domingo, 30 de junho de 2013

Medo da violência afasta um em cada 11 estudantes da escola


Entre alunos do 9ª ano do ensino fundamental ouvidos pelo IBGE, 8,8% deixaram de ir a pelo menos uma aula

IG
São Paulo - A violência no trajeto ou dentro da escola afasta estudantes das redes pública e particular. A informação está entre os dados da segunda edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) realizada pelo IBGE, e ministérios da Saúde e da Educação. Em consulta a 109 mil alunos de 3 mil escolas, 8,8% disseram que deixaram de ir à aula ao menos uma vez nos últimos 30 dias por não se sentirem seguros.
O porcentual é ainda maior quando observados apenas os alunos de escolas públicas (9,5%) e cai entre os de escolas privadas (5,0%). A proporção de alunos que deixaram de ir à escola por terem medo de violência dentro do ambiente foi de 8,0%. A região Sudeste é onde há mais insegurança, com 9,9% dos estudantes tendo faltado por insegurança e 8,8% por medo de algo que possa ocorrer dentro das escolas.
A pesquisa também perguntou aos estudantes se eles haviam se envolvido em brigas com armas brancas nos últimos 30 dias e 7,3% disseram que sim. Entre os meninos, o porcentual é de 10,1%. Neste tópico, a região Centro-Oeste foi a que teve maior porcentual de envolvidos em geral, com 8,4%.
Armas de fogo
Também é alto o número de estudantes que já estiveram envolvidos em brigas com arma de fogo. Segundo a pesquisa, 6,4% dos escolares, sendo também mais frequente em alunos do sexo masculino (8,8%), do que no sexo feminino (4,3%) já tiveram algum envolvimento em conflitos em que alguém estava armado.
Observaram-se diferenças entre as esferas administrativas das escolas, sendo 6,7% para estudantes de escola pública e 4,9% de escolas privadas. A região Centro-Oeste também registrou a maior proporção de estudantes que participou de brigas em que havia arma de fogo, 8,0%.
Também foi questionado quanto se sentiram vítimas de bullying pelos colegas. Do total, 7,2% afirmaram que sempre ou quase sempre se sentiram humilhados por provocações. Neste caso, a proporção foi maior entre as escolas privadas, 7,9%, do que entre as públicas, 7,1%.
O número dos que praticam bullying é o triplo. Questionados se nos últimos dias haviam feito ações como esculachar, zoar, mangar, intimidar ou caçoar dos colegas, 20,8% disseram que sim.

As informações são de Cinthia Rodrigues O DIA ONLINE

Protestantes driblam a Fifa e exibem faixa contra privatização do Maracanã


Entidade não permite manifestação de cunho político

O DIA
Faixa contra a privatização do Maracanã surge na festa de encerramento
Foto:  André Luiz Mello / Agência O Dia
Rio - Protestantes conseguiram driblar a Fifa na festa de encerramento da Copa das Confederações, neste domingo. A entidade não queria manifestação no Maracanã, mas viu dois componentes do número elaborado no gramado mostrarem faixas de protestos. A primeira dizia: "Imediata anulação da privatização do Maracanã". A outra faixa dizia: "Ser gay é mara. Aberração é preconceito".
Festa de encerramento é marcada por protestos
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Os protestantes rapidamente foram contidos e retirados do gramado pelos seguranças. A Fifa proíbe qualquer tipo de manifestação políticas em suas competições.


    LEI Nº 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008. Queremos respeito!

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    Presidência da República
    Casa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos
    Mensagem de vetoVide Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4167
    Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
    O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
    Art. 1o  Esta Lei regulamenta o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica a que se refere a alínea “e” do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
    Art. 2o  O piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica será de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
    § 1o  O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.
    § 2o  Por profissionais do magistério público da educação básica entendem-se aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal de diretrizes e bases da educação nacional.
    § 3o  Os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao valor mencionado no caput deste artigo.
    § 4o  Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos.
    § 5o  As disposições relativas ao piso salarial de que trata esta Lei serão aplicadas a todas as aposentadorias e pensões dos profissionais do magistério público da educação básica alcançadas pelo art. 7o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, e pela Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005.
    Art. 3o  O valor de que trata o art. 2o desta Lei passará a vigorar a partir de 1o de janeiro de 2008, e sua integralização, como vencimento inicial das Carreiras dos profissionais da educação básica pública, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios será feita de forma progressiva e proporcional, observado o seguinte:
    I – (VETADO);
    II – a partir de 1o de janeiro de 2009, acréscimo de 2/3 (dois terços) da diferença entre o valor referido no art. 2o desta Lei, atualizado na forma do art. 5o desta Lei, e o vencimento inicial da Carreira vigente;
    III – a integralização do valor de que trata o art. 2o desta Lei, atualizado na forma do art. 5o desta Lei, dar-se-á a partir de 1o de janeiro de 2010, com o acréscimo da diferença remanescente.
    § 1o  A integralização de que trata o caput deste artigo poderá ser antecipada a qualquer tempo pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
    § 2o  Até 31 de dezembro de 2009, admitir-se-á que o piso salarial profissional nacional compreenda vantagens pecuniárias, pagas a qualquer título, nos casos em que a aplicação do disposto neste artigo resulte em valor inferior ao de que trata o art. 2o desta Lei, sendo resguardadas as vantagens daqueles que percebam valores acima do referido nesta Lei.
    Art. 4o  A União deverá complementar, na forma e no limite do disposto no inciso VI do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e em regulamento, a integralização de que trata o art. 3o desta Lei, nos casos em que o ente federativo, a partir da consideração dos recursos constitucionalmente vinculados à educação, não tenha disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado.
    § 1o  O ente federativo deverá justificar sua necessidade e incapacidade, enviando ao Ministério da Educação solicitação fundamentada, acompanhada de planilha de custos comprovando a necessidade da complementação de que trata o caput deste artigo.
    § 2o  A União será responsável por cooperar tecnicamente com o ente federativo que não conseguir assegurar o pagamento do piso, de forma a assessorá-lo no planejamento e aperfeiçoamento da aplicação de seus recursos.
    Art. 5o  O piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica será atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a partir do ano de 2009.
    Parágrafo único.  A atualização de que trata o caput deste artigo será calculada utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente, nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007.
    Art. 6o  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, conforme disposto no parágrafo único do art. 206 da Constituição Federal.
    Art. 7o  (VETADO)
    Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
    Brasília,  16  de julho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

    LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
    Tarso Genro
    Nelson Machado
    Fernando Haddad
    Paulo Bernardo Silva
    José Múcio Monteiro Filho
    José Antonio Dias Toffoli

    Pedro Guerreiro: O que está em jogo?



    As manifestações populares no Brasil expuseram de forma vigorosa a luta de classes, as contradições e a complexidade da situação neste grande país.

    Por Pedro Guerreiro*, do jornal Avante!


    As manifestações contra o aumento do preço dos transportes e exigindo transportes públicos de qualidade, tendo sido iniciadas em São Paulo e após violentamente reprimidas pela Polícia Militar, rapidamente se alastraram a todo o país, incorporando outras reivindicações sociais.

    Recorde-se que o Brasil iniciou uma viragem política com a eleição do presidente Lula, em 2002, que melhorando as condições de vida de milhões de brasileiros e afirmando a soberania nacional – dando um contributo valioso para o avanço da emancipação da América Latina da alçada dos EUA e para a importante criação e dinâmica dos Brics –, não encetou as profundas transformações sociais, econômicas e políticas que atacariam a raiz das brutais desigualdades sociais existentes neste país.

    Integrando-se nos processos progressistas e de desenvolvimento soberano que têm lugar na América Latina, o Brasil não vive um processo revolucionário. As forças de esquerda que elegeram Lula e Dilma, abrindo caminho a uma viragem, estão no governo mas não detêm o poder.

    Aqueles que detêm o poder econômico e que são responsáveis pelos grandes problemas que o Brasil e o seu povo enfrentam, procuram – desde o primeiro momento e controlando os grandes meios de comunicação –, determinar o rumo das manifestações populares, pretendendo virá-las contra as forças políticas progressistas, provocar uma crise política e, se possível, criar as condições para reverter os avanços sociais alcançados – num cenário similar a outras operações de ingerência dos EUA contra países da região.

    As forças democráticas e progressistas brasileiras colocam-se perante o desafio e a necessidade de, contrariando a tentativa de instrumentalização das manifestações por parte das forças reacionárias, aproveitar esta oportunidade para impulsionar novas e mais amplas medidas e transformações de sentido progressista.

    Para tal, será fundamental ampliar, desenvolver e integrar novas camadas na luta organizada dos trabalhadores e das populações, assegurar a melhoria das condições de vida do povo brasileiro – em áreas como a saúde, a educação, a habitação ou a segurança social –, dar solução aos complexos problemas das grandes cidades e resposta às aspirações da juventude.

    Os recentes acontecimentos demonstram que a continuidade dos avanços alcançados nas condições de vida da generalidade do povo brasileiro coloca como questão central o aprofundamento do processo que está na sua origem e que foi iniciado há cerca de dez anos.

    Um caminho que passa pelo retomar da iniciativa, pelo recrudescimento da luta e participação das massas e, consequente, reforço e unidade das forças políticas e sociais que se propõem protagonizar e levar a cabo o programa de profundas transformações democráticas e progressistas, pelo qual o povo brasileiro desde há muito anseia.

    A resposta às aspirações da maioria esmagadora do povo brasileiro, o avanço na concretização dos seus direitos, passa pela conquista de uma justa redistribuição da riqueza e pelo controlo dos meios e instrumentos econômicos que a assegurarão, o que significará afrontar o domínio dos grandes grupos financeiros e econômicos, que controlam grande parte da economia brasileira.

    Isto é, os avanços sociais – os alcançados e os a alcançar –, só poderão ser consolidados pela realização de significativas transformações econômicas e políticas e pela construção de uma correlação de forças que as permita concretizar.

    * Pedro Guerreiro é membro do Partido Comunista Português (PCP)

    MTE divulga nova 'lista suja' do trabalho escravo, agora com 504 nomes


    A chamada “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atualizada nesta sexta-feira (28), traz 504 nomes, entre pessoas físicas e jurídicas. Foram incluídos 136 empregadores que mantinham trabalhadores em condições análogas à de escravidão.  


    Outros seis foram recolocados na lista por decisão judicial. E 26 foram excluídos da relação por cumprimento de requisitos administrativos.

    Do total, 61 empregadores são do setor de pecuária, 13 estão ligados à produção de carvão vegetal e nove, à extração de madeira. Foram registradas 46 ocorrências no Pará, 19 em Minas Gerais e 13 em Tocantins.

    O MTE lembra que os incluídos no cadastro ficam impedidos de obter empréstimos em bancos oficiais do governo e também entram numa lista de empresas pertencente à “cadeia produtiva” do trabalho escravo no país. Esse documento é usado por indústria, comércio e exportadores para barrar a comercialização de produtos feitos a partir da prática ilegal.

    A “lista suja” é atualizada a cada seis meses. O nome é incluído após decisão administrativa em consequência de um auto lavrado durante ação fiscal, e mantido por dois anos. “Caso o empregador não volte a cometer o delito e pago todas as multas, o registro é excluído da lista”, diz o ministério.

    Fonte: Rede Brasil Atua




    Acesse a lista no link: 
    http://portal.mte.gov.br/trab_escravo/portaria-do-mte-cria-cadastro-de-empresas-e-pessoas-autuadas-por-exploracao-do-trabalho-escravo.htm


    John Pilger: A ascensão de um novo fascismo

     


    No seu livro, “Propaganda”, publicado em 1928, Edward Bernays escreveu: “A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e das opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática. Aqueles que manipulam este mecanismo que não se vê da sociedade constituem um governo invisível, o qual é o verdadeiro poder dominante no nosso país”.

    Por John Pilger em Counterpunch 


    Bernays, o sobrinho americano de Sigmund Freud, inventou a expressão “relações públicas” como um eufemismo para propaganda de Estado. Ele advertiu que uma ameaça permanente ao governo invisível era os que dizem a verdade e um público esclarecido.

    Em 1971, Daniel Ellsberg trouxe a público os fichários do governo estadunidense conhecidos como “The Pentagon Papers”, revelando que a invasão do Vietnã fora baseada numa mentira sistemática. Quatro anos depois, Frank Church dirigiu audiências sensacionais no Senado dos EUA, um dos últimos lampejos da democracia americana. Estas puseram a nu a plena extensão do governo invisível: a espionagem e subversão internas e a provocação de guerra pelas agências de inteligência e “segurança”, bem como o apoio que recebiam do big business e da mídia, tanto conservadores como liberais. 

    Ao referir-se à Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), o senador Church afirmou: “Sei que há capacidade para instaurar a tirania na América e devemos verificar se esta agência e todas as agências que possuem esta tecnologia operam dentro da lei… de modo que nunca cruzemos esse abismo. Trata-se do abismo do qual não há retorno”.

    Em 11 de Junho de 2013, a seguir às revelações no “Guardian” de Edward Snowden, contratado pela NSA, Daniel Ellsberg escreveu que os EUA agora caíram dentro “daquele abismo”.

    A revelação de Snowden, de que Washington utilizou o Google, o Facebook, a Apple e outros gigantes da tecnologia para espionar quase toda a gente, é uma nova evidência da forma moderna de fascismo – esse é o “abismo”. Tendo nutrido fascistas tradicionais por todo o mundo – desde a América Latina à África e à Indonésia – o gênio libertou-se e voltou para casa. Entender isto é tão importante quanto entender o abuso criminoso da tecnologia.

    Fred Branfman, que revelou a destruição “secreta” do pequeno Laos pela US Air Force nas décadas de 1960 e 70, proporciona uma resposta àqueles que ainda se admiram como um presidente afro-americano, um professor de direito constitucional, pode comandar tamanha ilegalidade. “Sob o sr. Obama”, escreveu ele, “nenhum presidente fez mais para criar a infraestrutura para um possível futuro Estado policial”. Por quê? Porque Obama, tal como George W. Bush, entende que o seu papel não é satisfazer aqueles que nele votaram mas sim expandir “a mais poderosa instituição da história do mundo, uma instituição que matou, feriu ou privou do lar bem mais de 20 milhões de seres humanos, principalmente civis, desde 1962″.

    No novo ciber-poder americano, só as portas giratórias mudaram. O diretor da Google Ideas, Jared Cohen, era conselheiro de Condoleeza Rice, a antiga secretária de Estado na administração Bush que mentiu quando disse que Saddam Hussein podia atacar os EUA com armas nucleares. Cohen e o presidente executivo da Google, Eric Schmidt –encontraram-se nas ruínas do Iraque – escreveram um livro em coautoria, “The New Digital Age”, apresentado como visionário pelo antigo diretor da CIA, Michael Hayden, e pelos criminosos de guerra Henry Kissinger e Tony Blair. Os autores não mencionam o programa de espionagem Prism, revelado por Edward Snowden, que proporciona à NSA acesso a todos nós que utilizamos o Google.

    Controle e domínio são as duas palavras que dão o sentido disto. São exercidos através de planos políticos, econômicos e militares, entre os quais a vigilância em massa é uma parte essencial, mas também pela propaganda insinuante na consciência pública. Este era o ponto de Edward Bernay. As suas duas campanhas de Relações Públicas com mais êxito foram convencer os americanos de que deveriam ir à guerra em 1917 e persuadir as mulheres a fumarem em público; os cigarros eram “archotes da liberdade” que acelerariam a libertação da mulher.

    É na cultura popular que o “ideal” fraudulento da América como moralmente superior, como “líder do mundo livre”, tem sido mais eficaz. Mas, mesmo durante os períodos mais patrioteiros de Hollywood houve filmes excepcionais, como aqueles de Stanley Kubrick no exílio e audaciosos filmes europeus que encontravam distribuidores nos EUA. Nestes dias, não há Kubrick, nem Strangelove e o mercado estadunidense está quase fechado a filmes estrangeiros.

    Quando apresentei meu filme, “A guerra à democracia” (“The War on Democracy”), a um grande distribuidor dos EUA de mentalidade liberal, recebi uma lista de mudanças exigidas para “assegurar que o filme fosse aceitável”. A sua inesquecível cedência para mim foi: “OK, talvez pudéssemos deixar Sean Penn como narrador. Isso o satisfaria?” Ultimamente, o filme de apologia da tortura “Zero Dark Thirty”, de Katherine Bigelow, e “We Steal Secrets”, um trabalho de machadinha contra Julian Assange, foram feitos com o apoio generoso da Universal Studios, cuja companhia-mãe até recentemente era a General Electric. A GE fabrica armas, componentes para aviões-caça e tecnologia avançada de vigilância. A companhia também tem interesses lucrativos no Iraque “libertado”.
    O poder dos que contam verdades, como Bradley Manning, Julian Assange e Edward Snowden, é que eles refutam toda uma mitologia construída cuidadosamente pelo cinema corporativo, pela academia corporativa e pela mídia corporativa. A WikiLeaks é especialmente perigosa porque proporciona aos que contam a verdade um meio para a pôr cá fora. Isto foi conseguido em “Collateral Murder”, o vídeo filmado a partir da cabine de um helicóptero Apache dos EUA que alegadamente foi revelado por Bradley Manning. O impacto deste único vídeo marcou Manning e Assange para a vingança do Estado. Ali estavam pilotos dos EUA a assassinar jornalistas e mutilar crianças numa rua de Bagdá a divertirem-se claramente com isso e a descrever a sua atrocidade como “linda”. Mas, num sentido vital, eles não escaparam sem punição; somos agora testemunhas e o que resta é para nos tramar.



    GLOBO SONEGOU IMPOSTO DE RENDA. A DILMA VAI COBRAR ?

    A sonegação foi feita com o emprego de paraísos fiscais. A PF do Cardozo vai pra cima ? E o Gurgel ?

    Conversa Afiada dá parabéns ao Miguel do Rosário.

    Também o ansioso blogueiro tentou ter acesso às informações sobre a atividade sonegadora de um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio.

    Depois de inúmeras tentativas, deu com os burros n’água.

    O Ministério da Fazenda e a Receita foram impenetráveis, intransparentes.

    Se o sonegador fosse o Lula … talvez fosse diferente.

    Em nome “das ruas” vazaria tudo …

    Com a Globo, bem, com a Globo, só mesmo o Miguel !

    Boa, Miguel !

    BOMBA! O MENSALÃO DA GLOBO!



    O Cafezinho acaba de ter acesso a uma investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo. Trata-se de um processo concluído em 2006, que resultou num auto de infração assinado pela Delegacia da Receita Federal referente à sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores não atualizados. Somando juros e multa, já definidos pelo fisco, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje.

    A fraude da Globo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, numa operação tipicamente tucana, com uso de paraíso fiscal. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002 como investimentos em participação societária no exterior.  O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número 374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.

    Esconder dólares na cueca é coisa de petista aloprado. Se não há provas para o mensalão petista, ou antes, se há provas que o dinheiro da Visanet foi licitamente usado em publicidade, o mensalão da Globo é generoso em documentos que provam sua existência. Mais especificamente, 12 documentos, todos mostrados ao fim do post. Uso o termo mensalão porque a Globo também cultiva seu lobby no congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear leis. O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no Brasil, apenas documentos relativos a petistas são alvo de vazamento. Tudo que se relaciona à Globo, à Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre sob sete chaves. Mesmo quando vem à tôna, a operação para abafar as investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria em investigar a privataria tucana, e do STF em levar adiante o julgamento do mensalão “mineiro”.

    Pedimos encarecidamente ao Ministério Publico, mais que nunca empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da Globo, exija o ressarcimento dos cofres públicos e peça a condenação dos responsáveis.

    O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões. Deste total, as organizações Globo respondem por um percentual significativo.

    A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia. O Brasil não pode continuar refém de um monopólio que não contente em lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na forma de crimes contra o fisco.



























    sábado, 29 de junho de 2013

    Alexandre Haubrich: Nova investida da mídia contra Dilma

     


    Se não passa de preocupação vã a ideia de que uma conjuntura para um golpe – armado ou institucional – está sendo preparada pela direita brasileira a partir de protestos que começaram com setores de esquerda, é fato que a mídia dominante, historicamente desapegada à democracia e apoiadora do Golpe Militar de 1964, tem feito de tudo para direcionar apenas à presidenta Dilma Rousseff a insatisfação que tem levado multidões de brasileiros às ruas. 

    Por Alexandre Haubrich* 


    Com vistas a um rompimento democrático ou com objetivos eleitorais para 2014, fica claro o oportunismo e o entrosamento entre os principais veículos das velhas elites, que têm mantido uma linha bastante semelhante e construído mudanças editoriais concomitantes e no mesmo sentido desde que os protestos começaram a intensificar-se.

    Na última segunda-feira, 24 de junho, aconteceram protestos em menor número, mais espalhados. No mesmo dia, Dilma falara em rede nacional e propusera 5 conjuntos de medidas na tentativa de aplacar a crise política, incluindo um plebiscito para finalmente construir uma Reforma Política. Os principais portais de notícias do país responderam com novos ataques contra a presidenta, procurando manter o foco totalmente direcionado a ela. As manchetes não deixam dúvidas. “Dilma” está por todos os lados dos portais, sempre acompanhada de expressões negativas e de interpretações contrárias às medidas que propôs.

    O site da revista Veja diz em sua manchete que Dilma está “nas cordas”, e que “inventou” um plebiscito ao qual Veja chama de “oportunista”. Afirmar que a presidenta está “nas cordas” nada mais é do que apresentá-la como acuada, à beira do nocaute. Veja diz ainda que o plebiscito é “mecanismo contestável juridicamente” e que a presidenta quer “empurrar a responsabilidade”. Em chamadas secundárias da mesma notícia, fala em “tentativa de golpe bolivariano”, no “perigo” de “desmoralizar o Congresso”, afirma que “líderes do governo não sabiam da proposta”, que “para novo ministro, ideia é inconstitucional” e que Dilma “foge das demandas das ruas”. Por fim, uma entrevista exclusiva com Fernando Henrique Cardoso, que afirma já na chamada: “Política externa de Dilma tem visão equivocada”. Todas as manchetes convergem para atacar e isolar Dilma Rousseff.


    Reprodução Veja

    Já o site do jornal O Globo noticia na manchete que “Proposta de Dilma de uma Constituinte específica para reforma política é contestada por juristas”. Em chamadas da mesma matéria, diz que “Proposta de plebiscito causa polêmica até entre aliados” e repercute declaração de José Serra (PSDB): “‘Sem pé nem cabeça’, diz Serra sobre proposta de Constituinte. Quer dizer, mesma linha da Veja: crítica geral + isolamento interno + crítica do PSDB. Em outras chamadas, mais ataques: “Na Saúde, medidas propostas por Dilma já não são novas”, “Movimento Passe Livre diz que Presidência é despreparada” e “Só 16% das verbas para mobilidade foram gastas”. Finalmente, uma chamada simpática…a Geraldo Alckmin (PSDB): “Alckmin suspende aumento de pedágios nas rodovias paulistas”.


    Reprodução O Globo

    A Folha de S. Paulo, em seu site, foi pelo mesmo caminho. Destaca não a fala de Dilma, mas a resposta da oposição: “Oposição ataca Dilma após proposta de plebiscito sobre reforma política”, diz a manchete, para na linha de apoio noticiar que “políticos dizem que ela quer desviar a atenção”. Em chamadas secundárias, seguem os ataques. São três: “Aumento de tarifas opõe Dilma a prefeitos”, “Dilma divide problema com Congresso” e “‘Necessitamos de reforma política’, diz Alckmin”. Novamente a construção de discurso da Veja e de O Globo. Mais abaixo, outras duas chamadas completam a linha: “Presidência é ‘despreparada’ no tema transporte, diz Passe Livre” e “Alckmin anuncia suspensão do reajuste dos pedágios de SP”.


    Reprodução Folha de S. Paulo

    O site do Estadão talvez seja o mais significativo da linha geral adotada por esses veículos. Sua organização da capa tem como destaque uma manchete principal e quatro secundárias. Todas elas se encaixam perfeitamente na linha editorial seguida pelos demais portais. A principal, “Dilma propõe plebiscito e Constituinte para reforma política e é contestada”; “Proposta é mal recebida no STF e no Congresso Nacional”; “Anúncio de Dilma é ‘forma para distrair o povo’, diz ex-ministro”; “Passe Livre diz que Dilma não apresentou proposta concreta”; e “Alckmin suspende o reajuste do pedágio nas rodovias de São Paulo”. Ou seja, o nome “Dilma” presente em três das cinco manchetes, quatro das manchetes negativas à presidenta e a outra positiva em relação a Geraldo Alckmin.


    Reprodução Estadão

    O site do jornal Zero Hora ainda mantinha, na madrugada de segunda para terça, destaque total para o protesto que recém ocorrera em Porto Alegre, sem grande espaço relacionado ao que falara Dilma e suas repercussões. Nesta terça-feira, porém, sua capa acompanhou a linha dos demais. Mesmo com uma manchete neutra, todas as três chamadas secundárias apresentam posições contrárias às propostas da presidenta.


    Reprodução Zero Hora

    Um panorama geral mostra de forma clara uma linha comum entre estes veículos. Essa linha é composta por algumas características presentes em todos ou quase todos os portais: 1. Crítica personalizada, inclusive com uso diretamente do nome de Dilma Rousseff em parte significativa das chamadas; 2. Aparência de isolamento de Dilma em relação a seus próprios apoiadores e a outras instituições da República; 3. Grande espaço para o que a oposição disse a respeito das declarações, com especial atenção a figuras do PSDB; 4. No entorno, chamadas positivas em relação a membros da mesma oposição.

    *Alexandre Haubrich é jornalista.

    Fonte: Jornalismo B


    Sem apoio da mídia e sem apoio daqueles que querem derrubar Dilma

    O movimento sindical, “Unidade de Ação dos Trabalhadores”, que ocorreu ontem, na Praça São Salvador, não se mostrou tão atraente ao grande público quanto às manifestações populares anteriores. Mesmo com o apoio do célebre grupo “Cabruncos Livres”, o atual protesto não reuniu mais de 200 pessoas. Na planície, assim como em grande parte do país, o povo assume, e veste, apenas uma bandeira, e sua “cor não é vermelha, mas, sim, verde, azul e amarela”.
    A “Unidade de Ação dos Trabalhadores” reivindica: “Manutenção do Passe Livre aos estudantes de escolas públicas e expansão aos de escolas privadas e trabalhadores desempregados. Fim do repasse de verbas para empresas privadas do transporte coletivo, pela criação de uma empresa municipal de transportes. Ampliação do número de creches e imediata reabertura das escolas fechadas. Eleição direta para diretores de escolas. Reforma e ampliação do HGG (Hospital Geral de Guarus) e Hospital Ferreira Machado. Rejeição à implantação do programa Nova Escola, pois gratificação não é salário”.
    Com um trio elétrico a postos e microfone girando de mão em mão, lideranças dos partidos de esquerda faziam suas críticas e reivindicações. PSTU, PCB E PT foram à Praça.
    A petista Odisséia Carvalho atribui a pouca adesão ao curto tempo utilizado para a organização do evento, e diz que esse foi apenas um teste. “Não tivemos tempo hábil para organizar com hegemonia a manifestação de hoje. Mas, de qualquer jeito, sabíamos que seria assim. Este foi apenas um evento teste. No dia 11 de julho teremos uma mobilização grandiosa, e essa sim atraíra muitos populares e membros do sindicato”, disse Odisséia, que também foi sindicalista. A ex-vereadora enalteceu a união entre os partidos de esquerda, que mesmo com diversas divergências, inclusive históricas, dividem o mesmo palanque em prol do Brasil.
    — O que presenciamos hoje é , praticamente, inédito. A esquerda sempre foi segregada entre si. O momento que o país atravessa acaba proporcionando, apesar das nossas diferenças, uma união extremamente necessária.
    A logística, além do pouco tempo para se organizar, também prejudicou a ida de alguns sindicatos e membros de comunidades mais distantes. Os catadores da Codim iriam, mas não houve transporte.

    Avançar é preciso! “Cabruncos Livres”: nova passeata na quarta por pauta municipalizada

    O movimento dos "Cabruncos Livres" demonstra que a juventude está viva e disposta a mudar. Pautas municipais, são necessárias e pertinentes, porém, se os movimentos não avançarem sobre as reformas estruturais, vai acabar em quase nada, as elites querem isso, fogo brando, atacar o governo federal, enfraquecendo a Dilma, para restaurar a velha ordem, onde o Presidente do Brasil ia aos EUA pedir autorização para implantar algum plano econômico ou social, privatizar o que restou a preço de banana, ou quem sabe, restaurar a Ditadura com seus porões como gritam alguns grupos "apartidários". Em São Paulo já apareceram os "Camisas Verdes" e os "Carecas do Brasil". REFORMA AGRÁRIA E REFORMA URBANA! BAIXA DOS JUROS! CONTROLE SOBRE AS TRANSAÇÕES FINANCEIRAS! TRIBUTAR AS GRANDES FORTUNAS! DINHEIRO PÚBLICO PARA ESCOLA PÚBLICA!



    Como o Gustavo Matheus antecipou aqui, o movimento “Cabruncos Livres” realizou no Jardim São Benedito, na tarde de hoje, outra reunião aberta ao público para definir as próximas ações. Ficou decidido que eles farão uma nova manifestação, na próxima quarta-feira, dia 3, com concentração a partir das 16h, para confecção de cartazes, saindo em passeata pelas ruas da cidade, em roteiro mantido em sigilo, para se evitar novas tentativas de infiltração e sabotagem por parte do poder público municipal. Nascida do movimento nacional de protesto populares pela exigência da plenitude dos direitos do cidadãos, em todas as suas esferas, o movimento em Campos municipalizou sua pauta, que quer agora levar à discussão da Lei Orgânica do município. As principais reivindicações são:
    1 – Orçamento participativo
    2 – Ficha Limpa para todos os cargos de assessoramento e direção (secretários e DAS)
    3 – Eleição direta para diretores das escolas municipais
    4 – Fim do voto secreto na Câmara Municipal
    5 – Paridade do aumento dos subsídios dos vereadores com o aumento salarial do funcionalismo público

    Partidos de esquerda criam Fórum para defender a democracia



    Os dirigentes dos partidos de esquerda da base aliada do governo Dilma (PCdoB, PT, PSB e PDT) reuniram-se, nesta sexta-feira (28), na sede do Comitê Central do PCdoB para definir a estratégia diante da atual conjuntura política.

    Joanne Mota, do Portal Vermelho em São Paulo 


    Foto: Cezar Xavier
    Partidos de esquerda pela reforma política
    Mesa: Roberto Amaral, vice-presidente do PSB; Rui Falcão, presidente do PT; Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois; Paulo Teixeira, da Executiva Nacional do PT; Renato Rabelo, presidente do PCdoB; e Carlos Lupi, presidente do PDT.

    Em entrevista, Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, informou que a reunião inaugura a reativação do encontro dos quatro partidos. “O principal resultado desta reunião é a criação do Fórum Nacional em Defesa da Democracia e do Plebiscito. Um espaço que foi debatido e construído pelos quatro partidos presentes”. 

    Na oportunidade, foi consenso, entre os partidos, que será deflagrada uma campanha nacional pelo plebiscito. Além disso, já está agendada nova reunião para a próxima quarta-feira (3) em Brasília.

    Questionado sobre qual o caráter do fórum, o dirigente comunista pontuou que “o espaço terá caráter consultivo, mais amplo. Está aberto a ouvir os demais partidos da base e as lideranças nacionais dos movimentos sociais e sindical. Ou seja, será um espaço de construção de uma ação comum entre as forças que compõem o fórum”.

    Renato ainda frisou que a questão democrática é muito importante para os partidos. “O país vive uma situação de ampla democracia e pela posição da presidenta Dilma, dentro dos cinco pactos propostos por ela, um dos pactos mais importantes e que se traduz no plano político é a proposta do plebiscito. E por que é importante? Porque ouvir o povo significa ouvir as necessidades vividas por ele.”

    O presidente do PCdoB explicou que no caso da reforma política, o Congresso sempre encontrou muita dificuldade para pensar uma saída para esta questão. “Entendemos a consulta pública como um espaço para que o povo possa se pronunciar sobre algumas questões balizadoras, para usar um termo da presidenta Dilma. Destacando que o plebiscito não é para entrar nos detalhes, mas sim para dar consistência ao processo”, ressaltou.

    O dirigente comunista destacou ainda que o Fórum defende que a reforma política deve ter dois pontos centrais: financiamento para as campanhas e o sistema de representação. “Os partidos de esquerda concordam que a reforma política deve implementar o financiamento exclusivamente público das campanhas. E sobre o sistema de representação, os quatro partidos concordaram em defender o proporcional com listas, que serão definidas pelos partidos de forma democrática”, salientou.

    Oposição teme a voz das ruas

    Renato Rabelo destacou que “a posição ouvida e lida nos meios de comunicação só reflete a posição da oposição conservadora”. Ele esclarece que quem defende o referendo é, justamente, estes setores e alerta: “O referendo significa ao povo aprovar uma proposta de reforma política que será definida pelo Congresso, mas até hoje o Congresso não conseguiu firmar uma proposta para está questão”.

    O dirigente questiona: “Por que não podemos ouvir a população para uma questão tão importante e que interfere na vida de todos? Por que temer? Os partidos entendem que o povo precisa ser ouvido e deve participar da construção desse espaço”, finalizou Renato Rabelo. 



    Dossiê Jango, um alerta democrático de valor permanente

    28 DE JUNHO DE 2013 - 18H00 
    Dossiê Goulart
    Um filme necessário



    O outro lado da história do golpe cívico-militar de 1964 vai aos cinemas brasileiros no dia 5 de julho de 2013: o filme Dossiê Jango, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. Vem bem a calhar nestes dias onde o fantasma de mais um golpe da direita ronda o cenário político brasileiro. 

    Por José Carlos Ruy


    O filme foi premiado, na última sexta-feira (21) no 17° Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM 2013), na categoria DOC-FAM, vencendo os juris Popular e Oficial, como melhor filme. Antes, já havia sido premiado no Festival do Rio 2012 (melhor documentário Júri Popular) e na Mostra Tiradentes 2013 (melhor longa metragem Júri Popular).

    O golpe de 1964 encerrou a limitada democracia da Constituição de 1946 e deu início à longa e brutal ditadura militar que infelicitou o Brasil durante as duas décadas seguintes, encerrada apenas em 1985. O fim da ditadura, entretanto, foi marcado pelo pacto que devolveu a presidência da República aos civis mas manteve intactos grandes interesses políticos e econômicos de gente que esteve no centro da conspiração para depor João Goulart, rasgar a constituição, e se mantiveram à frente do Estado brasileiro nas décadas seguintes, forças que somente foram seriamente contestadas depois da eleição de Luís Inácio Lula da Silva que, em 2002, abriu uma nota etapa na história brasileira, prenhe de possibilidades de uma real e profunda democratização do país.

    Com Dossiê Jango, o diretor Paulo Henrique Fontenelle não quer apresentar a história parada no tempo, mas abrir um importante debate sobre a democracia brasileira e a ação da repressão militar, colocando o foco sobre as fortes suspeitas de que o ex-presidente teria sido assassinado em 6 de dezembro de 1976 a mando das forças fascistas que temiam sua volta ao cenário político brasileiro. 

    Depois de seu afastamento da presidência da República, João Goulart (1919-1976) viveu no exílio, sobretudo no Uruguai. Oficialmente, ele morreu de ataque cardíaco quando - passados dez anos do golpe e da cassação de seus direitos políticos - ele se preparava para voltar ao Brasil. Morto, foi enterrado sem que fosse feita uma autópsia, e o cortejo fúnebre foi vigiado pelo famigerado Serviço Nacional de Inteligência (SNI). Mais: a ditadura puniu os oficiais que autorizaram seu sepultamento em território brasileiro, e o médico que assinou a certidão de óbito era um pediatra. 

    A pesquisa para a realização do documentário foi intensa. Ela envolve desde documentos do serviço de inteligência do Uruguai, do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), e traz inúmeras gravações e depoimentos de líderes políticos e outras pessoas da convivência de Goulart. Com base neles, Paulo Henrique Fontenelle reforça as suspeitas sobre a morte do ex-presidente, da mesma maneira como outros importantes ex-exilados, também mortos misteriosamente naquele mesmo ano de 1976; o principal deles é o também ex-presidente Juscelino Kubitscheck, vítima de um suspeitíssimo acidente ocorrido na rodovia Dutra.

    Uma série de pessoas envolvidas com Jango tiveram mortes suspeitas, como o médico legista autor de seu laudo, ou o empresário uruguaio e seu amigo, Enrique Foch Diaz, que escreveu o livro João Goulart: El Crimen Perfecto, onde dizia que Jango teria sido assassinado. Foch deixou uma gravação, em fita cassete, onde listou outras mortes relacionadas à Goulart. Foch morreu, em circunstâncias suspeitas, poucas semanas depois de fazer a gravação.

    Mas a suspeita maior do assassinato de Goulart está baseada no depoimento do ex-agente do serviço secreto da ditadura uruguaia, Mario Neira Barreiro, preso no Rio Grande do Sul desde 2003. Segundo ele, Goulart foi assassinado por um conluio entre as polícias brasileira e uruguaia. Segundo sua versão, que apareceu em 2008, em entrevistas para a TV Senado e para a Folha de S. Paulo, a ordem para o assassinato de Goulart veio do torturador Sérgio Fleury, do DOPS de São Paulo, que agia autorização do então general-presidente Ernesto Geisel. Em entrevista ao diretor de Dossiê Jango, o ex-policial Barreiro contou como os agentes da repressão trocaram a medicação que o ex-presidente tomava regularmente, para o coração, por uma substância química letal, capaz de provocar um infarto fulminante. 

    As revelações do filme são tão grandes que a Comissão da Verdade do Rio antecipou-se a seu lançamento, apresentando uma sessão exclusiva no dia 28 de junho. 

    Às vésperas dos 50º aniversário do golpe cívico-militar que iniciou a ditadura de 1964, Dossiê Jango vai provocar um previsível debate. Vai além disso. É uma didática demonstração da maneira como a direita brasileira, que nada fica a dever em termos de brutalidade às suas congêneres europeias, enfrenta políticos democratas, progressistas e nacionalistas que ameaçam seus privilégios. 

    A ação nefasta dessa direita antipopular, antinacional e antidemocrática está mais uma vez em pauta e a história do golpe de Estado de 1964 precisa ser examinada para lembrar, às gerações mais jovens, a maneira como os fascistas agem no Brasil, disfarçando seu golpismo e seu antidemocratismo com juras de amor à pátria, ao povo e à democracia. Neste sentido, Dossiê Jango é um antidoto democrático de valor permanente. “Investigamos a história a fundo. Queremos reabrir essa discussão”, diz o diretor Paulo Henrique Fontenelle.



    Avanço na medicina: Miguel Nicolélis apresenta projeto Andar de Novo neste sábado



    O neurocientista brasileiro Miguel Nicolélis participa de uma coletiva de imprensa neste sábado (29), às 15h, no Centro Aberto de Mídia (Forte de Copacabana – Rio de Janeiro), para apresentação de seu projeto “Andar de Novo”, que fará com que um jovem brasileiro paraplégico seja capaz de dar o pontapé inicial no jogo de abertura da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.  



    O Cientista Miguel Nicolelis (à direita) observa macaco caminhando em esteira durante experimento (Foto: Reprodução/TV Globo)

    O projeto utilizará um exoesqueleto controlado por estímulos cerebrais, centro da pesquisa de Nicolélis, que procura integrar a interface cérebro-máquinas para uso clínico em reabilitação motora, por meio de neuropróteses.

    O resultado da pesquisa, única no mundo, é fruto de um trabalho de 15 anos que atualmente envolve 170 pesquisadores em vários países. A mais recente conquista dos pesquisadores foi a conexão dos cérebros de dois ratos — um deles no Brasil e o outro fora do país — usando a internet. Foi a primeira interface cérebro-cérebro já feita e a criação do conceito de brainet, espécie de “internet cerebral”. O estudo, realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, e no Instituto de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte, foi publicado na revista Scientific Reports.

    O Prof. Dr. Miguel Nicolélis recebe o apoio da FINEP – Agência Brasileira de Inovação, ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de financiamentos ao Instituto Internacional de Neurociências de Natal. Lá, são realizadas em parceria com o Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

    Serviço:
    Coletiva com o cientista Miguel Nicolélis
    Dia: Sábado (29), às 15h
    Local: Centro Aberto de Mídia - Forte de Copacabana, Rio de Janeiro/RJ. 


    História: Há 55 anos, era inaugurada a 1ª linha de ônibus elétricos em Campos

    Hoje o transporte coletivo de Campos é um barco sem rumo, falta ônibus, não existe integração, de péssima qualidade e que não respeita o passageiro.

    reprtagem ururau
    Chegada dos trólebus à cidade de Campos, vindo de Niterói
     Arquivo

    Chegada dos trólebus à cidade de Campos, vindo de Niterói

    No dia 29 de junho de 1958 (há 55 anos), foi inaugurada a primeira linha de ônibus elétricos, conhecidos como Tróley-bus.
    Os veículos num total de nove, foram adquiridos do sistema de Niterói. Eram de procedência francesa, fabricados pela Vetra. A rede aérea atingiu um total de 27 km de extensão. Tal sistema operou por dez anos, sendo desativado em 1.967.
    Em 1958 o Sine comprou nove trólebus Vetra franceses que haviam sido usados por Niterói e substituiu os veículos usados nas linhas próximas a estação ferroviária. Ônibus a diesel foram colocados em outras rotas nos anos seguintes e o último bonde em Campos, de prefixo 14, rodou até o cemitério do Caju em 15/11/1964. O serviço de trólebus foi encerrado em 12/6/1967 e os veículos foram vendidos em Volta Redonda, para desmanche.
    O fim desta série de trolleybus Vétra e deste tipo de meio de transporte dá-se em 1967: em Campos o último circula em 12 de junho.
    Os nove carros de Campos tinham como destino final Volta Redonda: aí são desmontados e convertidos em matéria-prima pela siderurgia...
    CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE O TROLLEYS...
    É similar aos ônibus convencionais, roda por meio de pneus de borracha sobre pavimento rodoviário normal, e não por meio de rodas metálicas sobre trilhos, como o fazem a maioria dos veículos elétricos (como trens ou bondes). A energia chega aos veículos através de hastes (denominadas tecnicamente como alavancas (português brasileiro) ou varas (português europeu), que ficam sobre a carroceria, em permanente contato com a fiação específica que acompanha o percurso (esta é diferente da dos bondes, conduzindo carga em dois fios). Os trólebus têm parte de sua estrutura elétrica baseada nos bondes que nos Estados Unidos são conhecidos como trolleys, daí o nome trólebus.
    No Brasil os trólebus surgiram em 1949 na cidade de São Paulo. Vários sistemas seriam criados entre os anos 1950 e 1960 como os do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Niterói, Porto Alegre, Salvador, Campos dos Goytacazes, Fortaleza entre outros, sendo a maioria destes extintos até o início da década de 1970. Restariam, daquela época, apenas os sistemas de São Paulo, Recife, Santos e São Bernardo do Campo.
    A demanda por esse tipo de veículo despertou o interesse de empresas nacionais em produzirem trólebus localmente. O primeiro protótipo brasileiro, com um índice de nacionalização de 85% do custo, foi construído pela Villares em 1958 e entregue à CMTC, recebendo o prefixo 6007. Outras empresas posteriormente acompanharam a iniciativa, dentre as quais a Massari e Mafersa. A própria CMTC encarregou-se de reformar alguns veículos no final dos anos 1960.
    Cronologia do Sistema de Ônibus Elétrico
      
    1953

    Realização de levantamento topográfico para implantação das linhas de trolleybus.
    1954
    Início da instalação da rede aérea . No dia 22 de setembro, chegada do primeiro trólebus, puxado por uma carreta, procedente de Niterói. No dia 25 de setembro, durante a Exposição Agropecuária, o veículo é colocado em exposição para o público.
    1958
    O S.I.N.E- Serviços Industriais do Norte do Estado adquire 9 trolleybus de segunda mão do sistema de Niterói. No dia 29 de junho, às 17 horas, com a presença do governador Miguel Couto Filho, inauguração da primeira linha de trolleybus, a linha 1, ligando a Praça São Salvador à estação de Campos pela Rua Alberto Torres.
    1959
    No dia 19 de fevereiro, inauguração de novo trecho de linha, transformando a linha 1 em circular pelas ruas Alberto Torres e Tenente Coronel Cardoso. Inauguração de novo trecho até o Parque Leopoldina. Mais tarde são inauguradas novas linhas, como a Caju – Usina Santo Antônio.
    1960
    A cidade sofre racionamento de energia elétrica durante 2 meses devido a uma forte descarga elétrica de uma tempestade que derrubou uma das torres de sustentação da rede de alta tensão em Conceição do Macabu.
    1964
    No dia 31 de agosto, porta-vozes do Governo do Estado, através de nota oficial, anunciam que os trólebus serão substituídos por ônibus a diesel.