sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Lula celebrará Dia Internacional da Mulher no Rio

Os 100 anos do Dia Internacional da Mulher – dia 8 de março – será comemorado pelo Governo Federal no Rio de Janeiro. O presidente Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, participarão do ato.


O evento, que acontecerá na antiga estação de trem da Leopoldina, é promovido pela Secretaria Especial de Políticas Públicas para a Mulher.

Seminário

Ainda nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, nos dias 19 e 20 de março acontecerá o Seminário Nacional do 8 de março, no Rio, organizado pela Fundação Maurício Grabois e pelo Fórum Nacional de Mulheres do PCdoB.
No primeiro dia, haverá um ato político na parte da tarde. No dia seguinte, ocorrerão três mesas de debate: “A luta pelo socialismo”, “Mulher e trabalho: conquista e desafios” e “As mulheres no poder”.

Veja em breve mais informações sobre o 8 de março, com toda a programação, e o seminário nacional.

A Redação.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Congresso do PT lança Dilma pré-candidata ao Planalto

O PT lançou neste sábado a pré-candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão presidencial, durante o encerramento do 4º Congresso Nacional do partido. O prestigiado ato político contou com a presença do presidente Lula, teve início às 10 horas deste sábado (20/2) e pode ser acompanhado ao vivo pela página do PT. A convenção que oficializará a candidatura será em junho. Em breve, no Vermelho, matéria sobre o discurso de Dilma no ato político do congresso do PT.


Durante congresso do PT, Dilma é saudada pelo plenário com o canto "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma", em referência ao histórico canto das candidaturas de Lula


Após a calorosa recepção dada à ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou: "foi me dada uma tarefa extremamente difícil que é convencer vocês a votar na companheira Dilma. Pelo que vi hoje, esta tarefa é desnecessária". Em seguida, o presidente Lula completou: "vamos eleger a primeira mulher presidente da República Federativa do Brasil".
O presidente lembrou a participação de Dilma na luta armada para defender a democracia e queixou-se do preconceito que a ministra enfrenta. "O maior preconceito contra a companheira Dilma não é pelos seus defeitos, mas pelas qualidades. Em primeiro lugar, pelo fato de ser mulher", declarou.
O novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, esclareceu, na abertura da solenidade, que a ministra ainda não está em campanha, já com receio de o partido enfrentar uma enxurrada de representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda antecipada.
Para o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, coordenador de campanha de Dilma, o dia de hoje é emblemático. "É o primeiro passo rumo à vitória", destacou.

Temer decide participar da solenidade
O presidente do PMDB, Michel Temer (PMDB), que até a noite de sexta-feira (19/2) não sabia se compareceria ou não ao congresso do PT, também participa da solenidade. Na véspera, houve debate sobre alianças e sobre o papel do PMDB neste processo. A proposta de eleger este partido como aliado "preferencial" não chegou a ser aprovada. O presidente Lula, em seu discurso, defendeu uma política de alianças ampla.
Entre os convidados na primeira fila, estão integrantes da delegação da Venezuela, como Rodrigo Cabeza e Maximilien Arvelaiz, assessor de Relações Internacionais do presidente Hugo Chávez, que veio ao Brasil especialmente para o ato de lançamento da pré-candidatura de Dilma, representando o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), o que simboliza a importância das eleições 2010 no Brasil para outros países da América Latina, devido ao papel de liderança que o Brasil cumpre hoje no continente.
Na véspera, o PT aprovou o texto final das propostas do PT às diretrizes do programa de governo de Dilma, com propostas avançadas, que desde já são taxadas de "esquerdistas e radicais" por veículos como o jornal O Globo deste sábado (20/2) que estampa o termo "programa radical" em referência ao programa aprovado pelo PT na capa do jornal.
E não é à tôa que os grandes oligopólios da comunicação criticam a plataforma aprovada. Além do texto defender medidas que questionam o poder econômico estabelecido, como a taxação das grandes fortunas, o fim da criminalização de movimentos como o MST e a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, a proposta traz ainda a necessidade de se implementar no Brasil ações de democratização da comunicação, combatendo estes mesmos oligopólios.
Acompanhe, em breve, pelo Vermelho, novidades sobre oo lançamento da pré-candidatura de Dilma à sucessão presidencial e o discurso da Ministra durante o ato político no congresso do PT.

http://www.vermelho.org.br/


"Há convergências das diretrizes do PT com a opinião do PCdoB"

O presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, declarou que "há importantes convergências entre a opinião dos comunistas e o documento aprovado no 4° congresso do Partido dos Trabalhadores".
A Convenção petista encontra-se reunida em Brasília no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Os 1.350 delegados discutiram e votaram durante todo o dia desta sexta-feira (19) as resoluções sobre tática eleitoral e política de alianças, as diretrizes do programa de governo para 2010 constantes do documento "A Grande Transformação" e a construção partidária. Renato Rabelo destacou como positivo que o PT esteja aprovando um Projeto de Desenvolvimento Nacional, Democrático e Popular. "Trata-se, efetivamente, de uma sinalização à esquerda", disse o dirigente comunista. O presidente do PCdoB destacou ainda como positiva a ênfase dada ao papel da coalizão de esquerda na concertação das alianças eleitorais e tendo em vista a formação do futuro governo.



À noite será realizada a solenidade de posse dos novos membros do Diretório Nacional, Comissão de Ética Nacional e Conselho Fiscal Nacional do partido. Está prevista a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


O congresso fará neste sábado (20) lançamento da pré-candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a sucessão do presidente Lula. Renato Rabelo, que estará presente no ato, ressaltou que o PCdoB tem seu ritmo e tempo próprio de tomada de decisões sobre a sucessão presidencial, mas "sem sombra de dúvida merece toda a consideração dos comunistas a proposta de candidatura presidencial apresentada por Lula”. Na avaliação da direção comunista o período de dois mandatos do presidente Lula trouxe conquistas importantes para o país. "Esboçou - afirmou o presidente do PCdoB - um novo projeto nacional, que toma em consideração os interesses nacionais, democráticos e populares". "Nesse período destacou-se também - acentuou Renato - a liderança política do Lula". Renato considera que a consolidação da liderança do atual presidente é um "fato político novo" e "quem não compreende isso não é capaz também de compreender os passos que o país deu".

Obama provoca a China

Para que serve o mito da não violência do dalai lama? Para o presidente dos EUA, Barack Obama, aparentemente, serve para enfrentar suas dificuldades internas e a crescente oposição a seu governo. E também para demonstrar preocupação com os sinais de declínio do poder americano no mundo e com a ascensão chinesa ao primeiro plano das relações internacionais.

Washington tomou precauções simbólicas em relação a esta visita, tentando sinalizar que reduzia seu alcance – o dalai lama foi recebido como líder religioso. Mesmo assim, há um simbolismo maior: ele vende a imagem internacionalmente de líder do Tibete, na verdade um provocador do separatismo. Com esse fim, mobiliza setores da opinião pública que, por razões ideológicas ou simples desconhecimento, vêem nele um campeão da luta contra a “opressão nacional” de seu país.

Na verdade, o dalai lama, conforme a conjuntura, é usado como instrumento de provocação dos Estados Unidos à China. A subordinação do dalai lama à política dos EUA não é recente. Durante dez anos, depois da revolução de 1949, ele foi uma personalidade de destaque na China Popular e, como deputado Constituinte, foi signatário da Constituição chinesa.
As coisas começaram a mudar no final da década de 1950, quando a modernização começou a chegar ao Tibete que era, até então, domínio inconteste da oligarquia feudal comandada pelo dalai lama. A casta sacerdotal corrupta e violenta – o historiador italiano Domenico Losurdo comparou-a à família florentina dos Bórgia - era dona do país, senhora de vida e morte sobre a imensa maioria da população que, em pleno século 20, era constituída de servos escravizados por aquela aristocracia, que eram explorados em padrões medievais.
A interferência dos EUA na região cresceu com a guerra da Coréia, em 1950, e a CIA passou a fomentar operações paramilitares e a chamada “guerra psicológica” para criar dificuldades ao governo de Mao Tse Tung.
O dalai lama foi então o chefe militar de uma tentativa de rebelião da casta sacerdotal em 1959, apoiada e armada pelos EUA, e derrotada com a ampla participação do povo tibetano. Os cabeças do levante palaciano fugiram para a Índia com o dalai lama à frente quem desde então, e com apoio dos EUA (e da CIA), proclama-se chefe de estado tibetano no exílio.
Começou então a nascer o mito do pacifismo do dalai lama. A propaganda dos EUA passou a difundir a não-violência do budismo tibetano e do dalai lama, contraposta à “violência” da expansão comunista. Aquele “pacifista” é assim, há mais de meio século, instrumento da política externa dos EUA e seus serviços de espionagem em atentados contra a unidade territorial e a soberania nacional chinesa.

A recepção do dalai lama por Barack Obama é uma provocação à China Popular.

A reunião entre Obama e o dalai lama faz parte da recente escalada americana contra a China, e que envolve a anunciada venda de armas à província de Taiwan, que não reconhece o governo de Pequim, e as pressões para que o Google opere sem restrições na China. Tudo isso num ambiente de pressões econômicas para impor à China medidas nocivas à economia do país mas que favorecem os interesses dos EUA.
A reação do governo de Pequim contra a reunião ocorrida em Washington foi firme. Hoje (19), o governo chinês convocou o embaixador dos EUA para protestar e exigir explicações oficiais. "Os EUA”, disse o Ministério de Assuntos Exteriores chinês, “devem deixar de interferir nos assuntos internos da China e adotar medidas concretas para manter o crescimento são e contínuo das relações".
O biombo da questão religiosa é frágil, como destaca a reação chinesa. Ele esconde dois objetivos complementares – o atentado contra a soberania nacional da China e também o projeto de restauração do poder aristocrático e escravocrata da casta sacerdotal no Tibete sob a liderança do falso campeão da autonomia tibetana, o dalai lama. Trata-se da união da minoria tibetana reacionária e violenta com o imperialismo, que precisa ser desmascarada e denunciada.

Wevergton Brito Lima: a carta do ministro e a decadência do Globo

Na manhã do dia 12 de fevereiro, em plena sexta-feira carnavalesca, preparo-me para a penosa faina que é ler o jornal O Globo. As constantes manipulações, distorções e mentiras, somadas à arrogância do pensamento único que determina a linha editorial do jornal, foram transformando o hábito de ler O Globo quase que em uma tortura.

Por Wevergton Brito Lima*

Assim como eu, muitos leitores se questionam: “Por que continuo a ler este jornal?”. A resposta é óbvia: não se pode ignorar a força de O Globo que, assim como a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e outros veículos da mídia impressa, interferem poderosamente na cena política brasileira, tornando difícil a decisão de simplesmente cancelar a assinatura, como é o meu desejo.

Portanto sigo em frente, disposto a encarar mais uma amostra do jornalismo de circo de Ali Kamel e seus colunistas amestrados (nem todos os colunistas de O Globo são amestrados, Veríssimo é a mais ilustre exceção, mas a grande maioria cumpre este triste papel de sabujo da linha editorial do patrão).
Até que a edição do dia 12 não foi das piores. Mas na página 4 um dos mais destacados C.As. (colunistas amestrados), a pretexto de atacar José Roberto Arruda arranja um jeito de incluir Lula na dança, ao “estranhar” a declaração do presidente, que considerou a prisão do governador um episódio triste da crônica política brasileira. Com base nesta polêmica opinião de Lula, o C.A. parte logo para a conclusão de que Lula defendeu “a impunidade dos políticos, como fez com os mensaleiros e com os aloprados do PT”.
Embora o pretenso assunto da coluna (a prisão de Arruda) não tivesse nada a ver com o suposto mensalão do PT, isso não é empecilho para um verdadeiro Colunista Amestrado. Vamos imaginar que Lula tivesse dito, sobre a prisão de Arruda, exatamente o contrário do que disse: “a prisão do governador de Brasília é um episódio feliz para todos nós”. O nosso brioso C.A. diria então que isto não é o papel de um estadista!
Que um estadista não pode comemorar, como se ainda fosse um sindicalista, a prisão de um governador do Distrito Federal! Nosso C.A. ficaria indignado perante este “oportunismo” e terminaria com a mesma acusação: Lula teria sido incoerente, já que defendeu “a impunidade dos mensaleiros e dos aloprados do PT”. Afinal o que importa para um bom C.A. é buscar cumprir a cada vez mais inglória tarefa de desgastar o presidente Lula.
Passo pela página 4 já irritado. Na página 6, um editorial “Prós e Contras” faz um balanço dos 30 anos de fundação do PT. Na coluna dos lucros (para usar uma expressão do jornal) O Globo incluiu a “Carta ao Povo Brasileiro”, que assumiu o “compromisso de manter as bases da economia de mercado, sem calotes e delírios”. Na coluna dos prejuízos o fato de ainda existir no PT pessoas que sonham com o “paraíso socialista”.
Essas pessoas, para O Globo, tem uma visão golpista e autoritária (espanta ver a desfaçatez com que o jornal que apoiou a Ditadura Militar fala em autoritarismo!). No fim, O Globo saúda o fato de “a cúpula do Partido rejeitar propostas esquerdizantes para o programa de sua candidata”.
Na coluna de cartas é que acontece a surpresa. Com o título “Coerência no Minc”, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, discorre sobre as propostas de mudanças na Lei Rouanet. Como é Ministro e o assunto vem dando ensejo a um intenso debate, talvez fosse o caso de O Globo transformar a carta do Juca em artigo. Mas não. Colocou o texto em penúltimo lugar na seção de cartas.
Quando se lê a missiva do ministro entende-se a razão de O Globo buscar esconder o debate. A carta é demolidora. Juca Ferreira alerta para o fato de que a lei Rouanet, nestes 19 anos de existência, revelou distorções e insuficiências. Diz que é preciso determinação para superar estas distorções e insuficiências “mesmo tendo que enfrentar os que se beneficiam do dinheiro público de forma privilegiada”.
O ministro elenca os dados que comprovam as distorções: “Em 18 anos da Lei Rouanet, só 5% foi dinheiro privado e apenas 3% dos proponentes – quase sempre os mesmos – tiveram acesso a mais da metade do dinheiro gerado pela lei. Apesar de ser uma lei federal, ela pretere 25 das 27 unidades da federação”.
O ministro segue demonstrando, sempre com dados, a incrível concentração que beneficia poucos, “quase sempre os mesmos”, e pouco antes do final vem uma valiosa lição de moral muito bem dada: “O que se espera de um jornal efetivamente comprometido com a sociedade brasileira é que, em nome da grandeza cultural brasileira, coloque em segundo plano seus interesses como captador de recursos da Lei Rouanet”.
A resposta de O Globo foi no melhor estilo Ali Kamel. Contra os números apresentados pelo ministro não se apresentou nenhum outro número ou contestação. Argumentou-se que O Globo não é o único a apontar o “vício dirigista”. Afirmou-se que as mudanças na lei farão diminuir os recursos arrecadados. E, pérola das pérolas, esclareceu: “Em tempo: a redação do Globo não se vale da Lei Rouanet”. Ora, mesmo uma criança é capaz de entender que o Ministro Juca Ferreira, em sua bem dada estocada, não insinuou que “a redação” de O Globo usufrui incentivos da citada Lei, mas sim que as Organizações Globo, através de seus inúmeros instrumentos, capta muito dinheiro utilizando a Lei Rouanet, fato, de resto, sabido por todos.
A resposta de O Globo conclui afirmando peremptoriamente que o único interesse do jornal neste debate é “evitar a manipulação de recursos públicos por culturocratas (sic) a serviço da fisiologia ideológica e do compadrio político”. Em suma: para contraditar os sólidos e serenos argumentos do Ministro, O Globo vale-se de chavões e distorções.
Em termos de respostas pífias, recordar é viver: Ali Kamel, homem forte do jornalismo das Organizações Globo, foi aquele que, em já memorável coluna, acuado pelas inúmeras denúncias de manipulação do noticiário durante a última campanha presidencial (inclusive de ex-subordinados seus), gastou quase metade da página 7 do jornal para dizer que o jornalismo de O Globo era sempre imparcial já que a produção da notícia era coletiva.
Ao ver um argumento tão pueril (afinal no quartel o trabalho é coletivo mas quem manda é o general, na fábrica o trabalho é coletivo mas quem manda é o proprietário, no jornal O Globo o trabalho é coletivo mas quem determina a linha editorial são os irmãos Marinho) partindo de um dos “cabeças” das Organizações Globo, entende-se a atual indigência intelectual que campeia no jornal e sua evidente decadência. É certo que O Globo continua forte e influente, mas também é visível que ele vem perdendo prestígio e leitores, o que me faz ficar cada vez mais em dúvida sobre continuar, com a minha assinatura, ajudando a financiar este triste exemplo de jornalismo.
Quanto a minha leitura da edição do dia 12, só aguentei até a página sete, quando me deparei com um dos novos C.A.s, Nelson Motta, o colunista de uma nota só, exemplo perfeito e acabado da “mediocridade arrogante”, sempre a vociferar contra “a esquerda”, o “ditador Hugo Chávez”, etc. Aí eu parei e fui curtir o maravilhoso carnaval do Rio. De indigência intelectual eu já estava cheio.

Leia abaixo a íntegra da carta do ministro e a resposta de O Globo.

Coerência no MinC (Cartas dos Leitores)

O Globo - RJ, Opinião, em 12/02/2010

O Ministério da Cultura vem promovendo nestes últimos sete anos um importante debate público sobre a ampliação de recursos e novos mecanismos que garantam o incentivo e o financiamento à altura da grandeza e da diversidade da cultura brasileira. Considerando que 80% do que o MinC atualmente repassa para apoiar a produção cultural vão através do mecanismo da renúncia fiscal, uma parte importante deste debate é sobre a Lei Rouanet, suas distorções e insuficiências acumuladas nestes 19 anos de existência.


Os números da concentração são tão graves que seria uma covardia da nossa parte e um desrespeito com o povo brasileiro e com os que criam e produzem cultura nos quatro cantos do Brasil se nós não tivéssemos sido firmes e determinados em apontar a necessidade de aprimoramento, mesmo tendo que enfrentar os que se beneficiam do dinheiro público de forma privilegiada… Nesse cenário de maturidade democrática, de fortalecimento da crítica e do diálogo, espanta a forma como O Globo, em sua coluna Opinião (7/2/2010), tratou o tema. O editorial chama de “êxito” o resultado de uma lei que estimula a distribuição de dinheiro público sem critérios e desestimula o investimento privado. Em 18 anos de Lei Rouanet, só 5% foram dinheiro privado e apenas 3% dos proponentes - quase sempre os mesmos - tiveram acesso a mais da metade do dinheiro gerado pela lei. Apesar de ser uma lei federal, ela pretere 25 das 27 unidades da federação. Em torno de 80% desse dinheiro ficam em dois estados e, dos cerca de seis mil artistas que recebem o crédito do MinC e que buscam apoio de algum departamento de marketing, só 20% conseguem.
Quase sempre os mesmos. Logo, o argumento de que não se deve mexer na lei porque ela é boa para o país é falacioso e a manutenção da atual só é positivo para as poucas organizações que compõem esses 3% dos que conhecem o caminho das pedras que leva ao “sim” dos departamentos de marketing. Podemos ter uma lei muito melhor, ao acesso de todos os artistas produtores e organizações culturais de todo o país, como parte do esforço do atual governo de dotar a cultura brasileira de reconhecimento, peso político, recursos e políticas estruturadas. Onde o jornal vê intervencionismo estatal, nós praticamos o fortalecimento do protagonismo da sociedade civil e a ampliação do acesso a um recurso que antes era destinado a poucos.
Em vez da velha mistificação que nos lembra os anos de autoritarismo, sugiro que apontem no texto do projeto de lei onde esse dirigismo se manifesta. É muito mais produtivo participar do debate do que tentar inviabilizá-lo. A iniciativa privada foi, é, e continuará sendo nossa parceira na promoção da cultura no país. Há empresários que atuam no setor de modo louvável.
O que se espera de uma jornal efetivamente comprometido com a sociedade brasileira é que, em nome da grandeza cultural brasileira, coloque em segundo plano seus interesses como captador de recursos da Lei Rouanet. O Globo poderá prestar um grande serviço à cultura brasileira, na medida em que, como órgão de comunicação respeitável e prestigiado, participar do debate com a transparência e o respeito que o país merece.
Juca Ferreira
Ministro de Estado da Cultura (por e-mail, 11/2), Brasília, DF


NOTA DA REDAÇÃO: No debate de quase um ano sobre as propostas do ministros de uma nova Lei Rouanet, O Globo não tem sido o único a apontar o vício dirigista embutido no projeto do MinC. O mesmo vício que contaminara a ideia da Ancinav, também do ministério, engavetada pelo governo diante das críticas à intenção da Pasta, à época sob o comando de Gilberto Gil, de intervir na produção audiovisual do país. É verdade que os recursos aplicados via Lei Rouanet são públicos, mas eles advêm de impostos cobrados ao contribuinte. Se a nova lei retirar dele o poder de escolha do que apoiar, e transferi-lo à burocracia estatal, que se arroga representante da “sociedade civil”, quem gera renda e recolhe imposto preferirá pagá-lo efetivamente, sem se valer do incentivo. E assim a cultura perderá apoio financeiro. Em tempo: a redação do Globo não se vale da Lei Rouanet; seu interesse, no caso, é evitar a manipulação de recursos públicos por culturocratas a serviço da fisiologia ideológica e do compadrio político.


* Wevergton Brito Lima é jornalista e secretário de Comunicação do PCdoB-RJ
http://www.vermelho.org.br/

Chapa da CTB vence eleição no SINTECT-RJ

O Bloco da Chapa 1 (CTB) fez bonito na Avenida. O time foi nota 10 em todos os quesitos. Os jurados – a categoria – confirmaram nos votos a luta destes companheiros que estão à frente do Sindicato. Este resultado demonstra que os trabalhadores avaliam positivamente a atuação da CTB nos Correios.
A eleição ocorreu nos dias 9, 10 e 11 deste mês, com três chapas concorrendo. A Chapa 1, da CTB e formada pela atual direção do Sindicato, recebeu 2.244 votos, contra 955 da chapa 2 (CUT) e 1.295 da chapa 3 (Conlutas, PCO e MRL). Foram contabilizados ainda 65 votos brancos e 135 nulos.

Para o novo secretário-geral do SINTECT-RJ, Ronaldo Ferreira Martins (Ronaldão), essa vitória consolida a política correta da CTB com os trabalhadores dos Correios. Ao mesmo tempo em que demonstra a confiança da categoria na direção do Sindicato.
“Tivemos nesta campanha um debate amplo e democrático. Cada chapa pode apresentar suas propostas, mas os trabalhadores não se deixaram enganar e confirmaram seu voto na chapa da CTB, pois nos últimos anos viemos acumulando diversas conquistas, seja nos aumentos reais nas campanhas salariais ou no adicional de 30% para os trabalhadores.”, declarou Ronaldão.

http://www.vermellho.org.br/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Resolução sobre os cem anos do 8 de março

Documento aprovado na reunião do Comitê Central do PCdoB, realizada neste final de semana (dias 6 e 7 de fevereiro), em São Paulo.

Dia Internacional da Mulher

Durante a II Conferência de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, em 1910, com a presença de delegadas de 17 países, foram aprovadas as propostas de Clara Zetkin de conclamação às mulheres a lutarem pela paz e de se celebrar um dia internacional das mulheres, que deveria ocorrer todos os anos. No ano seguinte, no mês de março, mais de um milhão de mulheres foram às ruas na Alemanha, na Suiça, na Dinamarca e na Áustria, celebrando seu dia.


Em 2010, mulheres do mundo inteiro, comemoram os 100 anos do Dia Internacional da Mulher, com várias manifestações tendo como sempre a marca de luta que tem caracterizado este dia ao longo dos tempos.

O Partido Comunista do Brasil, ao mesmo tempo em que saúda as mulheres brasileiras neste seu dia, conclama as comunistas a serem protagonistas de ações que celebrem os 100 anos do 8 de março, lembrando o que afirma o documento da 1ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Questão da Mulher de que não há projeto de desenvolvimento sem a participação da mulher.

O Partido Comunista do Brasil considera a necessidade de avançar na superação da subrepresentação das mulheres nas esferas de poder e decisão na sociedade, que é inadmissível conviver com a violência contra as mulheres e com a criminalização das mulheres por realizarem a interrupção da gravidez.

O Partido Comunista do Brasil reafirma neste 8 de Março “que o avanço da emancipação das mulheres é uma condição para o progresso social”, como está estabelecido no seu Programa, aprovado no 12º Congresso.
Viva o Dia Internacional da Mulher

São Paulo, 7 de fevereiro de 2010

Comitê Central do PCdoB