quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Estudantes acampam na Esplanada dos Ministérios


Estudantes universitários e secundaristas fazem protesto em Brasília, acampando em frente ao Congresso Nacional, em defesa de mais recursos para o ensino no país. O movimento Ocupe Brasília é liderado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), em parceria da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG).


Antonio Cruz/ABr
Une
Estudantes iniciam protesto na manhã desta terça (5)

O principal objetivo da manifestação é incluir no Plano Nacional de Educação (PNE) a meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos dez anos. O relator da proposta que atualmente tramita na Câmara dos Deputados definiu esse patamar em 8%, segundo relatório divulgado nesta segunda (5). Atualmente, o país aplica cerca de 5% do PIB em educação.

Segundo o presidente da UNE, Daniel Iliescu, o acampamento é uma forma de pressionar as autoridades, chamando a atenção para os temas da juventude e a educação. "Enquanto houver a imensa defasagem na qualidade da educação pública do país, professores mal pagos, infraestrutura precária e outros desafios não resolveremos problemas históricos do Brasil. Essa é uma oportunidade única”, explica.

Da redação


Dezembro vermelho: a revolução dos trabalhadores russos


Em 7 e 8 de dezembro de 1905, uma greve operária de grandes proporções toma a cidade de Moscou: cerca de um milhão de pessoas sai às ruas em manifestações pacíficas. Em 9 de dezembro, durante o dia, os dragões da cavalaria atacam os participantes de uma assembleia, realizada na Praça Stratsnaia. À noite, com a demolição da Casa do Violino, cresce a exasperação.


Encouraçado Potemkin
Encouraçado Potemkin
A massa desorganizada pelas ruas começa a levantar as primeiras barricadas, de modo inteiramente espontâneo e ainda de forma insegura. Em 10 de dezembro, a artilharia começa a disparar nas ruas contra as barricadas e as assembleias populares. Toda a população encontra-se nas ruas!

Nos principais bairros, a cidade inteira é coberta por uma rede de barricadas.

Durante alguns dias, desenvolve-se uma desesperada ação de guerrilheiros, travada entre os grupos de luta e as tropas governamentais. Que foram desmoralizadas durante o levante, Dubassov é levado a implorar por reforços.

Apenas em 15 de dezembro, as tropas oficiais alcançam uma superioridade decisiva e, em 17 do mesmo mês, o Regimento Semionovsky captura a região metropolitana de Presnia, última fortaleza da insurreição.

Passaram da greve e das manifestações às barricadas avulsas, destas à massiva formação de barricadas e às lutas de rua, travada contra as tropas.

Por além da cabeça das organizações, transitou a luta de massas do proletariato, indo da greve à insurreição.

Nisso reside a maior de todas as conquistas históricas alcançadas em dezembro de 1905, uma conquista que, tal qual todas as precedentes, obteve-se ao preço de grandes sacrifícios.
Partindo da greve política de massas, o movimento elevou-se a um nível superior.

Forçou a reação a prosseguir até o último limite, aproximando-se, assim, com passos imensos, do momento em que a revolução passaria ao uso dos meios de ataque, atingindo, igualmente, o último limite.

A reação não pode ir além do bombardeio da artilharia contra barricadas, casas e massas populacionais, situadas nas ruas.

A revolução pode ir mais além, até o combate dos grupos de luta de Moscou.
Pode ir muito mais além, em profundidade e amplidão.

E, desde dezembro, a revolução seguiu adiante.

A base da crise revolucionária tornou-se incomensuravelmente mais larga: o calibre de sua arma tem de tornar-se, agora, muito mais pesado.

O proletariado sentiu, antes mesmo de seus dirigentes, a mudança das condições objetivas da luta, a qual exigia a transição da greve à insurreição.

Como sempre, a prática precede à teoria.

A greve pacífica e as manifestações logo deixaram de satisfazer os trabalhadores.

Perguntavam-se, exigindo intervenção mais ativa: E agora, o que mais vamos fazer?

A orientação para levantar barricadas chegou aos bairros distantes com um atraso monumental, em um momento em que, no centro, já haviam sido erigidas as primeiras delas.

Os trabalhadores dedicaram-se, em massa, a esse trabalho.

Não se dando, porém, por satisfeitos, perguntavam-se : “E agora, o que mais vamos fazer ?”, exigindo intervenção ainda mais ativa.

A narrativa acima recria a tensão crescente, mobilização e destemor que levaram à célebre Revolução Russa de 2005, que chegou ao seu auge em 7 de dezembro.

Alguns episódios dessa longa insurreição foram retratados em “Encouraçado Potemkin”, obra-prima do cinema mundial dirigida por Sergei Mikhailovich Eisenstein.

Fonte: A arte proletária da Insurreição Socialista

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Denúncia de racismo em colégio

A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário acusa o Colégio Internacional Anhembi Morumbi, onde trabalha, de perseguição e racismo. Segundo boletim de ocorrência (BO) registrado em 24 de novembro, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo, ela teria sido forçada por superiores a alisar o cabelo para manter “boa aparência”. A diretora do colégio, que nega o preconceito, teria prometido comprar camisas mais cumpridas para a funcionária esconder seus quadris.


A jovem disse que foi contratada no dia 1º de novembro de 2011 para atuar no setor de marketing e monitorar visitas de pais interessados em matricular seus filhos no colégio, localizado no bairro do Brooklin, em São Paulo. A estagiária afirma ter sido convocada para uma conversa na sala da diretora, identificada como professora Dea de Oliveira. Nos dias anteriores, sempre alguém mandava recado para que prendesse o cabelo e evitasse circular pelos corredores.

“Ela disse: ‘como você pode representar o colégio com esse cabelo crespo? O padrão daqui é cabelo liso’. Então, ela começou a falar que o cabelo dela era ruim, igual o meu, que era armado, igual o meu, e ela teve que alisar para manter o padrão da escola.”

Além das advertências, Ester afirma ter sofrido ameaças depois de revelar o conteúdo da conversa aos demais funcionários do colégio. Eles teriam demonstrado solidariedade ao perceber que a estagiaria estava em prantos no banheiro.

“Depois disso, eu me vesti para ir embora e, quando estava saindo, ela me parou na porta e disse: ‘cuidado com o que você fala por aí porque eu tenho vinte anos aqui no colégio e você está começando agora. A vida é muito difícil, você ainda vai ouvir muitas coisas ruins e vai ter que aguentar’.”

Versão do colégio

Um funcionário indicado pela Direção do Anhembi Morumbi falou que a instituição não recebeu nenhuma notificação sobre o registro do BO e também negou a existência de preconceito, limitando-se a dizer que “o colégio zela pela sua imagem e, ao pregar a ‘boa aparência’, se refere ao uso de uniformes e cabelo preso”.

A advogada trabalhista Carmen Dora de Freitas Ferreira, que ministra cursos no Geledés – Instituto da Mulher Negra – assegura que a expressão “boa aparência” é usada frequentemente para disfarçar preconceitos.

“Não está escrito isso, mas quando eles dizem ‘boa aparência’, automaticamente estão excluindo negros, afrodescendentes e indígenas. O padrão é mulher loira, alta, magra, olhos claros. É isso que querem dizer com ‘boa aparência’. E excluir do mercado de trabalho por esse requisito é muito doloroso, afronta a Lei, afronta a Constituição e afronta os direitos humanos.”

Métodos conhecidos

De acordo com o depoimento da estagiária, as ofensas se deram em um local reservado. A advogada explica que essa prática é comum no ambiente de trabalho, além de ser sempre premeditada.

“O assediador sempre espera o momento em que a vítima está sozinha para não deixar testemunhas, mas as marcas são profundas. O preconceito é tão danoso, que ele nega direitos fundamentais, exclui, coloca estigmas, e a pessoa se sente humilhada, violentada. Quando o assediador percebe a extensão do dano, ele tenta minimizar, dizendo ‘não foi bem assim, você me interpretou errado, eu não sou discriminador, na minha família, a minha avó era negra’.”

Ester ainda afirma que teria sido pressionada a deixar o trabalho, ao relatar o ocorrido a uma conselheira do Colégio. Como decidiu permanecer, passou a ser vigiada constantemente por colegas.

“Eu estou lá e consegui passar numa entrevista porque sou qualificada para o cargo, mas ela não viu isso. Ela quis me afrontar e conseguiu abalar as minhas estruturas emocionais a ponto de eu me sentir um lixo e ficar dois dias trancada dentro de casa sem comer e sem beber. Você pensa em suicídio, se vê feia, se sente um monstro.”

Trauma

Ester revela que as situações vividas no trabalho mexeram com sua auto-estima e também provocaram grande impacto nos estudos e no convívio social.

“Desde que isso aconteceu, eu não consigo mais soltar o cabelo. Quando estou na presença dela eu me sinto inferior, fico com vergonha, constrangida, de cabeça baixa. É a única reação que eu tenho pela afronta e falta de respeito em relação a mim e à minha cor.”

O BO foi registrado como prática de “preconceito de raça ou de cor”. A Lei Estadual nº 14.187/10 prevê punição a “todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física”. Se comprovado o crime, os infratores estarão sujeitos a multas e à cassação da licença estadual para funcionamento.



Fonte: Radioagência NP

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Conferência de Saúde exige gestão pública exclusiva do SUS

O fim da terceirização da gestão da saúde pública foi a principal reivindicação da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que terminou neste domingo (4) em Brasília. O evento reuniu mais de 3 mil representantes da sociedade para debater o papel do Sistema Único de Saúde (SUS).


A expectativa é que as mais de 300 propostas de política pública aprovadas na conferência sejam aproveitadas pelos três níveis de governo – municipal, estadual e federal.

“Aprovamos contar para a sociedade brasileira que não é verdade que a sociedade rompeu com o SUS. Os representantes da sociedade que estavam aqui disseram que não é verdade que a gente se cansou, e não é verdade que não queremos lutar por isso e queremos entregar tudo para o mercado”, disse a coordenadora-geral do evento, Jurema Werneck.

Ela explicou que o sentido das propostas aprovadas não é que o Estado deixe de comprar leitos em hospitais privados quando não houver vagas no sistema público, mas que os governantes não repassem às instituições privadas a responsabilidade de administrar quando e como esses leitos serão usados.

De acordo com a coordenadora, o sistema atual – que vem sendo adotado por alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco – permite falhas sem que o Estado seja responsabilizado por isso. “A gente está mantendo a ideia de que o SUS é publico. A regra é não transferir serviços para organizações sociais, que são empresas disfarçadas que acabam precarizando o trabalho, acabam não entregando o serviço que a gente comprou, e acabam não garantindo o serviço à população”, declarou Jurema Werneck.

O ministro Alexandre Padilha, que participou do encerramento do evento, disse que o SUS saiu mais fortalecido da conferência. “Viva o controle social”, disse Padilha, ao encerrar a última votação do dia.

Imposto

A proposta de criação de um imposto para custear o sistema de saúde pública foi rejeitada na Conferência Nacional de Saúde. De acordo com os organizadores da conferência, a possibilidade de criação do imposto sequer chegou à discussão da plenária final, uma vez que foi rejeitada pela maioria dos grupos de trabalho nos primeiros dias do evento.

Desde o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), em 2007, a ideia de um novo imposto para financiar a área de saúde vem pautando discussões políticas do Executivo e do Legislativo.

“O que aconteceu é que a influência da mídia e a desinformação levaram os delegados [da conferência] a rejeitarem a proposta de um novo imposto, mesmo que ele só atingisse movimentação acima de R$ 4 mil. Seria o primeiro imposto que atingiria proporcionalmente os mais ricos, ao contrário da maioria dos encargos atuais, mas infelizmente não passou”, lamentou Pedro Tourinho, do Conselho Nacional de Saúde.

Os delegados da conferência entenderam, no entanto, que a necessidade de aumentar o financiamento da saúde é urgente e se colocaram favoravelmente à aprovação da Emenda 29, que atualmente tramita no Congresso Nacional. A emenda determina que a União deve investir, na saúde, 10% da arrecadação de impostos, com percentuais de 12% para os estados e 15% para os municípios.

De acordo com a coordenadora-geral da conferência, Jurema Werneck, a questão do imposto estava dentro do debate da ampliação do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa de aditivos. “Sim, é preciso ampliar o dinheiro da saúde, porque está faltando dinheiro. Muito do que não está funcionando é porque tiraram o dinheiro de lá e colocaram no mercado, foi desviado e a gente conhece os escândalos de corrupção. Não está havendo qualidade na gestão.”

Comunidades terapêuticas

A discussão sobre o financiamento de comunidades terapêuticas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para a recuperação de doentes mentais e dependentes químicos foi um dos temas da 14ª Conferência Nacional de Saúde. A proposta foi rejeitada pelo movimento de reforma psiquiátrica brasileira nos primeiros dias do evento e sequer chegou à plenária de votação do relatório final.

De acordo com o conselheiro nacional de Saúde Pedro Tourinho, a proposta foi rejeitada porque os profissionais e usuários de saúde entendem que a melhor forma de tratar o adoecimento mental e a dependência química é o processo terapêutico que integre o cidadão ao local onde vive.

“Nas comunidades terapêuticas, se tira a pessoa de onde ela vive e depois ela volta ao meio que levou à drogadição [situação de dependência química]. O movimento acha que ele não tem eficácia e que serve para atender a grupos de interesses econômicos e religiosos”, explica Tourinho.

A ideia é que as propostas aprovadas na conferência sejam seguidas nas três esferas de governo – municipal, estadual e federal.

Neste ano, o governo federal intensificou a discussão sobre a interação entre os setores público e privado no funcionamento das comunidades terapêuticas. Em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nova resolução para atualizar os requisitos mínimos para o funcionamento dessas comunidades a fim de incluí-las na rede de atendimento do SUS.

Em agosto, representantes da 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental participaram de um encontro com o ministro da Secretaria-Geral de Presidência da República, Gilberto Carvalho, para apresentar o posicionamento contrário ao financiamento das comunidades terapêuticas pelo SUS. O grupo alega que a medida é um retrocesso para as políticas da área.

Agência Brasil

sábado, 3 de dezembro de 2011

A saúde de Campos é uma piada de mau gosto


Apesar da imprensa campista se comportar como extensão da secretaria de comunicação da prefeitura municipal. O povo vê! O povo sente!
Raio-X da saúde
Além de faltar remédio nas farmácias da prefeitura, de faltar especialistas, do atendimento desumano nas emergências e apesar das placas de milhões distribuídos a hospitais da rede conveniadas o que vemos além do péssimo atendimento, filas pelas madrugadas.
Uma amiga me relatou, hoje, que numa viagem no ônibus da prefeitura “fora de domicilio” para o Rio que sai todos os dias, pelo menos deveria, saiu na madrugada de quinta-feira sujo e inclusive com uma poça de vômito que foi limpa por um dos pacientes. Não acabou, saíram dois ônibus, um com 12 pessoas e outro lotado, o que saiu lotado tinha pacientes para várias unidades hospitalares do Rio, ficando evidente a falta de planejamento, alguns perderam a hora e chegaram atrasados. O pior foi a volta, só conseguiram passar pelo pedágio da Ponte Rio-Niterói por volta das 20 horas, na hora de abastecer o cartão da prefeitura foi recusado e o motorista teve que completar com R$ 20,00 do bolso para chegar.
Investimento?
Frota terceirizada. Quem ganha com isso?
Abastecimento em postos particulares. Quem ganha com isso?
Certamente o povo campista está perdendo!
Certamente o patrimônio publico está sendo dilapidado!





“Todos usam o SUS” é tema da Conferência de Saúde em Brasília


Mais de quatro mil participantes de todos os estados brasileiros deram início nesta quinta-feira (01) ao maior evento brasileiro na área de saúde. Com o tema “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro”, a 14ª Conferência Nacional de Saúde, está sendo realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, até o próximo domingo (04).


Conferência de Saude
Ministro Alexandre Padilha durante a abertura do evento
“Para aqueles brasileiros que pensam que não usam o SUS, nossa mensagem é que todos usam”, disse o ministro da saúde Alexandre Padilha durante a abertura que contou com a presença de vários ministros, representantes dos movimentos sociais e políticos em geral.

Padilha, que também é presidente do Conselho Nacional de Saúde, enfatizou que “a Conferência reúne pessoas de todo tipo com muitas idéias, muitos temas, mas é preciso um ambiente de coesão em defesa de um SUS público”.

A etapa nacional que começou nesta quinta-feira é o coroamento de um rico processo que começou há sete meses. Ao todo, foram realizadas 4.347 conferências municipais e 27 estaduais, com a participação de mais de 26 mil pessoas. As Conferências Nacionais de Saúde acontecem há 76 anos.

Comunistas
Entre os quatro mil participantes da Conferência, muitos são militantes do PCdoB. Para organizar e debater as propostas que os comunistas vão defender no evento, foi realizada uma reunião que contou com aproximadamente 70 militantes e foi coordenada pelo presidente nacional Renato Rabelo.

Durante a reunião, foi aprovada uma carta assinada pelo PCdoB para ser entregue para os delegados da Conferência. Com o título, SUS é patrimônio público, o texto defende ser esse o momento de fortalecimento do SUS público e de qualidade e da construção de um Brasil justo, democrático e soberano.

Segundo a médica Júlia Roland, da direção nacional do PCdoB, o principal desafio da 14ª Conferência de Saúde é buscar um caminho que estreite os laços da sociedade com a construção cotidiana do SUS.

“Se não agregar mais forças aos que querem uma saúde de qualidade, não alcançaremos esse objetivo. Temos que fortalecer o campo dos que defendem uma saúde pública, para enfrentar aqueles que entendem que o caminho é investir na saúde privada”. Ela reclama que atualmente são destinados mais recursos para saúde privada do que para a pública.

Financiamento
Júlia explica que fortalecer o SUS significa essencialmente discutir formas de aumentar o financiamento da saúde pública. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que o Brasil deveria ter o dobro de investimento na área. Hoje destinamos 3,7% do PIB e o ideal é que cheguemos a no mínimo um investimento de 6 %. Essa é a questão central”.

Não só o aumento do financiamento resolve os problemas enfrentados hoje pelo SUS, garante a médica do PCdoB. “É fundamental também a melhora a gestão do sistema. Dar maior qualidade de atendimento ao brasileiro que está na ponta, que depende diretamente e muitas vezes com urgência de uma boa gestão pública”.

A percepção de que o SUS necessita melhorar sua gestão é compartilhada com a coordenadora-geral da Conferência, Jurema Werneck. Ela vai mais longe e afirma que ser necessário mudanças profundas no projeto, que apesar de ser correto, precisa ser aperfeiçoado.

“O SUS precisa ser reconstruído e a gente pode refazer a sua história, reafirmando sua importância como política pública. Podemos sim iniciar agora a grande mudança e pensar o mundo de outra forma”, declarou Jurema.

Novidade
Com o objetivo de reforçar o controle e a participação social na gestão do SUS, foi lançada durante a abertura da Conferência a Carta SUS, uma nova ferramenta de ouvidoria para receber sugestões e críticas dos pacientes internados nos hospitais do Sistema.

A partir de janeiro, todos os pacientes da rede hospitalar públicas receberão, em casa, uma carta-resposta para que avaliem o atendimento recebido. A correspondência terá porte-pago, ou seja, seu retorno não terá nenhum custo para o usuário do SUS. Ao receber a carta, o paciente poderá avaliar a qualidade e a agilidade do atendimento prestado e denunciar se foi vítima de algum abuso ou irregularidade, como a cobrança de procedimentos nos hospitais do SUS.

De Brasília,
Kerison Lopes






EUA: famílias perdem casa e vão morar no carro


ESTE MODELO QUE QUEREM PARA NÓS!!!!!!!!!!


O desemprego duradouro nos Estados Unidos tem forçado famílias inteiras a morar dentro de carros, mostra o programa "60 Minutes", da rede de televisão norte-americana CBS. Em apenas uma escola na Flórida, a reportagem encontrou 15 crianças que moram em veículos. Uma delas, de oito anos, vive com os pais, dois cachorros e um gato dentro de um carro.

Por Sílvio Guedes Crespo, do Estadão


Mas o repórter acompanhou mais de perto uma outra família, composta por um pai viúvo e seus dois filhos, que vivem em um caminhão há cinco meses. Carpinteiro desempregado, ele comprou o veículo com os últimos US$ 10 mil que lhe sobraram depois de perder sua casa, que estava hipotecada.

Os dois filhos (loiros e de olhos azuis, não custa frisar) frequentam a escola e preenchem o tempo livre com atividades gratuitas. Por exemplo, atuam no teatro da comunidade ou passam horas na biblioteca, onde têm, inclusive, acesso à internet.

Segundo a reportagem, “nunca o desemprego permaneceu tão alto (hoje em torno de 9% da população ativa) durante tanto tempo” nos EUA.

Segundo uma assistente social entrevistada, o problema de moradia continua aumentando ao mesmo tempo em que o desemprego persiste. Aos poucos, a poupança das famílias vai acabando e, “quando você menos espera, elas já estão morando no carro”.

Nos EUA, de acordo com o "60 Minutes", existem hoje 16 milhões de crianças consideradas pobres, um quarto do total.

Fonte: Radar Econômico, do Estadão