domingo, 7 de julho de 2013

Frei Betto: renda não basta, é preciso 'encher as cabeças das pessoas'



O assessor de movimentos sociais e escritor Frei Betto afirmou que o narcotráfico e o uso de drogas pela população jovem que não tem acesso a serviços básicos de educação e cultura são fruto de uma “política equivocada do governo em relação aos direitos sociais.”


“Não basta assegurar renda e encher os bolsos, mas sobretudo encher as cabeças das pessoas, com acesso a cultura, à arte, de modo que haja protagonismo empreendedor”, disse à Rádio Brasil Atual.

O combate à fome, de acordo com ele, também não pode ser encarado como política pontual, mas parte de um todo mais amplo de políticas sociais. “A fome não se combate apenas com prato de comida, pois abre-se o oco na barriga, o buraco negro da cidadania. É preciso evitar que haja pessoas desprovidas dos bens essenciais da vida. Para que o direito à cidadania não fique restrito aos discursos políticos, o combate a fome exige, no mínimo, reforma agrária, distribuição de renda, e escolarização compulsória das crianças.”

Segundo ele, se a maioria da população brasileira tivesse acesso à terra, a melhores salários e a educação de qualidade, problemas graves estariam resolvidos. “Se a juventude tivesse acesso ao lazer, ao esporte a atividades culturais, não teríamos mortos-vivos destruídos pelo crack e outras drogas.”

A juventude atual, de acordo com Frei Betto, encontra dificuldades para encontrar-se em espaços que incentivem a formação cultural e subjetiva de suas personalidades, e isso é fruto da opressão de ideias do período da ditadura (1964-85), ressalta ele. “A violência do narcotráfico não é causa, é fruto de uma violência maior de uma elite que manteve este país amordaçado ao longo de 21 anos de ditadura, ceifando ideais e utopia. Esses filhos e netos nascidos durante e após o regime não tiveram a educação para a cidadania dos grêmios escolares e dos movimentos estudantis, cineclube, da academia literária.”

Essa juventude, ainda de acordo com Frei Betto, é prejudicada pelo tipo de programação televisiva hegemônico no país. “Os jovens são embotados pelo entretenimento consumista, a publicidade hedonista, encharcados de sites e programas que nada adicionam à formação de subjetividade e ao aprimoramento de cultura. Na falta de quem indique, buscam o caminho do absurdo, sustentado por narcotráfico”, comentou.


Fonte: Rede Brasil Atual

Ato pela democratização da mídia prepara atividade para dia 11


A democratização da comunicação e a aprovação do Marco Civil da Internet foram os temas de 'aula pública' realizada na noite de quarta-feira (3), em São Paulo. A atividade, que ocorreu no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e deu continuidade à Assembleia Popular realizada uma semana antes no mesmo local, teve como encaminhamento a realização de um grande ato em frente à sede da Rede Globo, no dia 11 de julho, quando as centrais sindicais realizam paralisações e manifestações por todo o Brasil.



Cartaz do evento / foto: Foto do cartaz por Vinicius Macario, publicada no Facebook

Com adesão de estudantes, jornalistas, militantes do movimento social e interessados em geral, o evento foi dividido em tês partes: a discussão do Marco Civil da Internet, que garante a liberdade de expressão, o direito à privacidade e a neutralidade da rede (o proprietário da infraestrutura da rede não pode interferir no fluxo de dados e conteúdos); o monopólio da mídia e a necessidade de democratizar o setor; e, por fim, as coberturas feitas pela grande mídia e pelas mídias alternativas sobre as recentes manifestações de rua.

#MarcoCivilJá

O projeto de lei que define direitos e deveres de usuários e prestadores de serviços relacionados à Internet (e que está engavetado no Congresso) foi explicado e defendido por Sérgio Amadeu e Veridiana Alimonti, ambos representantes da sociedade civil no Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Segundo Amadeu, a aprovação do projeto é fundamental para assegurar a liberdade e a criatividade na Internet. “O Marco Civil garante que a vigilância das redes sociais, de e-mails e dados em geral, feita pelo Obama nos Estados Unidos, não ocorra no Brasil sem a existência de ordem judicial”, diz.

Sérgio Amadeu durante aula no Masp, na Avenida Paulista / foto: Eliezer Muniz-Facebook

Na avaliação do sociólogo, sem a Internet não seria possível articular os movimentos globais de manifestações, como o Occupy Wall Street, o M15 espanhol e a Primavera Árabe, além do próprio caso recente no Brasil. “Um país livre precisa de uma comunicação livre e, sem Marco Civil da Internet, isso não acontecerá”, afirma.

No entanto, ele argumenta que há forças contrárias à aprovação do projeto atuando nos bastidores: “As grandes empresas de telecomunicações e a indústria do direito autoral sabem que a comunicação e a cultura serão cada vez mais digitais e atuam em defesa de interesses estritamente econômicos”.

Veridiana Alimonti, por sua vez, destacou a importância da universalização da banda larga. “Na área rural, apenas 10% dos domicílios têm acesso à Internet, enquanto entre as classes D e E. apenas 6%”. O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), em sua visão, permite serviços precários, que não suprem a necessidade de a população estar conectada: “Enquanto oferecemos planos caros para 1mb de navegação, os outros países trabalham com 10, 20 e até 50mb a preços acessíveis”.

O problema, na opinião de ambos, é que o governo tem reduzido a Internet à condição de mera mercadoria. “O próprio Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a Internet é um negócio. Mas é muito mais que isso: é espaço de consolidação de direitos fundamentais para o cidadão”, defende Alimonti. Ao final da atividade, os participantes realizaram um 'flashmob' no canteiro central da Avenida Paulista, com cartazes pedindo a aprovação do Marco Civil.

Mídia e democracia

O cenário de monopólio privado da comunicação e a necessidade de democratizar o setor foi abordada por Renata Mielli (Centro de Estudos Barão de Itararé) e Pedro Ekman (Intervozes), ambos integrantes do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Para Ekman, o fato de as concessões do espectro radioelétrico serem públicas significa que o Estado precisa regular a sua utilização, o que não ocorre no país. “Há um predomínio de veículos comerciais, que têm seus interesses próprios e encaram a comunicação como negócio”, diz. O quadro de monopólio privado, encabeçado por grandes conglomerados midiáticos e legitimado pela ausência de uma regulação que garanta a diversidade e a pluralidade de opiniões, suprime a voz de outros setores da sociedade.

“O Roberto Marinho, por exemplo, não gosta de discutir a regulação da mídia em países considerados avançados, como França, Inglaterra e Estados Unidos. Isto porque há legislações que proíbem a propriedade cruzada”, afirma. “Já no Brasil, por exemplo as Organizações Globo detêm jornais, revistas, rádios, televisão, canais de televisão, gravadora, editora... o que não é bom nem para o mercado, muito menos para a democracia”.

Como alternativa à dominação de interesses privados no setor, Pedro Ekman e Renata Mielli apostam no Projeto de Lei da Mídia Democrática, lançado pela campanha Para Expressar a Liberdade. O texto reúne o que há de melhor e mais democrático no ambiente regulatório, ampliando a liberdade de expressão e garantindo o direito à comunicação para todos os cidadãos. Por ser uma Iniciativa Popular, o PL precisa de 1,3 milhão de assinaturas para chegar ao Congresso.

Apesar de a Constituição Federal de 1988 tratar de pontos-chave para a garantia de uma comunicação democrática no país, tais artigos permanecem sem regulamentação. “Quem diz que a Lei da Mídia Democrática quer censurar não apenas ignora a Constituição, como também sustenta uma legislação obsoleta, que já tem mais de 50 anos”, argumenta Mielli.

De acordo com ela, as sete famílias que monopolizam os meios não querem regras porque só assim se sustentam. Evocando a máxima de que, no país, liberdade de imprensa muitas vezes significa liberdade de empresa, Mielli dispara: “A Globo, por exemplo, diz que defende a liberdade de expressão, mas foi um dos sustentáculos da ditadura militar no Brasil”.

Ambos criticaram o financiamento ostensivo que o Governo concede às empresas da velha mídia. “O Ministério das Comunicações é subserviente aos meios privados. Em 2012, dos 1,8 bilhões de reais previstos para a publicidade oficial, 500 milhões foram aplicados somente na Rede Globo de televisão”, diz Mielli, que completa: “O financiamento de mídias alternativas é tão importante quanto à complementariedade entre os sistemas público, privado e comunitário, essencial para a democracia no setor e que, apesar de garantido na Constituição, não existe”.

Os blogueiros Leonardo Sakamoto e Renato Rovai (revista Fórum) avaliaram o momento que o mundo da comunicação vive a partir das manifestações de rua que eclodiram no país. Segundo Rovai, “o processo que estamos vivendo era inimaginável há alguns anos atrás. O mito da tecnocracia no jornalismo tem que acabar, pois jornalismo e comunicação é produção de conteúdo por todos e acesso à informação por todos”.

Para Sakamoto, as mídias tradicionais saíram “a reboque” das redes na cobertura, com destaque para a mudança de tom dos jornais que, antes, defenderam a repressão contra “vândalos” e “baderneiros”. “As redes denunciaram a tentativa de apropriação do movimento por parte da grande mídia”, opina.

A decisão coletiva de realizar o ato em frente à Rede Globo no dia 11 de julho, somando-se ao Dia Nacional de Lutas das centrais sindicais, teve como pautas principais justamente a democratização da mídia e a aprovação do Marco Civil da Internet.

Fonte: Barão de Itararé

O campista Wilson Batista faria 100 anos: malandragem contra a opressão



5 de Julho de 2013 - 16h00
Wilson Batista Wilson Batista

A história da música popular brasileira se mistura à do país e está intimamente ligada á vida de seu povo. Mostra maneiras do povo para resistir à opressão e se afirmar enquanto pertencente a uma nação. O Brasil vivia em ebulição no início do século 20, refletindo nossa diversidade cultural e pluralidade de ideias em profusão. Wilson Batista é um dos representantes dessa fase do samba na então Capital Federal.

Por Marcos Aurélio Ruy*


Muito decantada na MPB, a malandragem teve reflexos na vida da então capital federa, o Rio de Janeiro, e o tema esteve presente nos sambas produzidos na época. A questão era tão forte que chegou a ser proibida por uma portaria governamental a “exaltação da malandragem” nas músicas de então. Muitos foram os compositores brasileiros que procuravam formas de resistir à perseguição que sofriam pelo poder estabelecido. A vida e obra do compositor Wilson Batista e as dificuldades enfrentadas pelo cantor Jamelão demonstram essa faceta da vida brasileira.

Neste ano, Wilson Batista de Oliveira completaria 100 anos. Considerado por Paulinho da Viola como o “maior sambista de todos os tempos”, o compositor fluminense tem sido um tanto quanto relegado a segundo plano, talvez pela sua aproximação com notórios malandros da época e trajar-se como eles, inclusive carregando uma navalha no bolso, que dizem as más línguas nunca saiu desse bolso. O seu culto à malandragem lhe rendeu fãs famosos como Madame Satã, que se tornou fã incondicional do compositor nascido em Campos, interior do Rio de Janeiro, em 3 de julho de 1913. Sempre trajado de terno azul-marinho ou branco, camisa de seda, sapatos cara de gato e cachecol branco, para Madame Satã, Wilson Batista “era o maior compositor do Brasil”.

O Brasil vivia uma efervescência de acontecimentos no início do século passado. As lutas operárias que transformavam a vida do país; em 1917 foi gravado o primeiro samba, Pelo Telefone. Entrou em cena o Partido Comunista do Brasil, no mesmo ano da Semana de Arte Moderna: 1922. A Revolução de 1930, tirou as oligarquias paulista e mineira do centro do poder; o fortalecimento do rádio como principal órgão de comunicação e o forte sentimento de identidade nacional que se forjava. Foram fatos que deram contorno ao samba, marcando os sambistas do Rio de Janeiro. Traço que se fortalecia nos morros e começava a descer para o asfalto, urbanizando-se. Wilson Batista é um dos representantes dessa faceta ao lado de outros grandes como Noel Rosa com quem travou um curioso, e em certa medida feroz e profícuo, embate musical (ouça em seguida, abaixo).

Os dois jovens compositores transformam a mais famosa disputa musical doa música popular brasileira em grandes pérolas da MPB. Porque tanto um quanto outro conseguiu transpor as barreiras do circunstancial e temporal. As músicas de ambos no embate podem ser ouvidas e cantadas independentemente da peleja e permanecem atuais porque falam da alma humana. Tudo começou com Lenço no Pescoço, de Wilson Batista para a qual Noel respondeu com a canção Rapaz Folgado, ainda em 1933, justamente porque entendeu o samba do compositor fluminense como apologia à malandragem e para Noel essa visão prejudicava a figura do sambista, já tão malvisto pela sociedade.

Wilson Batista cantava: “Meu chapéu do lado/Tamanco arrastando/Lenço no pescoço/Navalha no bolso/Eu passo gingando/Provoco e desafio/Eu tenho orgulho/Em ser tão vadio (...)”. Samba ao qual Noel respondeu que “(...) Malandro é palavra derrotista/Que só serve pra tirar/Todo o valor do sambista/Proponho ao povo civilizado/Não te chamar de malandro/E sim de rapaz folgado”.
Batista retrucou com Mocinho da Vila: “Você que é mocinho da Vila/Fala muito em violão, barracão e outros fricotes mais/Se não quiser perder/Cuide do seu microfone e deixe/Quem é malandro em paz”. Noel não se fez de rogado, aceitou o desafio e respondeu com Feitiço da Vila, em parceria com Vadico, na qual afirmava: “Quem nasce lá na Vila/Nem sequer vacila/Ao abraçar o samba/Que faz dançar os galhos,/Do arvoredo e faz a lua,/Nascer mais cedo./Lá, em Vila Isabel,/Quem é bacharel/Não tem medo de bamba (...)”.

Desse embate fizeram parte músicas antológicas como Conversa Fiada, de Wilson Batista e Palpite Infeliz, de Noel. Depois dessa canção de Noel Rosa, Batista apelou e fez Frankenstein da Vila, em referência a seu defeito de nascença, no queixo. Noel não respondeu. Pondo fim a celeuma, Noel resolveu fazer a poesia para a música Terra de Cego, de Batista e eles rebatizaram a canção com o título de Deixa de Ser Convencida; a parceria aproximou os compositores e a polêmica foi encerrada. Até hoje, porém, quando se fala em Wilson Batista a primeira questão que vem a mente é essa disputa com Noel Rosa.

A malandragem de Wilson Batista

Contrariando a trajetória que fatalmente o transformaria em operário, o sambista fluminense voltou-se cedo para a música sob a batuta do tio Ovídio Batista, maestro da banda Lira de Apolo, da cidade natal de Wilson Batista, na qual ele iniciou tocando triângulo. Mas ele marcou sua trajetória na então capital federal, para onde se mudou coma família ainda garoto e se apaixonou pela boemia do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Iniciou carreira ainda muito jovem nos cabarés e bares e fazendo amizades com muitos músicos e malandros da cidade. A proximidade com malandros rendeu-lhe algumas prisões e um estilo inconfundível entre os compositores da época. Antes de definir-se pela música, chegou a trabalhar como eletricista e ajudante de contrarregra no Teatro Recreio, na Praça Tiradentes, reduto dos sambistas e boêmios de então. Compôs o seu primeiro samba em 1929, com apenas 16 anos, Na Estrada da Vida. Foi cantor e ritmista na Orquestra de Romeu Malagueta e no começo da década de 1930 teve o seu samba, Desacato (em parceria com Paulo Vieira e Murilo Caldas) gravado por três grandes intérpretes da época, Francisco Alves, Castro Barbosa e Murilo Caldas.

Wilson Batista compôs sambas que permanecem na história de nossa música como Mania da Falecida e Oh, seu Oscar (ambos em parceria com Ataulfo Alves), o samba de breque em parceria com Geraldo Pereira e gravado por Moreira da Silva, Acertei no Milhar, com Haroldo Lobo fez Emília, Pedreiro Valdemar, com Roberto Martins e Balzaquiana, de parceria com Nássara. Em 1933, Almirante gravou sua batucada Barulho (em parceria com Osvaldo Silva). Acredita-se que sua primeira parceria tenha sido com outro sambista de respeito Sinhô. com o qual fez o samba de breque Mil e Uma Trapalhadas, gravada somente nos anos 1960 por Moreira da Silva.

Com mais de 600 músicas em seu currículo e contratos assinados com as mais importantes rádios de então, o sambista fluminense teve pouco reconhecimento em vida, apesar de ter sido gravado por Aracy de Almeida e Francisco Alves, o principal intérprete da época. Conhecido por tocar somente a inseparável caixa de fósforos, foi apelidado por Custódio Mesquita como o “maestro caixa de fósforos”.

Para o pesquisador Moisés Basílio “Wilson na música se assemelhou muito ao Lima Barreto na literatura no que diz respeito a terem suas obras marginalizadas.” Wilson Batista morreu em 7 de julho de 1968 aos 55 anos. Ele faz parte do rico acervo da história da MPB e a lembrança de suas canções nos faz refletir sobre a diversidade cultural popular brasileira com suas raízes notadamente africanas.





*Marcos Aurélio Ruy é colaborador do Vermelho

A famosa Polêmica Wilson Batista x Noel Rosa


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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Reforma da Educação: Urgente e fundamental para o desenvolvimento


No segundo vídeo da série Reformas Democráticas você vai saber por que a educação é um setor estratégico e fundamental para o desenvolvimento do país, enquanto projeto de nação. Além disso, esse episódio apresenta alguns de como avançarmos na reforma da educação e a importância estratégica desta área para mudanças estruturais no Brasil. 




Reformas democráticas: O caminho para um Brasil desenvolvido



Acompanhe a partir desta segunda-feira (1º) série, produzida pela TV Vermelho, sobre as "Reformas Democráticas". A série traz seis episódios que revelam: o Brasil só avança com mudanças estruturais na área urbana, da educação, da mídia, tributária, agrária e política. No 1º episódio, "Reforma Urbana", você vai saber por que viver nas cidades é cada vez mais caro e como o planejamento urbano pode melhorar nossas vidas. 


Reforma da mídia: Um passo para uma democracia mais forte



No terceiro vídeo da série Reformas Democráticas você vai saber por que os meios de comunicação estão nas mãos de poucas famílias, o papel da internet nas lutas sociais, quais os desafios para se democratizar a comunicação e o que propõem aqueles que defendem uma mídia livre. Produzida pela equipe do Vermelho, a série conta com seis vídeos temáticos sobre as reformas estruturais necessários para que o Brasil continue se desenvolvendo e avance nas mudanças. 





Veja também:

Reformas democráticas: O caminho para um Brasil 
Reforma da Educação: Urgente e fundamental para o desenvolvimento

Dilma repudia constrangimento imposto ao presidente Evo Morales


A presidenta Dilma Rousseff emitiu nota, nesta quarta-feira (3), em que expressou repúdio e indignação ao constrangimento imposto ao presidente da Bolívia, Evo Morales. Alguns países europeus impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo.


Segundo a nota, o constrangimento não atinge somente a Bolívia, mas a toda América Latina, comprometendo o diálogo entre os continentes e possíveis negociações entre eles.


Dilma ainda afirma que encaminhará iniciativas em todas as instâncias multilaterais para que situações como essa nunca se repita.

Confira a íntegra:

O governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.

O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.

Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Europeia.

O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.
O governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso continente, para que situações como essa nunca mais se repitam.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
 
Fonte: Palácio do Planalto