sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Unidade marca congresso histórico de fundação da CTB

Por Luísa Pereira*

Após dois dias de intenso debate foi eleita no dia 14 a diretoria da mais nova central sindical do Brasil, a CTB, tendo Wagner Gomes, da Corrente Sindical Classista (CSC) e do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, como presidente. A criação da Central é fruto de um longo período de debates em importantes sindicatos do país no sentido de fortalecer o sindicalismo brasileiro e desenvolver uma entidade ampla e democrática, já que a CUT há tempos não cumpria esse papel.
Desde sua formação, a maior central do Brasil, a CUT, já contava com outras diferentes centrais sindicais, entre elas a CGTB e a Força Sindical. Históricos sindicatos nacionais que se mantinham, até então, independentes de qualquer central sindical marcam a construção da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
Severino Almeida, presidente do Sindicato dos Marítimos e da Confederção Nacional dos Trabalhadores Marítimos (Contimaf), em sua fala no ato de abertura da CTB destacou a importância da construção dessa central para a luta política brasileira e pela democracia do movimento sindical.
O ato político realizado na abertura contou ainda com o Ministro dos Esportes, Orlando Silva; o presidente do PCdoB, Renato Rabelo; o coordenador nacional da SSB, Joílson Cardoso; o dirigente nacional do PSB, Roberto Amaral, o presidente da Ubes, Ismael Cardoso, a presidente da UNE, Lucia Stumpf, e representantes de importantes centrais sindicais brasileiras, entre outros.
Em sua fala a presidente da UNE marcou o fortalecimento da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e a preocupação da CTB com a juventude trabalhadora que cresce substancialmente entre a população economicamente ativa de nosso país.
Já os representantes das centrais falaram sobre a necessidade de realizar um novo Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat) para unificar a luta dos trabalhadores. Dentre as centrais que referendaram a criação da CTB está a Força Sindical, a UGT e a CGTB.
Ênfase nas mulheres e na juventude
A CTB nasce com o desafio fundamental de compreender a heterogeneidade das diversas categorias que contam com cerca de 50% de mulheres. A CTB deve dar ênfase na juventude de forma ampla e democrática.
Sabendo conviver com as divergências, o diálogo de diferentes correntes políticas e a independência frente ao governo federal, o clima de unidade do congresso de fundação reflete o objetivo da central: se consolidar como entidade articuladora de pautas unificadas do movimento sindical brasileiro.
A bancada do Rio de Janeiro da CSC teve atuação destacada e elegeu três representantes para a direção nacional da central, sendo duas delas mulheres: Sonia Latgé, do Sintergia e Ana Zélia, da Sintect/RJ. Maurício Ramos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, também foi eleito membro da direção nacional.
A opção classista e a luta pelo socialismo foram afirmadas por essa entidade que já aprova em seu congresso a filiação à Federação Sindical Mundial, entidade de base progressista e representativa em âmbito mundial e de destaque na luta antiimperialista.
Sendo assim, a CTB já se coloca como corrente importante da luta democrática e progressista do país, para a construção de um Brasil soberano, com divisão de riqueza, emprego e justiça social. Já está posto o desafio da redução da jornada de trabalho e inclusão econômica de nosso povo onde a CTB está na ponta dessa luta nacional.
Viva os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil!!!

*Luísa Pereira é presidente da UJS/Rio e membro da Comissão Política do PCdoB/Rio.