segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

José Alencar: economistas ameaçam Lula com inflação

30 DE DEZEMBRO DE 2007 - 16h10

O vice-presidente José Alencar afirmou em entrevista publicada neste domingo (30) no jornal Folha de S.Paulo que a taxa de juros não cai no país porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é amedrontado por "economistas ligados ao sistema financeiro", que acenam com o fantasma da volta da inflação, caso os juros caiam.
Crítico recorrente dos juros altos, Alencar disse ao jornal paulistano que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teme uma "inflação violenta" no país. "O Lula é um sujeito ultra-responsável, ele tem preocupação que [uma queda forte dos juros] pudesse trazer uma inflação brutal."
Em entrevista concedida na véspera de Natal, José Alencar defende a política de Lula, mas que "ser amigo" do presidente não o impede de criticar os juros altos. "Ele não pode me demitir, então falo com absoluta isenção e independência."
Alencar ainda se diz contra a alta nos juros. "Eu nunca deixei de condenar. A inflação não exigia taxas de juros daquele patamar para combatê-la." O vice-presidente se refere ao nível de 26,5% ao ano que chegou a Selic, a taxa básica de juros, no fim do mandato de Fernando Henrique Cardoso.

Extraido do site vermelho
www.vermelho.org.br

2007: a profecia se fez como previsto

Há uma década, os Racionais lançavam Sobrevivendo no Inferno, seu CD-Manifesto. O rap vale mais que uma metralhadora. Os quatro pretos periféricos demarcaram um território, mostrando que as quebradas são capazes de inverter o jogo, e o ácido da poesia pode corroer o sistema.

Por Eleilson Leite, para o Le Monde Diplomatique

Uma década se passou e a profecia anunciada pelos Racionais MC’s vem se confirmando a cada ano. Em 1997, Mano Brown, Ice Blue, Edy Rock e KL Jay trouxeram ao mundo uma obra que marcou o rap nacional em definitivo e lançou as bases do que, hoje, chamamos de Cultura de Periferia. Estou falando do CD Sobrevivendo no Inferno. Esse disco alçou o grupo à condição de maior representante, no Brasil, de um gênero musical que renovou a música no planeta. Pode observar. Quando algum artista quer dar uma roupagem moderna às suas canções, o produtor bota lá uns scratches, faz uma colagem com letras de rap ou tenta copiar os manos que dominam a composição rimada e ritmada do rythman and poetry.
Mas a qualidade artística de Sobrevivendo no Inferno é apenas um lado desse marco. O CD é um manifesto. Do começo ao fim, canção por canção, os Racionais vão compondo a carta de intenções do gueto. Uma declaração de revolta — revide de quatro sobreviventes. Suas armas? O rap que vale mais do que uma rajada de metralhadora. Com seu ''verso violentamente pacífico'' os quatro pretos periféricos demarcaram um território, até então, definido apenas pela concentração da pobreza, violência e descaso das autoridades.
Nesse disco, os Racionais mostraram uma periferia poderosa, capaz de reverter o jogo. Uma periferia altiva, consciente de sua condição social e do quanto lhe foi negado. Um povo que, durante décadas, foi amontoado nos arrabaldes, volta-se agora contra os que a empurraram pro gueto. ''A fúria negra ressuscita outra vez…'', anuncia Mano Brown. E vestidos com ''as roupas e armas de Jorge'', esses quatro jovens, na faixa dos 27 anos, convocavam, na época, todo povo pobre do Brasil. ''Periferia é periferia em qualquer lugar'', dizia Edy Rock em inspirada canção. Estava decretado o orgulho e a exaltação do ser periférico.
Com mais de 1 milhão de discos vendidos oficialmente (e, pelo menos, a mesma quantidade reproduzida, digamos, extra-oficialmente...), esse poderoso manifesto, até hoje, cala profundamente e ainda vai influenciar multidões. Os Racionais mostraram que a poesia pode corroer o sistema, constranger as elites. Um ano depois de lançar o Sobrevivendo no Inferno, o grupo ganhou o Vídeo Music Award da MTV com o clipe da canção mais famosa do disco — Diário de um Detento. Surpreendendo a todos, ao aparecer para receber o troféu Mano Brown disparou: ''dedico este prêmio a minha mãe que me criou lavando muita roupa suja de playboys como vocês…''.
Não, Mano, o sistema não está sob teus pés. Mas a periferia tornou-se altiva, admirada, consicente de sua condição e do quanto lhe foi negado
Em uma das faixas do CD, a que mais gosto, Estou ouvindo alguém me chamar, a letra fala de um jovem que se inicia no mundo do crime. Seu batismo foi num assalto a uma butique do Itaim. ''Todo mundo pro chão, pro chão, o cofre já estava aberto, o vigia tentou ser mais esperto…'', e por aí vai. Em tom reflexivo, vem conclusão dessa parte da história: ''Pela primeira vez eu vi o sistema aos meus pés, apavorei, desempenho nota 10''. Imagino que o Mano Brown e seus amigos, diante daquela platéia de brancos bem-nascidos no evento da MTV, tenham pensado o mesmo. De repente, diante dele, centenas rapazes e moças de bochecha rosada aplaudindo-o por ter feito um clipe falando do massacre de 111 presos, quase todos pretos, todos pobres, gente encarada pelo Estado como entulho. Não, Mano Brown, o sistema ainda não está sob seus pés. Como você próprio diz, és um ''efeito colateral que seu sistema fez…''. Mas os Racionais abriram um caminho. Como é dito no CD/Manifesto: ''eu sou apenas um rapaz latino-americano apoiado por mais de 50 mil mano…''.
Penso que a ''base social'' dos Racionais tenha multiplicado- se pelo menos dez vezes. Depois de Sobrevivendo no Inferno, veio o Ferrés, mostrando que na Favela tem escritor de qualidade. Surgiram o Samba da Vela, o Sarau da Cooperifa e outros tantos movimentos que engrandecem a periferia. A última canção do disco chama-se Salve. Nela, os músicos dos Racionais citam mais de 60 quebradas: Jardim Ângela, Jardim Ebrom, Vaz de Lima, Vila Calu, Grajaú, Cidade Tiradentes, São Mateus, Brasilândia etc. São regiões da metrópole paulistana que só apareciam nas páginas policiais e nos registros dos detentos nas delegacias e no extinto Carandiru. Mas hoje, caros racionais, graças ao talento e à firmeza ideológica, para usar uma expressão cara ao MST, de artistas como vocês, esses bairros periféricos aparecem, cada vez mais, como redutos de uma arte original, bela e comovente.
Não por acaso surgiu a Agenda Cultural da Periferia. O movimento cultural já justifica um Guia próprio. Uma novidade surgida em 2007 que nos enche de orgulho. De São Mateus, vem o melhor disco de samba do ano com o registro fonográfico do Berço do Samba de São Mateus. Um dos projetos literários mais interessantes do ano é a Coleção Literatura Periférica, da Global Editora, que trouxe, nos três primeiros volumes lançados neste ano, Sergio Vaz, Sacolinha e Alessandro Buzo. O Sacolinha já foi escolhido para a Jornada Literária de Passo Fundo do ano que vem. O Vaz recebeu proposta para traduzir sua obra na França. O Buzo logo será assediado por cineastas em busca de uma história original, veloz e instigante. E para 2008 teremos mais.
Dez anos depois, a profecia se cumpre outra vez. Neste grande ano, o exemplo maior, entre tantos outros, da força da cultura suburbana, foi a realização da Semana de Arte Moderna da Periferia, realizada em novembro, liderada pelo Sarau da Cooperifa. Nesse evento, o povo do gueto mostrou bem o que diz o belo samba interpretado por Beth Carvalho: ''da fruta que eles gostam, eu como até o caroço…''. Salve Racionais MC’s. Salve Periferia. Que 2008 tenha muito mais arte. Não tenho dúvida. Por meio da cultura, pode-se virar o jogo.

17/10/2007 - A CTB e a unidade sindical

A Central dos Trabalhadores do Brasil-CTB

Unidade na diversidade - este axioma dialético contém a melhor explicação para os novos desafios postos colocados para o movimento sindical a partir da criação, que se acelera, de uma nova central sindical. A iniciativa partiu da Corrente Sindical Classista e do Sindicalismo Socialista Brasileiro (tendência sob influência do Partido Socialista Brasileiro) e inúmeros sindicalistas, grande parte deles ligados aos trabalhadores rurais.
A decisão pela nova central, anunciada em julho, consolidou-se nos meses seguintes e foi aprovada unanimemente pelo 7º Encontro da Corrente Sindical Classista, realizado em Salvador (BA), no final de setembro. O passo seguinte foi o lançamento da nova central, provisoriamente batizada como Central dos Trabalhadores Brasileiros, realizado no sindicato dos Marceneiros de São Paulo, dia 15 de outubro. Com uma grata surpresa para os cetebistas: a adesão de mais de 670 presidentes de sindicatos (entre eles muitos líderes de federações de trabalhadores), número que poderá chegar a mil até 12 de dezembro, data prevista a abertura do congresso de fundação da nova central, marcado para Belo Horizonte (MG). Há informações que cerca de um quarto dos sindicatos filiados ligados à CUT vão aderir à nova central.
O desafio que está colocado é a reconstrução, em bases mais avançadas, da unidade do movimento sindical. Quando o movimento sindical retomou a iniciativa, no final da ditadura militar, uma das principais questões enfrentadas foi a construção de um movimento unitário. Ela não aconteceu e surgiram, no começo da década de 1980, duas centrais: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT).
A Corrente Sindical Classista foi fundada em 1988 num esforço de reunir os sindicalistas que defendiam um programa para além da agenda corporativa que então predominava - por isso se denominaram ''classistas'', comprometidos com os interesses imediatos e também com os interesses futuros, anti-capitalistas, reforçando o vínculo entre as lutas econômica e política dos trabalhadores.
Quando a CSC aderiu à CUT, em 1991, ela ajudou a aumentar sua representatividade e realçou seu perfil pluralista. Rapidamente a CSC ganhou destaque, tornando-se a segunda tendência filiada a ela; no último Concut, a chapa liderada pela CSC teve mais de um quarto (26%) dos votos para a direção da central.
Agora as divergências, antigas, chegaram a um ponto inconciliável. Elas cresceram desde a decisão da corrente hegemônica da CUT de negociar com o governo de Fernando Henrique Cardoso um acordo da Previdência Social lesivo aos interesses dos trabalhadores. Seu auge se expressou no 9º Concut, de 2006, quando a tendência majoritária da CUT rompeu com a legalidade interna da central e afastou a CSC da direção CUT-BA, impediu que a tendência classista mantivesse o cargo de vice-presidente da CUT e agiu para enfraquecê-la em outros Estados, colocando obstáculos para o crescimento e fortalecimento da corrente classista.
Estava pavimentado o caminho que levaria à fundação de uma nova central, comprometida com as lutas econômicas e políticas dos trabalhadores. Mas, apesar das divergências, a CUT não perdeu nem seu papel nem sua importância na luta dos trabalhadores. Daí o desafio da construção da unidade sindical em um novo patamar. A CUT será a principal aliada da CTB no fortalecimento da unidade e da luta dos trabalhadores. A CTB, garantem seus principais líderes, não será uma central de oposição à CUT. ''Esse ato não é contra ninguém. Queremos a unidade de movimento sindical e criaremos a central em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil'', disse Joilson Cardoso, secretário sindical do PSB na solenidade do dia 15 de outubro.
O desdobramento deste movimento desenha um cenário de grandes mudanças, e o surgimento da CTB com certeza vai provocar um rearranjo entre as centrais sindicais, que está implícito na proposta feira por João Batista Lemos, coordenador nacional da CSC. ''Nosso desafio'', disse ele, ''é convocar uma nova Confederação das Classes Trabalhadoras para firmar uma pauta conjunta de lutas com todas as centrais''.

Extraído do Site da Corrente Sindical Classista
www.csc.org.br

15/09/2007 - O desenvolvimento do desenvolvimento

Boa parte dos problemas econômicos brasileiros se deve ao fato de o país nunca ter investido de verdade em um caminho definido de desenvolvimento. Nunca instituímos, para valer, uma economia planejada e um Estado de bem-estar-social. Para piorar, nos últimos anos o país foi conduzido irresponsavelmente pelo caminho da "economia de mercado". Até o final da década de 80, essa contradição entre planejamento e liberalização ainda era difusa e podia ser traduzida pelos conceitos políticos do PTB de Getúlio Vargas — e setores de outros partidos — e da maioria da UDN e do PSD. Hoje, depois do nosso longo inverno antidemocrático — primeiro com a ditadura militar e, depois, mais mitigado, com a "era FHC" — essa contradição reaparece com mais nitidez. O problema é que agora ela está também representada dentro do mesmo campo — no caso, o governo Lula. Ou seja: o problema ganhou mais complexidade.
De um lado, estão os que vêem a questão social como prioridade. De outro, estão os defensores do "mercado", cujo paradigma é os Estados Unidos e reproduzem, em essência, as velhas teses liberais. É óbvio que essas idéias pouco tem a ver com os conceitos mais antigos de Adam Smith. As estruturas de classes nas sociedades já não são nem sombra do que foram quando o capitalismo dava seus primeiros passos. No Brasil, depois que o capitalismo ganhou impulso aí pelos idos de 30, iniciou-se a discussão a respeito de como promover o aumento e a distribuição da renda nacional. Predominou, a princípio, a tese de que o Estado poderia estimular — e mesmo condicionar — o desenvolvimento econômico.
Na margem oposta, estava uma corrente ponderável, com os professores Eugênio Gudin e Otávio de Bulhões à frente, presa ao círculo do liberalismo e que negava a capacidade prática planejadora do Estado. Desde então, esse debate passou a constituir um campo fértil de análises. Lamentavelmente, nos últimos tempos, com a asfixiante hegemonia das idéias liberais, observa-se um profundo divórcio entre a aplicação simplista de certas teorias econômicas e a realidade objetiva do país. Sob o pretexto de que a economia é uma ciência exata, difundem-se a esmo análises que são verdadeiras metafísicas, contendo uma falsa e vaga representação do mundo real.
Ainda ressoam pelo país aquelas campanhas publicitárias promovidas para vender as privatizações. A sua mensagem poderia ser sintetizada nas seguintes idéias: o Estado deveria transferir ao setor privado as atividades produtivas em que indevidamente se metera e deixar a cargo do "mercado" as atividades regulatórias que em vão tentara estabelecer, e assumir a sua verdadeira vocação, o assim chamado "setor social".
Em 2002, elegemos Lula com a sensação de que havíamos enfim atravessado este deserto. O perfil do governo, no entanto, contribui para que a busca de melhorias sociais continue mantida em banho-maria. Predomina na área econômica uma tendência que, no melhor dos casos, apresenta o evidente em termos complicados para fugir da realidade. Parece que esse procedimento resulta, na sua essência, do uso cego de certos instrumentos teóricos de análise absorvidos nos exterior, sobretudo nos Estados Unidos. Recorrendo invariavelmente às teorias econômicas dos países centrais, esses economistas "ortodoxos" terminam por deformar a compreensão do processo econômico nacional.
Esses vícios "universalistas" dos liberais do governo florescem porque eles constroem teses a respeito da economia brasileira a partir de modelos macroeconômicos com alta dose de abstração matemática. Não explicam nada concretamente. O problema maior é que o figurino teórico deles escorrega no apreciar e definir os problemas nacionais. Questões como a melhoria dos níveis de renda, dos investimentos e do consumo não entram como a alma da economia brasileira. Embora o Brasil se inclua entre os países de "economia reflexa" — como diriam os liberais —, influenciável pelas crises de mercado que atingem ciclicamente os países centrais, os seus problemas são de outra natureza.
As análises e o planejamento devem visar, essencialmente, a aceleração do desenvolvimento do país. Para fazê-lo, é interessante começar reconhecendo dois direitos fundamentais dos brasileiros — que é quem realmente importa nessa história toda. O primeiro é o direito de ser informado corretamente sobre os efeitos das medidas que são tomadas em Brasília — coisa difícil com esse sistema de monopólio da comunicação vigente no país. O segundo é o direito de manifestação dos portadores de idéias não liberais — na prática abolido pelo imenso poder dos liberais.
Os liberais estão praticando um exagero no tratamento abstrato-matemático dessas questões, visando construir uma base "científica" para seus argumentos. Na verdade, eles aplicam subterfúgios e combinações de toda ordem para poder fazer "falar" os dados brutos numéricos, na maioria das vezes induzindo a raciocínios incorretos. Para eles, como suas teses são acompanhadas da verdade nua e crua, não parece haver mais nada que a sociedade, o Estado ou Deus possam ou devam fazer. É certo que a análise empírica no grau atual de conhecimento da realidade do país é essencial e positivamente serve aos interesses nacionais. Ninguém aqui está antipatizando com a análise concreta da realidade concreta, interligada aos fenômenos mundiais.
Este debate, evidentemente, não requer menos teoria. Requer uma teoria melhor formulada, com raízes no processo econômico mundial. Então, viva a universalização do conhecimento científico! Só que há um parâmetro nacional para a definição de índices macroeconômicos, para a aferição da riqueza produzida e distribuída por uma nação. É ótimo pensar em avanços do conhecimento da realidade econômica de escala e de escopo planetários. O detalhe é que os lucros das megaempresas gerados nos quatro cantos do planeta são carreados para um determinado país-sede num determinado momento. E isso faz balanças de pagamento penderem para um lado ou para o outro, levando consigo expectativas, juros, entradas e saídas de capital, pontos a mais ou a menos no crescimento econômico, acréscimos ou decréscimos na renda per capita que fazem de um sujeito um João da Silva ou um John Smith.
O que ganhamos, como nação, com a economia mancomunada com a especulação e os empresários brasileiros vendo como saída para suas aflições a decisão de simplesmente passar o ponto adiante? A busca do caminho mais curto, em vez do melhor caminho, parece ser a versão governo Lula que era há alguns anos recorrer às asas do mercado financeiro ao invés de arregaçar as mangas para fazer o Estado empurrar os investimentos em direção ao chamado "setor produtivo". No ambiente do capitalismo comandado pelos grandes blocos econômicos, um país como o Brasil não se desenvolve sem um Estado com a visão, o tato, o olfato e o paladar de um virador, de um ente munido de uma grande idéia e de uma grande vontade de fazer a sociedade gerar mais riqueza.
Outra questão importante imbricada nessa disputa ideológica é a que envolve o campo político. Ela se dá dentro do aparelho do Estado e também no governo. Em vista de seu caráter heterogêneo, que expressa um compromisso instável com a questão nacional, o governo Lula realiza uma política vacilante e contraditória, que reflete o conflito entre as necessidades de desenvolvimento do país e as concessões ao "universalismo" liberal — ou seja, ao mercado financeiro. A orientação política do governo oscila em torno de soluções de compromissos sociais assumidos e os limites asfixiantes do modelo econômico vigente.
No entanto, à medida que os problemas sociais se complicam a maioria da sociedade exige soluções efetivas. E essa contradição se reflete na luta política — um relevante aspecto da disputa que travam as forças interessadas no desenvolvimento do país e os agrupamentos ligados aos interesses financeiros e monopolistas estrangeiros. Reunir no governo todas as forças comprometidas, por menos que seja, com o combate à bandeira dos "ortodoxos" seria fundar no presente a racionalidade política que poderá ajudar na construção de um processo capaz de fazer nossa economia mudar de rumo.

Extraido do Site da Corrente Sindical Classista
www.csc.org.br

domingo, 30 de dezembro de 2007

Feliz 2008

Em 2008 transformaremos este blog num instrumento de discussão sobre educação em nossa região.
Um abraço a todos.
Professor Marcelo Soares