quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Dilma: “Nós saímos do Mapa da Fome e o fim da miséria é só o começo”

A declaração foi durante debate entre os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta terça-feira (17), em Aparecida, São Paulo. Dilma destacou que o Brasil saiu do Mapa da Fome, em referência ao relatório da ONU que aponta o Brasil como um dos países que mais reduziu a pobreza.



Debate aconteceu em Aparecida nesta terça-feira (16).Debate aconteceu em Aparecida nesta terça-feira (16).
“Nós saímos do Mapa da Fome. O fim da miséria é só um começo, o nosso país tem um grande caminho a percorrer, focado na educação, que é o caminho pelo qual nós iremos nos introduzir na sociedade moderna. Temos o valor do combate à desigualdade e do combate à corrupção”, afirmou Dilma.

Em suas considerações finais, Dilma rebateu a candidata Marina Silva (PSB) que disse que quem vai ganhar a eleição é a sua “nova política”.“Quem vai ganhar essas eleições é quem mudou o Brasil, quem combateu a fome e a miséria, quem reduziu a miséria e quem combateu a crise, não deixando que houvesse desemprego e inflação”, afirmou a candidata à reeleição.

Marina Silva (PSB) manteve a posição de vítima e em suas considerações finais dizendo que no processo eleitoral os embates entre os candidatos “não são necessários”.

Engavetador tucano

O tucano Aécio Neves (PSDB) abordou o caso Petrobras fazendo ilações sobre as escolhas de funcionários da estatal e a presidenta. Dilma respondeu o tucano dizendo que “tem tolerância zero com a corrupção” e frisando que quem investigou a Petrobras foi a Polícia Federal de seu governo e cutucou: “Nunca escolhemos engavetador-geral da República. Se hoje se descobre atos de corrupção é porque não varremos para baixo do tapete”.

Mensalão tucano

Educação foi o tema abordado por Aécio com Luciana Genro (PSOL), mas a candidata fez questão de lembrar o tucano sobre atos de corrupção envolvendo seu partido, citando escândalos como o mensalão mineiro, com desvios de dinheiro público para bancar a candidatura de Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, a compra de votos, ou seja, o mensalão tucano, para aprovar a emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, além das suspeitas de corrupção nas privatizações e a construção de aeroporto público na fazenda de Aécio.

“O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção, quando na realidade nos sabemos que o PSDB foi o precursor do mensalão”, disse Luciana Genro, que chamou o tucano de “fanático das privatizações” e “fanático da corrupção”.

Reforma política com participação popular

A reforma política foi um dos temas abordados pela CNBB. Aécio, o primeiro a falar, defendeu o voto distrital misto. Marina, por sua vez, disse apoiar o financiamento público de campanha. E a candidata Dilma enfatizou o apoio às propostas da CNBB e defendeu uma reforma com a participação popular, com a realização de plebiscito.

“Tenho certeza de que precisamos de uma profunda reforma política baseada na participação popular por meio de um plebiscito. Acredito que tem de renovar e transformar os partidos políticos existentes. Me preocupa muito porque numa democracia os partidos são essenciais. Mas precisamos sistematicamente submetê-los à participação popular. Acredito também que numa reforma política quando os partidos não existem poderosos mandam atrás das cenas e é o caminho para a restrição das liberdades, para a ditadura”, declarou Dilma.

O candidato Eymael perguntou a Marina Silva (PSB), “qual é o Brasil que temos?” A candidata admite que o Brasil “conseguiu conquistas significativas” e “tem coisas boas”.

Autonomia do BC

O tema autonomia do Banco Central, proposta por Marina, foi abordado por Dilma numa pergunta feita ao candidato Levy Fidelix. “Alguns candidatos estão defendendo a independência do Banco Central. Eu sou contra essa tese. Acredito que o BC tenha de ter autonomia operacional”, disse Dilma.

Fidelix respondeu: “Sou contra a independência do Banco Central. Temos de ter uma economia integrada. Tenho certeza de que a macroeconomia tem de ser conduzida pelo ministro da Economia, o ministro da Fazenda. O que os bancos dão para a sociedade senão subtrair delas: nada. O controle do Banco Central tem de ser do Estado”.

Na réplica, Dilma pontuou: “A independência do BC é um equívoco. Eu sou a favor da autonomia para que o BC siga livre para perseguir as metas de inflação. Na última crise, a desregulamentação do setor financeiro levou a uma perda de emprego e salários, e agora as economias avançadas do mundo pretendem regulamentar o sistema financeiro”.

Pautas da CNBB

O segundo e o terceiro blocos do programa foram dedicados a perguntas de bispos e jornalistas ligados a veículos católicos com a abordagem de temas como inclusão social, aborto e homofobia.

Sobre a proposta de criminalização da homofobia, Aécio disse que “qualquer discriminação deve ser considerada crime, inclusive a homofobia”, mas depois afirmou ter objeções quanto ao projeto em tramitação no Congresso, o PLC 122/2006.

Eduardo Jorge falou sobre o aborto. Ele defendeu a ampliação da educação sexual e planejamento familiar para diminuir a prática. “Enquanto isso não acontece, não pode deixar abandonadas as mulheres que fazem aborto de forma clandestina”, enfatizou ele, pedindo a revogação da lei que criminaliza o aborto, classificada por ele como “machista”.

Questionada sobre a relação entre Estado e religião, Luciana Genro declarou que “as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma religião, a nenhuma crença”.

Seguindo a sua bandeira de “Estado mínimo”, o Pastor Everaldo se posicionou contrário à proibição do funcionamento de canais religiosos e contrário à implantação de um marco regulatório de comunicação.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências

Para os pessimistas: Setor de supermercados deve crescer 1,9% em 2014

De acordo com a previsão da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgada nesta terça-feira (16), o setor de supermercados deve crescer 1,9%, em 2014. Apesar dos pessimistas afirmarem que tudo será negativo, a perspectiva para 2015, de acordo com a entidade, é de crescimento acima do PIB.



agência Brasil
Valorização do salário mínimo é apontado como fator de crescimento das vendasValorização do salário mínimo é apontado como fator de crescimento das vendas
Até o mês de julho o resultado do acumulado era de crescimento de 1,48%. Em função deste dado, a previsão para 2014 foi revisada pela entidade, prevendo uma elevação de 3%. Em 2013, o setor cresceu 5,36%. Para 2015, a entidade estima que haja elevação de 2,5%.

Segundo o presidente da Abras, Fernando Yamada, mesmo com a "rumores" de dificuldades econômicas para o ano que vem, a perspectiva do setor é de crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB). “Acreditamos na força do mercado interno brasileiro e na manutenção de uma taxa de desemprego nos mesmos patamares que se apresenta atualmente. O cenário econômico atual é desafiador, sem dúvida, mas precisamos acreditar no potencial do Brasil para enfrentá-lo e sair fortalecido deste processo”, disse.

Aumento do salário mínimo é perspectiva positiva

Além da perspectiva de manutenção de uma taxa de desemprego estável, outro fator levado em conta pela Abras para estimar o crescimento positivo, mas menor em 2015, é a perspectiva de crescimento de 8,8% no salário mínimo, graças a política de valorização implantada nos governos Lula e Dilma. “Entre outros fatores estruturais, acreditamos em um resultado positivo, pois esperamos que o salário mínimo seja reajustado num nível mais alto do que em 2014, conforme já orçado pelo governo federal”, avaliou Yamada.

Da redação do Portal Vermelho
Com informação da Agência Brasil

Boff: Não houve apenas uma alternância de poder, mas de classe

O teólogo Leonardo Boff foi um dos intelectuais que lideraram na noite da última segunda-feira (15) o ato de apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Boff ressaltou que foi realizada uma "revolução pacífica democrática" em 12 anos de governos progressistas, e o desempenho econômico do país em meio a uma crise econômica mundial, com a criação de empregos enquanto as grandes economias desempregavam. 



"Quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição", destacou Boff."Quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição", destacou Boff.
Não deixou de destacar, também, o "longo caminho a percorrer", com urgências como a reforma política e a agrária, além de um melhor planejamento das cidades.

"É próprio dos intelectuais, que tentam pensar o todo, manter certa distância e certa equidade face aos partidos (políticos). Mas há um momento na história em que, quando percebemos conquistas fundamentais que beneficiam o povo, o intelectual não pode ficar equidistante, não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição. E é por isso que estou aqui e em outras partes do país, apoiando a candidatura da Dilma Rousseff", comentou o teólogo.

Boff salientou que Lula e Dilma fizeram uma revolução pacífica democrática que nunca houve no nosso país, citando o livro "A revolução brasileira", de Caio Prado Jr., que definia a revolução como algo que introduz as transformações que atendem a aspirações de um povo nunca antes atendidas.

Não houve apneas alternância de poder, houve alternância de classe 
"Pois Lula e Dilma fizeram esse tipo de revolução, e ela não pode ser perdida e nem desfeita, porque não houve simplesmente alternância de poder, houve uma alternância de classe social para aqueles que durante séculos estavam à margem, considerados jeca tatus, óleo gasto, oprimidos", alertou Boff. Essa revolução, acredita, deve ser continuada, consolidada. "Um sobrevivente da grande tribulação dos brasileiros chegou a ser presidente e criou projetos que enriqueceram a dignidade e a autoestima do povo brasileiro".

O desempenho da economia brasileira, com um dos menores índices de desemprego do mundo enquanto as maiores economias sofrem com altas taxas de desempregados, também foi destacado. Ele falou ainda sobre a trajetória do Partido dos Trabalhadores, se referindo a "grupos que se deixaram tomar pelo poder", mas que não fizeram com que o sonho do partido se perdessem.

"Há pessoas por ai lançando borboletas fantasiosas, mas esquecem de plantar as flores para que as borboletas venham. Lula e Dilma plantaram esse jardim para que viessem as borboletas verdadeiras e não as virtuais. Uma sociedade que vive sem um sonho, sem uma utopia, se afunda no brejo dos interesses pessoais e corporativos. É preciso ressuscitar nossa capacidade de sonhos, de projeções para frente. Temos um longo caminho a percorrer, como fazer uma reforma politica. (...) Precisamos da reforma agrária, ela é necessária. Nós precisamos também, além de distribuir terras, distribuir cidades", lembra.

De acordo com Boff, é urgente manter um Brasil autônomo e soberano, que dialogue com todos as nações. "(É preciso) mostrar o que foi feito, e que foi feito não como esmola, mas como devolução de uma dignidade daqueles que eram os mais vulneráveis e que foram integrados à nação brasileira. Este projeto, esta revolução, não pode perder-se."

Fonte: Jornal do Brasil , retirado do Portal Vermelho