domingo, 31 de julho de 2011

SIPROSEP uma vergonha!!!!!!!!


O Sindicato dos servidores de Campos vem cumprindo um “desserviço” a classe trabalhadora como um todo, ao invés, de organizar os servidores para conquistas salariais e sociais, preferem, usar o sindicato como palanque do governo, convida, membros do governo para justificar a política antidemocrática  e de perseguição deste governo. Não quero, aqui, defender que o sindicato seja um instrumento de oposição, isso cabe aos partidos políticos, mas o sindicato é um instrumento de resistência a políticas contrárias aos interesses dos trabalhadores.  Estava na assembléia de sexta, dia 29/07, foi terrível, ver o circo armado, para propagandear e justificar o plano de cargo e salários, o famigerado decreto que coloca a integridade física e mental dos professores em risco e a discriminação sofrida pelos readaptados, a ponto, de um dos assessores utilizar termos como “a secretaria quer evitar os excessos de licença”, como que, ficar doente fosse uma opção.  A categoria está doente pelas péssimas condições de trabalho, baixos salários e as perseguições sofridas, essa direção do sindicato não enxerga, melhor sabem, mas não tem compromisso com a categoria. Tratou os professores como lixo, à assembléia foi na recepção, estão aprendendo direitinho com este governo.
Resistir é preciso!!! Vamos mudar tudo isso.

Celso Amorim: os atentados a Oslo e a era do preconceito


Nesta era da internet, a informação é instantânea. A desinformação também. A notícia sobre os trágicos atentados de Oslo chegou-me enquanto eu navegava pelos sites que costumo frequentar para me atualizar sobre o que ocorre no mundo.

Por Celso Amorim, na CartaCapital
    Pus-me imediatamente em busca dos detalhes. Abri a página de uma respeitada revista internacional. Além de alguns pormenores, obtive também a primeira explicação, que veria em seguida nas versões eletrônicas dos jornais brasileiros, segundo a qual o perpetrador dos atos terríveis era alguém a serviço de um movimento fundamentalista islâmico.
    Dois dias depois do acontecido, quando ficou claro que, na verdade, se tratava de um extremista de direita que pertenceu a movimentos neonazistas, ainda é possível encontrar, mesmo com ressalvas (porque a internet comete essas “traições”), a mesma interpretação apressada, baseada no preconceito contra muçulmanos.
    No caso da revista internacional, a interpretação não se limitou a essa caracterização genérica. Deu “nome e endereço” do facínora, que seria um iraquiano curdo ligado a sunitas fanáticos, vivendo no exílio desde 1991. O articulista foi mais longe. Apontou as possíveis motivações do crime hediondo, que estariam relacionadas com a presença de tropas norueguesas no Afeganistão e com a percepção, por parte dos tais fundamentalistas, da cumplicidade da imprensa norueguesa com caricaturas ofensivas ao Profeta.
    Evidentemente, tudo isso era muito plausível, à luz do ocorrido no 11 de Setembro, descartando-se as hipóteses conspiratórias sobre aquele trágico episódio. Mas era igualmente plausível a hipótese, que acabou confirmada, de que se tratasse de outro tipo de fundamentalista, do gênero “supremacista branco”.
    O alvo do ataque era um governo da esquerda moderada, visto como tolerante em relação a imigrantes e aberto ao diálogo com as mais diversas facções em situações conflituosas, inclusive no Oriente Médio. Para sublinhar a natureza ideológico-religiosa do ato de violência, o terrorista visou também a juventude do partido, pacificamente acampada em uma ilha.
    Algo semelhante havia ocorrido seis anos antes do atentado contra as Torres Gêmeas, quando outro fanático havia feito explodir um prédio público na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Daquela feita, o Estado – e tudo o que ele simboliza como limitação ao indivíduo, percebido como independente e antagônico em relação à sociedade – foi o objeto da ira destruidora. Também naquela época, quando a Al-Qaeda ainda não havia ganhado notoriedade, as primeiras análises apontaram para os movimentos islâmicos.
    Não ponhamos, porém, a culpa na internet. Ela apenas faz com que visões baseadas em preconceitos, que não deixam de refletir certo tipo de fundamentalismo, se espalhem mais rapidamente, com o risco de gerarem “represálias” contra o suposto inimigo. Felizmente, neste caso, a eficiente ação da polícia norueguesa impediu que isso ocorresse. Mas o risco existe de que, em outras situações, as tragédias se multipliquem, por vezes com o apoio de movimentos marginais inconsequentes, que buscam tirar partido dos eventos, assumindo responsabilidade por algo que não fizeram.
    Não é possível ignorar que, no caso da invasão do Iraque, o preconceito, e não apenas a manipulação deliberada (que também existiu), estava por trás de vinculações absurdas, usadas para justificar decisões que causaram centenas de milhares de vítimas (há quem fale em 1 milhão). O suposto elo entre Saddam Hussein e o terrorismo nunca se comprovou, da mesma forma que eram falsas as alegações quanto à posse por Bagdá de armas de destruição em massa. Num primeiro momento, contudo, essas justificativas foram aceitas pela maioria da população norte-americana.
    Não sejamos inocentes. Interesses econômicos e políticos, e não apenas preconceitos, motivaram a decisão de atacar o Iraque. Mas o pano de fundo de uma visão particularista do mundo, em que “diferente” se torna sinônimo de “inimigo”, ajuda a criar o caldo de cultura de que se valem os líderes para obter, das populações que governam, o indispensável apoio às suas custosas aventuras bélicas.
    A Noruega não corre esse risco. Como disse o primeiro-ministro Stoltenberg, o terrorismo insano não destruirá a democracia do país nórdico, que, ademais, se tem notabilizado por importantes iniciativas em favor da paz. Aliás, é o ódio às pessoas que promovem a paz e o entendimento, além da intolerância e do fanatismo, que está na raiz desse bárbaro atentado. Infelizmente, não só o orgulho, como queria a romancista inglesa, mas também o ódio costuma ser um companheiro inseparável do preconceito.

* Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula

www.vermelho.org.br

sábado, 23 de julho de 2011

Clássicos no Vermelho: Mario Benedetti - "Classe Média"

Mário Benedetti, poeta uruguaio, nasceu em 14 de setembro de 1920 em Tacuarembó. Em 1945 integrou a redação do semanário Marcha e, em 1949, publicou seu primeiro livro de contos ,“Esta Manãna”. Um ano mais tarde aparecem os poemas Sólo Mientras Tanto. Em 1960, sua obra alcança transcendência internacional. É um clássico da literatura contemporânea. Sua morte em 17 de maio de 2009 deixou imenso vazio. Seu poema “Classe Média” inaugura a seção de Clássicos do Prosa, Poesia e Arte.

Classe Média

meio rica
meio culta
entre o que crê ser e o que é
media uma distância meio grande
Do meio mira meio mal
os neguinhos
os ricos os sábios
os loucos
os pobres
Se escuta um Hitler
gosta mais ou menos
e se um Che fala
também
Em meio ao nada
meio que duvida
como tudo a atrai (a meias)
analisa até a metade
todos os fatos
e (meio confundida)
sai às ruas com meia panela
então meio que chega a se importar
com os que mandam (meio nas sombras)
às vezes, só às vezes, se dá conta (meio tarde)
de que a usaram como peão
em um xadrez que não compreende
e que nunca a converte em Rainha
Assim, meio raivosa
se lamenta (a meias)
de ser o meio do que outros comem
dos quais não consegue entender
nem a metade.

sábado, 2 de julho de 2011

PCdoB lamenta morte de Itamar Franco


Em nota assinada por seu presidente nacional, Renato Rabelo, o PCdoB manifestou pesar pela morte do senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS). Chamado por Renato de “nacionalista”, “democrata” e “eminente patriota”, Itamar faleceu neste sábado (2), aos 81 anos, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 21 de maio.
“O Partido Comunista do Brasil sempre nutriu uma relação de respeito e diálogo com o ex-presidente”, registra Renato. Segundo ele, o PCdoB apoiou Itamar em ocasiões como “o segundo turno para a disputa do governo de Minas em 1998” e no chamamento do político mineiro “para combater o projeto neoliberal” da era FHC.
 “A Nação sentirá falta deste eminente patriota, mas saberá destacar os importantes momentos de sua trajetória e honrar sua exemplar conduta pública”, conclui o dirigente comunista.

Confira abaixo a íntegra da nota do PCdoB
O Partido Comunista do Brasil lamenta profundamente a perda do ex-presidente da República Itamar Franco e se solidariza com seus familiares. O país fica sem um dos mais importantes brasileiros, que honrou durante sua vida pública as qualidades mais nobres de um nacionalista e democrata. Em todos os cargos que ocupou, Itamar sempre colocou em primeiro lugar os interesses da pátria e do seu povo.

Filho da tradicional política mineira e querido pelo seu povo, foi eleito duas vezes prefeito de Juiz de Fora, quatro vezes Senador, governador de Minas. Eleito vice-presidente da República, seu papel foi fundamental num dos mais delicados períodos da vida política nacional pós-Ditadura Militar. Com muita determinação e espírito democrático, assumiu a Presidência e conduziu com grande capacidade quando o titular foi tirado do poder pela força popular das ruas. Agiu naquele momento com serenidade e sabedoria, saindo da Presidência com altos índices de aprovação.

O Partido Comunista do Brasil sempre nutriu uma relação de respeito e diálogo com o ex-presidente. Os comunistas marcharam juntos com Itamar algumas vezes, seja no apoio que o Partido deu no segundo turno para a disputa do governo de Minas em 1998, ou marchando nas ruas, quando Itamar eleito chamou o povo mineiro para combater o projeto neoliberal que se implementava no país a partir da Presidência de Fernando Henrique Cardoso.

Fica para a história o dia que Itamar abriu as portas do Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas, para receber uma manifestação estudantil e quando posicionou tropas nas margens da Hidrelétrica de Furnas, numa manifestação contra o governo federal que queria fazer sua privatização. Convicto defensor de um Estado forte, ainda como governador de Minas, retomou judicialmente o controle acionário da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A Nação sentirá falta deste eminente patriota, mas saberá destacar os importantes momentos de sua trajetória e honrar sua exemplar conduta pública.

Belo Horizonte, 02 de julho de 2011

Renato Rabelo
Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil