quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eles têm o direito de saber


Por Matheus Pichonelli

Há uma pergunta recorrente ouvida por Maria durante sua estadia forçada em Buenos Aires em “O Dia Em Que Eu Não Nasci”, filme do diretor Florian Cossen que acaba de entrar em cartaz em São Paulo. “Lembra-se?”, perguntam tia, tio e amigos sobre episódios da infância da personagem interpretada por Jéssica Schwarz. Um passado que ela nem sonhava que existia.

Nadadora alemã, ela faz uma conexão na capital argentina durante uma viagem rumo a Santiago, no Chile, quando perde o vôo e se vê obrigada a estender sua passagem pela cidade. Ainda no aeroporto, ela ouve uma mulher ao seu lado ninar o filho com uma canção em espanhol. Pode parecer um detalhe. Mas o som do que acontece ao lado só é captado após retirar os fones do iPod dos ouvidos. Quase no mesmo instante, a música transporta Maria a algum canto da primeira infância que a leva a uma crise de choro que, a princípio, não entende – como era possível saber de cor a letra de uma música numa linguagem que ela não domina?

Essa é apenas uma das perguntas que a leva a permanecer na cidade até começar a desvendar o mistério: Maria, na verdade, não é alemã, mas uma argentina cujos pais desapareceram durante a mais sangrenta ditadura da história do País.


A partir de então, uma série de questionamentos passa a ser levantada: quem são seus verdadeiros pais? Como viviam? Quem é sua verdadeira família? Como foi parar na Alemanha? Como os pais adotivos entraram na história?

A passagem por Buenos Aires, que mudaria pra sempre sua vida (ou a antiga projeção de vida) a leva a conhecer a família dos verdadeiros pais, e parte de uma infância que desconhece. Numa casa simples de subúrbio, caixas com pertences, áudios e fotos são guardadas em memória de uma sobrinha que desaparecera nos anos 1970, na mesma época em que os pais foram sequestrados, e de quem nunca mais se teve notícias. Os tios que sobreviveram à ditadura contam a ela detalhes sobre sua vida anterior: os brinquedos, músicas e lugares favoritos. A cada episódio, Maria é perguntada: “Lembra-se?”.

Mas ela não se lembra. Não se lembra porque uma parte de seu passado foi simplesmente decapitada. E o passado que pensava possuir já não lhe pertence – pior: as pessoas em quem confiou a proteção, e com quem conviveu durante toda a vida, não são nem sombra do que imaginou que fossem um dia. Numa das mais comoventes cenas, ela ouve a fita de uma música feita pelos pais no dia de seu aniversário. É quando reconhece sua voz ao fundo, cantando com os pais que foram arrancados dela e deletados de sua memória.

Ao partir de um drama pessoal, Cossen realiza uma mostra de como discussões históricas recentes, encaminhadas a duras penas no país vizinho (e recém-inauguradas no Brasil), não se limitam apenas a questões como “revanchismo” ou “legalidade” – expressões que fazem o leitor comum, que não lutou nem conhece quem tenha lutado, de alguma forma, durante o regime militar, a mudar de página toda vez que lê algo em referência à chamada comissão da verdade, o grupo responsável por investigar as atrocidades ocorridas no Brasil ao longo da ditadura.

Duas cenas do filme mostram o quanto a ignorância sobre o próprio passado de um país impede famílias estraçalhadas por tragédias políticas a entender os enredos das próprias origens e destinos. Numa dessas cenas, Maria se depara com a reação do pai adotivo, que viaja às pressas à Argentina para tentar demovê-la da ideia de se reencontrar com a verdade que ele ajudou a corromper. O pai, símbolo do suporte civil da tragédia militar, argumenta que não faria diferença, para ela e a família dos verdadeiros pais, conhecerem, tantos anos depois, as origens dos fatos. No que ela responde: “Eles têm o direito de saber.”

Em outra cena, Maria convida um policial portenho, com quem faz amizade, para ajudá-la no diálogo com a verdadeira família – já que ele é o único personagem do enredo que fala alemão. O policial, sem disfarçar a vergonha, diz que não seria bem recebido por uma família de sobreviventes da ditadura em razão de suas ligações com os militares. Ele aceita a missão, desde que não tenha a identidade revelada. Mas seu principal medo era que os familiares (“essa gente”, na descrição dele) descobrissem que era filho de um militar que havia atuado durante o regime. Maria, então, pergunta se o pai do amigo também havia torturado e matado, e ele responde que não tem a menor ideia. “Não quero saber de coisas que me levem a odiar meu pai”, justifica ele.

Nada poderia ser mais emblemático sobre o receio de se abrir a caixa de Pandora que nos regimes militares latinos, patrocinados pelos governos americanos, deixaram como saldo milhares de mortos, e milhares de famílias sem notícias de seus filhos, netos, sobrinhos, pais, amigos e irmãos.

Não por acaso, o filme passa reto dos principais cartões postais da capital argentina: a elegância da Recoleta, o luxo do Puerto Madero, o charme do Caminito. A câmera, o tempo todo, fixa-se no interior de casas e estabelecimentos (como o hotel que a abriga) de paredes sujas e descascadas, ou no caos das ruas que a cerca – como se o diretor estivesse mais interessado no intestino, e não em discursos oficiais envernizados sobre a história de um período sombrio desenterrado.

“Mas no Brasil vivemos uma ditadura moderada. Na Argentina e no Chile mataram aos milhares, e aqui, às centenas”, argumentam, num notável exercício de preguiça mental, os que se opõe à revelação dos fatos.

“O Dia Em Que Eu Não Nasci” é uma resposta dada em boa hora, num momento em que, no Brasil, há dúvidas pertinentes sobre a capacidade de a Comissão da Verdade trazer a verdade à tona. O longa faz lembrar que crime é sempre crime – seja cometido às milhares ou às centenas – e que, sem prejuízo dos números, não há documento (nem filme) que mensure a dimensão da dor de não saber de onde viemos nem para onde vamos. E olha que, nesse quesito, os argentinos estão a anos luz da disposição brasileira de arrebentar, de forma definitivamente, os seus próprios porões.

Fonte: Site Carta Capital

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Homenagem a D. Evaristo Arns reúne lideranças na Câmara


Comunistas, ateus, cristãos e católicos estiveram nesta segunda-feira (3) unidos, mais uma vez, por um mesmo sentimento: a gratidão a Dom Paulo Evaristo Arns. Em sessão solene na Câmara de São Paulo, o arcebispo emérito, que completou 90 anos no dia 14 de setembro, foi homenageado com a Salva de Prata por seu papel na luta democrática, pelos direitos humanos e na construção de um país mais justo e digno para todos os brasileiros.

Presidindo a sessão, o vereador proponente, Jamil Murad, fez a fala de encerramento, apontando, entre os presentes, diversas pessoas que participaram com ele das lutas democráticas que levaram à queda do regime militar. “A presença de tanta gente que participou de tantos episódios mostra que estamos entrelaçados na luta por uma sociedade melhor, por progresso, liberdade e igualdade”.

Ele ressaltou que embora ainda haja muita desigualdade, “as estatísticas mostram que o país já melhorou muito. Isso faz parte de um processo: derrubamos a ditadura, enfrentamos o neoliberalismo, elegemos Lula e Dilma. E essas vitórias do povo se devem a figuras como Dom Paulo”.

Jamil lembrou que “numa época em que sindicatos, partidos e entidades sociais estavam na clandestinidade, Dom Paulo foi um dos que abriram a igreja para a mobilização popular. Ele sentiu que poderia fazer algo por seu país e se jogou de corpo e alma nessa missão”.

Para o vereador, valores como os defendidos por Dom Paulo devem ser cada vez mais valorizados. “Temos de nos contrapor às ideias malignas que ainda permeiam nossa sociedade. Em São Paulo, uma das mais importantes cidades do mundo, pessoas ainda são agredidas por sua condição sexual ou por viverem nas ruas. Precisamos estar atentos contra essas demonstrações de violência e buscar o caminho da união na luta por causas justas. E Dom Paulo representa essa luta”.

A abertura do evento coube ao presidente da Câmara José Police Neto. Conforme destacou, “Dom Paulo vive cada momento em oferecimento à sociedade. Esta homenagem ajuda a perpetuar sua história para aqueles que virão depois de nós. Que a vida permita a cada um de nós conhecer cada vez mais obra de Dom Paulo”.

Reconhecimento

João Paulo, dirigente estadual do MST, ressaltou a defesa de Dom Paulo à reforma agrária. “Sempre dedicou a vida à defesa dos mais pobres e, ao longo dos anos, nunca mudou de lado”. Para ele, o fato de um vereador comunista homenagear um homem da igreja “é uma das coisas mais bacanas da construção de nosso processo democrático e de um novo país”.

Numa fala emocionada e repleta de lirismo, o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, brincou: “quando vemos um comunista homenagear um católico ficamos vermelhos de alegria”. E completou: “Dom Paulo inspirou a resistência, a esperança militante; é o Dom Paulo dos mártires, dos presos políticos, dos pobres e dos moradores de rua”.

Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladmir Herzog, morto pela ditadura em 1975, ressaltou que “nas mais tenebrosas circunstâncias, quando ninguém sabia se voltaria ileso para casa, ele lutou com persistência por liberdade para todos os brasileiros”. Clarice disse também que Dom Paulo “foi, para mim e para meus filhos, um bálsamo e um sublimador de nossas dores”.

Waldemar Rossi, da Pastoral Operária Metropolitana, destacou o fato de estar ali representando os trabalhadores e recordou que parte do movimento de resistência à ditadura nasceu de reivindicações populares, impulsionadas pelo trabalho de base de Dom Paulo. “Falávamos com o povo, com o trabalhador, do arrocho salarial, da piora nas condições de vida, da transformação da saúde em mera mercadoria para mostrar o caráter da ditadura”. Segundo ele, Dom Paulo “mostrava aos operários o que era luta de classe e ensinava-os a necessidade de se libertarem da exploração”.

Antonio Funari Filho, presidente da Comissão Justiça e Paz, colocou que “Dom Paulo rompeu com o conformismo e virou uma referência nacional, movido pela ética e busca pela construção de um país mais justo”.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), disse que “Jamil acertou ao propor esta homenagem porque é uma forma de reconhecer o papel de Dom Paulo e de ressaltarmos o trabalho de cada um que aqui está na busca por um país melhor”.

Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar, representou a Arquidiocese de São Paulo. Para ele, “a sessão era uma justa homenagem a um pastor destacado da igreja junto ao rebanho dos mais pobres, um grande líder dos lutadores pela democracia e pelos direitos humanos”. Segundo Scaramussa, sua luta continua atual uma vez que “o processo democrático ainda não garantiu os direitos básicos a todos”.

O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, dirigente do PSol, colocou que “o que aproxima comunistas e cristãos é a luta pela igualdade, pela dignidade humana”. Dom Paulo “representa um movimento fundamental da igreja: a atenção ao pobre, ao humilhado, ao perseguido, ao ofendido”.

Impossibilitado de estar presente por indicação médica, Dom Paulo foi representado no evento por Paulo César Pedrini, professor e coordenador da Pastoral Operária Metropolitana. Depois de agradecer pela realização da sessão, enfatizou que “não há contradição entre o comunismo e o cristianismo. Frei Betto dizia que o mundo não se divide entre crentes e ateus, mas entre exploradores e explorados”.

Pedrini lembrou ainda que a sessão se realizava às vésperas do dia de São Francisco. “E como franciscano, Dom Paulo fez, de fato e não de retórica, uma opção pelos mais pobres”. Ele finalizou dizendo que “a maior homenagem que podemos fazer a Dom Paulo é continuar sua luta”. Pedrini recebeu de Jamil a Salva de Prata em homenagem a Dom Paulo. O ato foi encerrado com a apresentação musical de Cícero de Crato (voz), Clodoaldo Santos (voz e violão) e Chiquinho Rodrigues (flauta e saxofone).

Fonte: Site vereador Jamil Murad

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Orlando Silva: “Não será suspensa a legislação do país”

No encontro de ontem, com o secretário executivo da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, em Bruxelas, sobre a preparação para a Copa do Mundo de 2014, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, deixou claro para a Fifa que nenhuma lei do país cairá por conta do evento mundial. Na quarta-feira (12), uma equipe da federação internacional estará no Brasil para examinar a redação da Lei Geral da Copa para que todas as garantias acordadas fiquem explícitas.
No encontro de ontem, com o secretário executivo da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, em Bruxelas, para falar sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, ressaltou que deixou claro para a Fifa que nenhuma lei do país cairá por conta do evento mundial. Na quarta-feira (12), uma equipe da federação internacional estará no Brasil para examinar a redação da Lei Geral da Copa para que todas as garantias acordadas fiquem explícitas.

 Depois da reunião, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, o ministro concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre o encontro, que abordou os compromissos firmados sobre a Copa, entre Brasil e a federação, que devem ser contemplados na Lei Geral da Copa. Entre os assuntos,a meia-entrada, a comercialização de bebidas alcoólicas e a pirataria.

Com relação aos descontos nos ingressos, o ministro lembrou que, no caso dos estudantes, não há lei federal que trate sobre esse assunto, somente legislações estaduais. Portanto, não há como intervir com uma lei federal em leis aprovadas pelos legislativos estaduais.

“ Isso é um impedimento constitucional. Então não teria a possibilidade de tratar dessa maneira[lei federal]. No que diz respeito ao estatuto do idoso, que prevê descontos para a população idosa, informamos a FIFA que não seria suspensa a legislação sobre esse tema, como de resto não será suspensa a legislação do país em nenhum aspecto. Mas a copa do mundo é um evento especial, específico, que tem características próprias. Então vamos estudar o que na lei do Brasil se aplica a esses eventos da Fifa”, afirmou Orlando Silva.

Questionado se o governo intervirá nas negociações entre a Fifa e os estados, sobre suas legislações, Orlando explicou que o governo vai colaborar para que haja uma unidade nos acertos sobre o mundial: “A própria Fifa pautará esse diálogo com os governos locais e de nossa parte o que for possível colaborar para que o ambiente seja mais harmônico, nós faremos isso, já que é uma conversa permanente entre nós e os governos locais”.

Já com relação à pirataria, o ministro frisou que o combate feito pelo governo brasileiro não é somente em função da copa, mas uma necessidade da economia do país. “Evidentemente que a copa do mundo é um grande evento que atrai o interesse e a atenção, tem um potencial de marketing muito forte e uma presença no mercado com produtos e merecerá uma atenção especial do governo no combate à pirataria, na preparação e realização do mundial de 2014. Então não ha qualquer dúvida da Fifa quanto ao nosso compromisso no combate a pirataria”,disse.

A venda de bebidas alcoólicas nos estádios também foi tratada na reunião. Orlando comentou que há proibição do comércio somente nas competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) . “Não há na lei federal uma proibição de venda de bebidas, o que permitira que isso acontecesse no mundial da Fifa”, esclareceu o ministro dos Esportes , que fez questão de falar novamente sobre a parceria entre Brasil e Fifa. “Eu insisto, a nossa visão é de que o governo do Brasil e a FIFA estão no mesmo barco. Temos o mesmo objetivo que é o sucesso do mundial em 2014”, concluiu.

Da redação do Vermelho, com informações do Ministério dos Esportes

domingo, 2 de outubro de 2011

Carmen Hein de Campos: Propaganda de mau gosto


A propaganda brasileira precisa mudar. As agências de publicidade responsáveis pela elaboração de propagandas precisam amadurecer e aprender a respeitar as mulheres. As supostas "brincadeiras" publicitárias que utilizam o corpo feminino para vender produtos, como na recente propaganda da Hope, reforçam estereótipos femininos.

Por Carmen Hein de Campos*

A mesmice ofensiva da propaganda brasileira às mulheres recentemente recebeu repúdio internacional. A agência brasileira Moma, que ganhou o Leão de Prata em Cannes(30/06) com uma propaganda sobre o ar condicionado dual zone de automóveis fabricados pela Kia Motors foi considerada pedófila por profissionais do ramo e veículos de comunicação estrangeiros.

Na propaganda, em que duas peças criadas são colocadas lado a lado, há um diálogo entre um professor e uma aluna, aparentemente cursando o ensino fundamental. "Professor, obrigada por ficar até mais tarde comigo hoje", diz a garota.

Na outra peça, a menina dá lugar a uma garota mais velha e atraente e o professor, folgando a gravata, responde: "Que isso...é um prazer". Após a garotinha oferecer uma maçã, o professor (na primeira peça) morde a fruta exclamando "hmmm...que delícia...como é suculenta".

A propaganda termina com o professor sugerindo começarem a lição, enquanto do lado direito a mulher diz "que tal...anatomia?".

A reação à peça publicitária foi tão forte que a Kia Motors distribuiu nota dizendo que a propaganda não seria veiculada porque não expressava a opinião da Kia Motors. Críticos disseram que a propaganda só venceu porque o júri era formado exclusivamente por homens.

Reforçam esteriótipos de que as mulheres brasileiras são tão infantis que precisam ser "ensinadas" a lidar com questões cotidianas desagradáveis e a forma de lidar com isso é "tirando a roupa".

Na sexista propaganda da Hope uma mulher infantilizada e dependente (representada por Gisele Bundchen) é "ensinada" que, para tratar com marido sobre o fato de ter batido o carro, ou excedido o cartão de crédito, a melhor forma é ficar de calcinha e sutiã.

A agência de publicidade Giovanni+Draftfcb talvez não esteja informada que as mulheres representam hoje mais de 30% das chefias de famílias, são trabalhadoras, profissionais liberais, empresárias e servidoras públicas, etc, que pagam suas contas, criam seus filhos e têm estabelecido relações domésticas cada vez mais igualitárias e solidárias com seus companheiros.

Retirar do ar a propaganda é uma demonstração de respeito às mulheres e reconhecimento que mais não suportamos ser tratadas como objetos ou estereotipadas em comerciais. As mulheres brasileiras elegeram a primeira Presidenta do país, que fez história ao abrir, pela primeira vez, uma reunião das Nações Unidas discursando sobre a igualdade de gênero e questões sérias vivenciadas pelos povos no mundo.

As agências publicitárias precisam crescer e aprender com o exemplo de maturidade e cidadania que as mulheres brasileiras vêm oferecendo ao país. E tudo isso, sem precisar tirar a roupa como pretende "ensinar" a Hope.

*Coordenadora Nacional do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM/Brasil)

sábado, 1 de outubro de 2011

Ato homenageia 90 anos de dom Paulo Evaristo Arns



Por iniciativa do vereador Jamil Murad (PCdoB), a Câmara Municipal de São Paulo realiza na próxima segunda-feira, 3 de outubro, sessão solene em homenagem aos 90 anos de Dom Paulo Evaristo Arns com a entrega do Título de Salva de Prata em reconhecimento ao seu trabalho em defesa dos direitos humanos.
Entre os convidados estão Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura; o jurista Dalmo de Abreu Dallari; o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio e o representante do Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, Paulo César Pedrini.

"Dom Paulo ajudou a mobilizar as forças democráticas nacionais e internacionais em defesa dos direitos humanos, salvou a vida de muita gente e sempre se destacou por sua luta pelos menos favorecidos, tendo papel fundamental em nosso país", disse o vereador Jamil Murad.

Jamil lembrou ainda que "os comunistas compartilharam com ele lutas memoráveis contra a carestia e pela democracia" e o partido chegou a lançar a candidatura de Aurélio Peres para deputado federal e Irma Passoni, ligada à igreja católica, para estadual, chapa eleita em 1978.

Outro episódio recordado pelo vereador aconteceu no final de 1976, quando Dom Paulo teve a informação de que os militares armavam um ataque à direção do PCdoB. "Mas, por conta das dificuldades da clandestinidade, ele não conseguiu fazer contato e infelizmente acabou ocorrendo a Chacina da Lapa". Na ação, morreram os dirigentes Ângelo Arroyo, Pedro Pomar e João Batista Drummond.

Trajetória

Nascido em Forquilhinha (SC) no dia 14 de setembro de 1921, Dom Paulo Evaristo Arns foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966. Desde o início ligou-se ao setor progressista da Igreja, organizando cristãos nas comunidades de base e apoiou a criação de mais de 2 mil CEBs nas periferias da metrópole.

Assumiu o cargo de arcebispo da cidade de São Paulo em 1970, a maior arquidiocese do mundo. Nesta ocasião vendeu o Palácio Episcopal por 5 milhões de dólares e empregou o dinheiro na construção de 1.200 centros comunitários da periferia, demonstrando sua atitude em favor dos menos favorecidos.

Destacou-se como defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, quando combateu a intransigência do regime militar e agiu em favor das vítimas da repressão. Passou a ser o porta-voz dos que sofriam torturas nas prisões e aparelhos paramilitares em razão de atividades políticas.

No final dos anos 70 assumiu o projeto "Brasil Nunca Mais", transformado em livro, no qual foi realizada uma investigação minuciosa nos arquivos militares que comprovou a prática da tortura durante o regime militar. Também foi ele o criador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, que atua em defesa dos direitos humanos.

Sempre esteve ao lado dos líderes sindicais nas greves, apoiou a campanha contra o desemprego, contra a carestia e o movimento pelas eleições diretas. Sua luta em defesa dos oprimidos e pelo fim da desigualdade social lhe valeu dezenas de prêmios no mundo, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado oficialmente para o Nobel da Paz.

Serviço:
Sessão solene de entrega da Salva de Prata a Dom Paulo Evaristo Arns
Dia 3 de outubro, segunda-feira, às 19h
Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar – Bela Vista

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Fonte: site do vereador Jamil Murad (PCdoB)

wwww.jamilmurad.com.br

Na Planície


“Nahim diz que perdoa Garotinho, mas confirma ruptura “, “Garotinho sobre Nahim: Está perdoado” 

Difícil é saber quem é Caim e quem é Abel.

Enquanto eles brigam, a cidade continua abandonada a educação vive o seu pior momento com falta de uma política pedagógica, perseguições a profissionais, contratações, decretos que suprimem direitos. A saúde agoniza falta atendimento especializado faça chuva ou faça sol as filas continua imensa pelas madrugadas nos hospitais. A verdade, que a cidade mostrada em alguns órgãos de imprensa é uma grande mentira!!!!