio da era militar do Brasil, mas também a criar uma base para uma relação mais transparente entre os EUA e o Brasil no futuro.”

Para chamar a atenção para os registros e para o trabalho da Comissão da Verdade, o Archive destaca cinco documentos chave da doação de Biden.

Documento 1: Departamento de Estado, “Prisões generalizadas e interrogatórios psicofísicos de suspeitos subversivos,” confidencial, 18 de abril de 1973.

Documento 2: Departamento de Estado, "Prisões Políticas e tortura em São Paulo", confidencial, 8 de Maio de 1973.

Documento 3:
Departamento de Estado,"Suspeita de Tortura no Brasil," secreto, 1 de julho de 1972.

Documento 4: Departamento de Estado, "O Esquadrão da Morte," uso limitado a oficiais, 8 de junho de 1971.

Documento 5: Departamento de Estado, "Condições no DEOPS relatadas por cidadão americano preso", confidencial, outubro de 1970.

Fonte: Carta Maior
Tradução de Roberto Brilhante

sábado, 5 de julho de 2014

Comunista, mãe de menina diz a Luciano Huck: “Não faça uma ‘M’ dessas”

Olá Luciano Huck. Recentemente vimos as redes sociais tomadas por uma avalanche de críticas ao novo quadro do seu programa. A primeira coisa que pensei foi “lá vem, meu Deus, o que será que aconteceu agora?”. Isto me fez lembrar de três fatos polêmicos em que você se envolveu.

Por Michelle Fraga*



Reprodução
Luciano Huck (à esquerda) e Michelle Fraga (à direita).Luciano Huck (à esquerda) e Michelle Fraga (à direita).
          
O primeiro foi o “grande drama” que você passou ao ter o seu Rolex roubado no dia 27 de dezembro de 2010, lembro bem que você montou um verdadeiro circo – bem a cara do seu programa – quando isso aconteceu. A única diferença nisso tudo é que no seu programa o circo de política assistencialista é muito bem patrocinado por grandes empresas para que você faça todo aquele papel de bom moço.

Temos que concordar. O “Lar Doce Lar” e o “Lata Velha” deixam você cada dia mais rico na mesma proporção que emociona a maioria dos brasileiros. Esse episódio lhe rendeu a situação de vermos sua mulher, Angélica, tendo que dar declarações de que você havia falado aquilo no calor da emoção.

O segundo foi no dia três de dezembro de 2012, quando você foi flagrado dirigindo alcoolizado. O episódio poderia ter ficado por ali, você dando uma declaração de que estava errado, que assumia a culpa, que iria se conscientizar e nunca mais fazer isso, ou até mesmo – do jeito que você tira proveito de tudo – vê-lo em futuras campanhas de prevenção a acidentes no trânsito. Mas, para sua infelicidade, Rafinha Bastos, ele mesmo, um dos comediantes mais polêmicos por tantas vezes ultrapassar o limite da piada, resolveu escrever uma “cartinha” e publicá-la em sua página no Facebook (ver aqui), te dando alguns conselhos. Mais uma vez, Angélica precisou amenizar a situação: “Ele já está consciente do erro que cometeu”. Que papelão, hein?

O terceiro, deu-se em 27 de abril deste ano, quando Daniel Alves resolveu ridicularizar o racismo e você lucrar com isso. Lembro que até entrei na onda e publiquei no Face “somos todos macacos”, fazendo alusão à tese darwinista da criação. Você foi além, em apenas três dias lucrou R$ 20 mil com a venda de camisetas.

Nos três episódios acima, você dentro do seu mundo midiático, não ligou para as besteiras que aprontou, nem tampouco se retratou. Mas agora você se superou e aí precisou sair do seu mundinho e enfrentar a realidade aqui de fora após publicar no seu Instagram uma “convocação” a todas aquelas cariocas, solteiras que queiram um gringo sob medida. Ainda criou um e-mail “namorada para gringo”.

Que problema há nisso? Todos, Luciano, exatamente todos!

Segundo a Unoc (United Nations Office on Drugs and Crime), as mulheres representam 60% das vítimas de tráfico humano, 27% são crianças – na maioria, meninas.

O Brasil vive numa intensa campanha diariamente contra o turismo sexual, contra o abuso sexual de crianças e adolescentes e contra o tráfico de pessoas. Caso seja exigir demais que você domine essas informações, vamos para o dia a dia.

Cada vez mais as mulheres se tornam chefes de família, as nossas meninas estão “invadindo” o mercado de trabalho tido como masculino, as mulheres estão dentro dos campos de futebol, dentro dos tatames e 5.09% dos operários que construíram as nossos estádios para a Copa, são mulheres.

Não sei se você percebeu, mas os contos de fadas sumiram das telas. Parece que houve algo do tipo “a revolta das princesas”. E só pra te atualizar mais um pouquinho, o filme Malévola está levando o público adulto ao cinema para conhecer a verdadeira história de uma mulher que foi usada por um homem e se vingou dele – já que a história que contavam até hoje falava de uma bruxa que ficou magoadinha por não ter sido convidada para o batizado da princesa do castelo.

Mas não se assuste com essa nossa conversa, as nossas meninas continuam querendo namorar, se divertir, conhecer brasileiros, estrangeiros, casar, ter filhos... Então vamos continuar conscientizando-as para que cresçam, estudem, trabalhem, se casem – ou não – entrem no mercado de trabalho, ocupem espaços de poder, mas que elas vivam tudo isso sem risco algum e no curso natural de suas vidas.

E se ainda assim, tudo isso não adiantar, da próxima vez, consulta Angélica antes de fazer uma merda dessa.

Michelle Fraga.
Cidadã brasileira consciente e mãe de menina.

*É secretária de Comunicação do PCdoB em Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador


Minha Casa, Minha Vida entrega 300 moradias na Região Serrana do Rio

O governo federal entregou na manhã desta sexta-feira (4), em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, mais 300 unidades residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida, que custaram R$ 22,5 milhões e vão beneficiar famílias com renda mensal até R$ 1,6 mil, atingidas pelas enchentes de 2010. A solenidade foi dirigida pelo ministro das Cidades, Gilberto Occhi.



Reprodução
Os imóveis foram avaliados em R$ 75 mil. Nove apartamentos foram adaptados para portadores de necessidades especiaisOs imóveis foram avaliados em R$ 75 mil. Nove apartamentos foram adaptados para portadores de necessidades especiais
Cada apartamento tem área privativa de 42,95 metros quadrados, com dois quartos, circulação, sala, banheiro, cozinha e área de serviço. O piso é de cerâmico em todos os ambientes, e está avaliado em R$ 75 mil. Nove apartamentos foram adaptadas para portadores de necessidades especiais.

Em atendimento às exigências de qualidade do Minha Casa, Minha Vida, o empreendimento é equipado com infraestrutura completa de meio-fio, pavimentação, redes de água potável, esgotamento sanitário com tratamento, energia elétrica com iluminação pública e disponibilidade de acesso ao transporte público. O residencial conta ainda com centro comunitário, parques infantis e salão de festas.

O Minha Casa, Minha Vida investiu R$ 13,9 bilhões na contratação de 200.142 unidades habitacionais no estado do Rio de Janeiro, das quais 66.957 já foram entregues. No país, o investimento chega a R$ 216,69 bilhões para a contratação de 3,4 milhões de moradias. Já foram entregues 1.725.365 casas e apartamentos, de acordo com o ministro Gilberto Occhi.

O programa habitacional financia moradias para famílias com renda até R$ 5 mil por mês. As condições de financiamento variam de acordo com a renda familiar. Para famílias com renda mensal até R$ 1,6 mil a prestação é 5% da renda. Para renda até R$ 3.275, o subsídio pode chegar a R$ 25 mil, e para famílias com ganhos mensais entre R$ 3.275 e R$ 5 mil, o benefício é uma taxa de juros mais baixa do que a dos financiamentos imobiliários tradicionais.

Fonte: Agência Brasil